16- Semeadura e Colheita

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Helaena estava no quarto do marido, ferido na batalha do pouso de gralhas. Aegon tinha metade do corpo queimado e um joelho quebrado, a armadura havia se fundido ao corpo. Ele respirava baixinho, as vezes balbuciava.

— Q-Quem está aí? — ele perguntou com a voz falha pela dor dos ferimentos.

— Sou eu. — ela disse.

Aegon abriu um dos olhos. Helaena estava sentada numa cadeira, vestia um vestido verde-escuro, cabelos presos em uma trança e algumas mechas soltas.

— A dor melhorou? — Helaena perguntou.

Aegon mexeu a cabeça, assentindo. Helaena o olhou.

— Estou triste pelo Aenys. — Helaena disse com dificuldade. — Mas... Acredito que não deveria... Pessoas morrem o tempo todo, principalmente bebês... São tão pequenos, frágeis.

Aegon a ouvia.

— Visenya me evita. — Helaena declarou e cheirou o leite de papoula, e fez uma careta. — Tem cheiro de...

— Merda. — Aegon balbuciou.

Helaena assentiu.

Helaena se levantou e caminhou para a janela, esticou os braços e a fechou.

— Boa noite.

E então ela partiu.

Visenya e Helaena se cruzaram no corredor. A esposa do príncipe Aemond caminhou sozinha até a sala do trono, onde Aemond estava, encarando o trono de ferro.

— Mil espadas dos inimigos derrotados de Aegon. — ela disse se aproximando.

Aemond continuou quieto.

— Valeu a pena o preço? — Visenya perguntou se aproximando.

— Que preço? — Aemond questionou.

— Aegon. Aenys. — ela disse. — Você quer ser rei.

Ela o olhou dos pés a cabeça.

— E mataria seu irmão por isso. — ela concluiu.

Aemond a encarou.

— Me toma por cruel, Visenya. — ele disse em um sussurro. — Não sou eu quem faz feitiçaria.

O rosto de Visenya se manteve calmo.

— Não matei ninguém para isso. — ela respondeu calma. — O sangue de toda essa guerra está nas suas mãos, quando decidiu matar o bastardo.

— Cuidado com a língua. — ele disse andando na direção da porta.

Ela o seguiu, agarrou o braço dele e o forçou a olhar para ela.

— Ou o quê? Me queimará? Como queimou Aegon? Fará Vhagar me engolir? Como fez com o bastardo? Ou talvez cortará a minha cabeça? Como fizeram com o meu filho. — ela questionou séria.

Nosso filho. — ele disse agarrando o braço dela.

Meu filho. — ela disse. — Eu gerei, eu dei a luz, eu cuidei! Eu vi ele ser morto por uma dívida que você tinha com a Rhaenyra!

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