22- O Dragão Verde e o Dourado

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Quando a notícia da morte de Aemon chegara em Porto Real, a corte se espantou. A rainha Rhaenyra lamentou pelo querido amigo e aliado. Rhaella ficou inconsolável. A princesa Daenerys abraçou Daenys e precisou contá-la o que aconteceu. A pequena princesa Velaryon de início não entendeu, mas quando assimilou que o pai não voltaria para a casa, se pôs nos braços da irmã e chorou até a alvorada.

— Mataram ele e o dragão dele. — rosnou Rhaella inconformada, levou as mãos na barriga e se encolheu no canto da sala do conselho. — Eu quero a cabeça de todos eles.

Então Rhaella, com os olhos vermelhos em fúria e tristeza, deixou a sala do conselho antes mesmo da reunião terminar, foi até o quarto de suas filhas e as encontrou abraçadas enquanto dormiam. Rhaella sorriu entre lágrimas ao vê-las, então foi Daenerys quem abriu os olhos.

Rhaella abraçou suas filhas e as sentiu chorar em seu colo enquanto tentava consolar as duas meninas. Daenerys com a mão trêmula, escreveu uma carta curta para Saera.

A princesa Saera leu a carta recém-chegada de King'sLanding. Seu pai estava morto. Ela desabou em seu quartel, chorando agarrada ao travesseiro, e Balerion, seu dragão, se agitou e começou a rugir, depois alçou voo.

No mesmo dia, Daemon exigiu que Baela fosse mandada de volta para Pedra do Dragão, onde ficaria em segurança. Baela montou Bailalua e voltou sozinha até Dragonstone, pousou na frente do castelo. Lá Baela passara apenas dois dias apenas na companhia de suas septas e damas de companhia que a própria princesa Rhaella a designara. Um dia depois chegou Meistre Gerardys de Porto Real. Baela enviou uma carta até o Ninho da Águia, onde sua irmã gêmea Rhaena se encontrava, deu a notícia de que Aemon estava morto. Rhaena chorou ao ler as letras da irmã.

Então, dois dias depois da chegada de lady Baela em Dragonstone, chiados de dragões foram ouvidos vindo do mar, Baela o olhou pela janela e viu o moribundo Sunfyre carregando Aegon, e nos mares vindo um único navio com o estandarte de um dragão dourado de três cabeças, fazendo menção ao dragão do rei.

E foi assim que, quando o rei Aegon II voou com Sunfyre por cima do cume fumegante do Monte Dragão e desceu, na expectativa de fazer sua entrada triunfal em um castelo dominado por seus homens, depois que todos os aliados da rainha estivessem presos ou mortos, ele foi recebido por Baela Targaryen, filha do príncipe Daemon com lady Laena, e tão destemida quanto o pai.

Bailalua era uma dragão jovem, verde-clara, com articulações nas asas, chifres e crista cor de pérola. Sem contar as asas enormes, ela tinha o mesmo tamanho de um dragão de batalha, e pesava menos, Bailalua só era mais lenta que Nymeria, que superava todos os dragões Targaryen em questão de velocidade. Ambas eram de ninhadas diferentes, mas da mesma dragão, vieram de Vhagar. Mas Bailalua era muito frágil, e Sunfyre, embora fosse muito maior, ainda penava com a asa deformada e com os ferimentos que Meleys o causara.

Eles se debateram na escuridão que precede a alvorada, sombras no céu que iluminavam a noite com suas labaredas. Bailalua se esquivou nas chamas de Sunfyre, voou intacta por baixo das garras que tentavam pega-la, e então fez a volta e arranhou o dragão maior por cima, abrindo um ferimento comprido e fumegante nas costas dele e rasgando a asa avariada. Bailalua virou e o atacou outra vez, cuspindo fogo. Sunfyre respondeu com um jorro incandescente de chamas douradas tão intensa que iluminaram o pátio como um segundo sol. Conforme os dois dragões caíram em espiral do céu e atingiram o chão, a batalha continuou, Bailalua se ergueu contra Sunfyre e lhe mordeu o pescoço repetidamente, arrancando pedaços de carne, enquanto Sunfyre lhe cravava as garras na barriga. A agilidade de Bailalua serviu para fazê-la se erguer no ar e se lançar contra Sunfyre uma e outra vez.

Embora os dragões ainda lutassem, Baela Targaryen havia se ferido quando Sunfyre as lançou fogo, metade do rosto e corpo estava queimado, e Aegon havia pulado de sua sela quando os dois dragões ainda estavam cerca de seis metros do chão e quebrou as duas pernas.

Quando as chamas de Sunfyre quase cegaram Bailalua, a batalha finalmente pareceu cessar, a dragão esverdeada de Baela bateu as asas desesperadamente na tentativa de se livrar do dragão de Aegon. A agilidade de Bailalua não serviu contra o tamanho e peso de Sunfyre. O dragão dourado quase morto despencou dos céus acima de Bailalua, levando ambos ao chão. Baela se arrastou queimada e sangrando pelo chão, antes que sor Alfred Broome sacasse a espada para mata-la, o próprio rei Aegon ordenou que fosse mandada para o meistre.

Entretanto, quando devidamente curada, Baela fora confinada nas masmorras e foi ordenado que sua dragão fosse morta. Bailalua, quase cega e ferida, se alojou dentro das montanhas fumegantes do Monte Dragão, onde homem algum pensaria em pisar. Gerardys pediu uma morte rápida para o rei, e não teve seu pedido concedido. A corrente que Rhaenyra arrancara do grande meistre Mellos fora usada para enforca-lo. Na terceira vez que a corrente fora usada para enforcar o meistre, sor Alfred Boome o estripou. O resto do grande meistre fora pendurado na entrada de Dragonstone.

" Para que, quando chegarem, minhas doces irmãs sejam bem recebidas ".

Baela acabou por ouvir os juramentados de Aegon entrarem nas masmorras com mais duas outras pessoas. Seu tio Aemon vivo e seu noivo, Jacaerys.

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