𝗗𝗘𝗣𝗢𝗜𝗦 𝗗𝗢 𝗖𝗢𝗡𝗦𝗧𝗥𝗔𝗡𝗚𝗜𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢, passadas algumas aulas o sinal tocou indicando que era o horário de intervalo, então fomos liberados. Peguei meu celular, meus fones e saí da sala indo em direção ao estúdio de dança.
Costumava passar meus intervalos lá; era tranquilo, e eu podia dançar à vontade. Não tínhamos mais aulas no local, pois a antiga professora pegou licença por estar grávida e, logo em seguida, se demitiu.
Questionei o coordenador se teríamos outra professora. Ele me disse que, por não haver muitos alunos, não valia a pena contratar outra. Pedi a ele que me deixasse usar a sala para os meus ensaios, assim ela não ficaria sem uso. Prometi que deixaria tudo em ordem e cuidaria da sala. Depois de muito esforço, ele acabou permitindo.
Seguindo meu caminho e, antes que pudesse virar o corredor rumo ao salão, senti alguém segurar meu pulso, me fazendo parar.
— Podemos conversar? — O garoto pergunta após eu me virar.
— Sobre? — Questionei, mas logo desisti. — Olha... faz quase um ano que não conversamos Suho, não sei se quero isso agora.
O mais alto não me respondeu, apenas balançou a cabeça e saiu.
Espero não ter sido grossa demais, mas ele entende não é?
Ficamos quase um ano sem nos falar, não faria sentido voltar agora.Voltei a andar em direção à sala; esta não era muito grande. Havia três espelhos que cobriam completamente as paredes, o que era ótimo para aprimorar os passos. O chão era liso e frequentemente limpo, perfeito para rodopios. O lugar, em si, era espaçoso e arejado, o que evitava que ficasse sufocante permanecer dentro dele. Perfeito, eu diria.
Ao entrar, senti um alívio, como se um peso tivesse saído de mim. A sala era aconchegante, me trazia paz. Eu poderia ficar horas ali, mas, infelizmente, durante o intervalo, não tinha mais que trinta minutos.
O único dia que podia ficar mais tempo, era de quinta à tarde, que foi o que o coordenador me liberou.
Tirei o blazer e comecei a me alongar. Já havia se tornado rotina para mim: alongar, testar alguns movimentos e dançar livremente pelo salão. Rápido e simples. De qualquer forma, não poderia me esforçar muito, já que ainda tinha mais aulas depois.
Coloquei um clássico instrumental para tocar, mas em volume baixo para não atrapalhar as outras turmas que estavam em aula.
Aproveitei para sentir a música; fazia um tempo que eu vinha dançando no automático, e isso me decepcionava.
Quando danço, sinto que me desconecto do mundo ao meu redor. Esqueço tudo; só restam meus movimentos e o som. Nada de pensamentos ou emoções.
Não ligo para as consequências, apenas para aquele momento, o momento em que posso ser livre, ser quem eu sou, sem as complicações e os descontroles dos sentimentos.
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𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐈𝐄𝐒, 𝗍𝗋𝗎𝖾 𝖻𝖾𝖺𝗎𝗍𝗒
Fanfiction𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐈𝐄𝐒 | 𝗁𝖺𝗇 𝗌𝖾𝗈𝗃𝗎𝗇 ❝Em meu ver, memórias são o pior tipo de tortura.❞ 𝓐pós um ano da morte de uma das pessoas mais importantes de sua vida e o afastamento de outras. Tudo que um dia foi bom para a garota havia partido e Park Yu...