𝖼𝗁𝖺𝗉𝗍𝖾𝗋 𝖿𝗂𝗏𝖾

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AQUELA NOITE EU NÃO HAVIA tido pesadelos

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AQUELA NOITE EU NÃO HAVIA tido pesadelos.
Depois de muito tempo eu consegui ter uma noite, digamos que tranquila.

Honestamente eu sentia falta daquilo, talvez fosse o fato de Jae eon estar aqui, eu não sei.
Mas pela primeira vez em meses consegui dormir mais de quatro horas seguidas.

— Bom dia. — Proferi ao garoto.

— Bom dia, como você consegue? — Ele diz após me ver enchendo uma xícara com café puro.

— Café é vida. — Falo de forma simples.

— Onde o pai e a mãe estão dessa vez? — Jae pergunta.

— Não tem falado com eles? 

— Não recentemente. — Diz com desinteresse.

Ao contrário de mim, nossos pais foram muito ausentes na criação de Jae eon, o que os fez se afastar muito emocionalmente e nós dois nos aproximarmos ainda mais. Assim que atingiu a maior idade, ele saiu de casa e disse que o único motivo de não ter ido antes foi por minha causa, tendo uma briga enorme como consequência.

A sensação de ter minha família divida era péssima, mas entre o três, não havia nada que eu pudesse fazer. 

— Eles estão nos Estados Unidos. — Informo e ele assente.

— Há quanto tempo? — Ele pergunta.

Hesito em dizer, mas com seu olhar acabo cedendo.

— Uns três meses. — Murmuro.

— E você está há tudo isso sozinha?! — Exclama. — O quão irresponsáveis eles são?!

— Jae eon. — Repreendo.

— Tem dezessete, Yuna...

— Exatamente, sou grandinha e estou me virando! — Exclamo, também começando a me irritar.

 — E as comidas, as contas e todo resto? E os seus estudos? 

— Eu disse que estou me virando e eu acabei de voltar pro colégio. — Digo ríspida, mas logo me arrependo. — Olha, eles deixaram dinheiro o suficiente aqui e continuam mandando regularmente. 

Ele nega, mas eu continuo.

— Caso eu precise de algo, Vera está aqui do lado e tem você!

Vera é nossa vizinha há vários anos, cuidou de mim algumas vezes quando meus pais precisaram, é uma senhora gentil e muito querida, gosto dela.

— Eu sei Yu, mas entende o quanto isso é sem noção? Eles estão em outro país! — Gesticula, agora mais calmo. — E eu moro muito longe, se qualquer coisa acontecer...

— Não vai acontecer nada, não aconteceu nada. Estou me virando, eu juro! — Insisto.

O homem suspira, passando as mãos no rosto.

𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐈𝐄𝐒, 𝗍𝗋𝗎𝖾 𝖻𝖾𝖺𝗎𝗍𝗒Onde histórias criam vida. Descubra agora