O RODO DESLIZAVA PELO CHÃO com pressa, enquanto eu tentava terminar o trabalho o mais rápido possível. Minha cabeça ainda latejava, agora pior do que antes, e a falta da minha vitamina só piorava a exaustão que sentia. Exaustão mental.
— Ei, Lee Suho, eu só não acertei o soco porque fiquei com medo de te matar, ouviu? — Os burburinhos dos garotos, que só sabiam bancar os valentões, ecoavam pelo ginásio.
Indignados pela ignorância de Suho, começaram a gritar o nome dele, mas, assim que ele olhou, perderam a coragem e saíram de fininho, fingindo que não era com eles.
Revirei os olhos e continuei limpando. Quanto mais rápido terminasse, mais rápido poderia ir embora. No entanto, a conversa dos dois que restaram me chamou a atenção.
— O que você quer de mim? — Suho perguntou, a voz carregada de cansaço.
Fingi que não estava ali, apenas para não me meter de novo.
— O que eu quero? — Seojun pareceu pensar por um momento. — Quero que fique longe de mim.
— Então fique longe você, se não quer me ver. Não tenho por que fugir de você. — Suho foi direto.
— Você é muito cara de pau. Agora entendi, esse é o seu verdadeiro caráter. — Han retrucou, saindo irritado.
— Naquele dia, quando o Seyeon chegou... — O nome fez meu corpo congelar. Parei de mover o rodo, com os olhos fixos no chão, mas minha atenção completamente voltada para o que Suho diria a seguir.
— O que foi? Vai começar a inventar desculpas agora? — A voz de Seojun estava carregada de ressentimento.
Aquele nome tinha o poder de nos abalar profundamente.
— Você tem ideia de quais foram as últimas palavras dele para mim? — Han exclamou, a dor evidente. — Ele disse: "O Suho vai acreditar em mim."
Fechei os olhos, absorvendo cada palavra como se fossem facas.
— Ele tinha fé em você. Só não sabia que você era tão frio e egoísta.
Minha cabeça girou e eu disse a única coisa que precisava.
— Dá pra você calar a boca? — Sussurrei, de olhos fechados.
Silêncio. Apenas silêncio.
— Por que começou a se meter tanto? — Seojun finalmente quebrou o silêncio. — Você perdeu esse direito no dia em que deixou aquela sala.
Minha cabeça latejou mais forte. Larguei o rodo ao sentir um líquido quente escorrer pelo meu nariz. Quando olhei para a mão, vi o que já imaginava: sangue.
Pressionei o nariz com a mão e olhei para os dois, que agora me encaravam confusos. Sem paciência para mais uma discussão, saí da sala rapidamente, esbarrando propositalmente em Han no caminho.
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𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐈𝐄𝐒, 𝗍𝗋𝗎𝖾 𝖻𝖾𝖺𝗎𝗍𝗒
Fanfiction𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐈𝐄𝐒 | 𝗁𝖺𝗇 𝗌𝖾𝗈𝗃𝗎𝗇 ❝Em meu ver, memórias são o pior tipo de tortura.❞ 𝓐pós um ano da morte de uma das pessoas mais importantes de sua vida e o afastamento de outras. Tudo que um dia foi bom para a garota havia partido e Park Yu...