Dois

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10:50 - 14 de março

— Nelson se você quiser conversar, faça terapia em grupo - Anita passa jogando uma pilha de documentos para o homem preencher e computar - Escrivã, na minha sala. Agora!

Os últimos dois dias haviam sido infernal para Verônica, Anita sabia ser uma peste quando queria, a delegada infernizava Verônica como podia, ora lhe entregando trabalhos sem saída e furados, pilha e mais pilhas de documentos que nem valiam mais, isto quando não esperava Verônica sair para remexer em tudo o que ela já havia arrumado de forma alfabética, e claro, não esquecerá de quando roubou o documento que mandou Verônica rever e depois ficou pedindo fazendo a escrivã enlouquecer.

Você não está na sua casa! Bata quando entrar - Berlinger era um inferno, tanto quanto Verônica era um inferno para ela, ela gostava do ódio na escrivã, era divertido saber que mexia com ela a ponto de vela flamejar fogo nos olhos

— Anita foi você quem me chamou - Torres responderá com paciência, estava cansada pois Paulo tinha te ligado na noite passada e falado asneiras depois de umas bebidas

— Mesmo assim, bata antes, preciso que você revise esses documentos - a delegada joga uma pilha com uns 70 documentos

— Anita o que você quer? Hum? - Verônica da a volta na mesa se encostando um pouco longe da delegada, mas mais perto que antes - Você quer que eu te peça desculpas? Foi você quem me tirou do caso sem explicar! Eu resolvi ele, por quê você implica tanto?? Poxa vida

— Você me desrespeitou Verônica, agora resolve o que eu estou mandando e depois que acabar me encontre na sala do Carvana, ele disse que precisa de nós - Anita segue fria, Torres mexeu com o orgulho da delegada e isso era perigoso - pode sair Verônica, já foi o recado

Verônica  sai da sala a contra gosto, ela gostou de resolver o caso, mas Anita está mais insuportável do que nunca, agora só bastava revisar uma pilha de documentos vencidos que vão direto pro lixo, assim que a escrivã terminar o seu trabalho inútil.

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12:30

Vero, onde vai? - Carvana aparece na porta de sua sala

— Vou almoçar com Nelson e nós-

— Não, não vai! Eu te avisei que teríamos uma reunião com Carvana! - Anita passa encarando Verônica e Nelson com tédio

Precisa ser agora? Eu ainda não comi e o Nelson me esperou até agora - Verônica sabia que Anita ia implicar, mas escolheu tentar mesmo assim

— Não! O Nelson esperou porquê quis, o horário de almoço dele já foi, ele não vai sair! - o tom de Anita volta a ser rude - Vamos escrivã, se começar logo, vamos sair logo - Carvana não questiona e apenas entra acompanhado de Anita e Verônica.

— Fecha a porta Verô - pede o mais Velho - Bom vamo lá, eu sei que vocês estão com problemas, mas são as únicas que eu confio e que são competentes pra esse caso - Carvana joga o documento - tem uma máfia, estão traficando mulheres, rastreamos eles aqui no Brasil, mas não conseguimos pegar, temos uns contatos na França e esse cara - O titular joga a Foto de um rapaz bonito, terno branco e barba cinza - é um dos peixes grandes que estávamos de olho, ele fugiu pra lá.

— Vamos pra França?! - Verônica questiona ignorando tudo que lhe foi dito com uma expressão animada que fez a delegada revirar os olhos e segurar um riso

— Sim, mas não é diversão, muito menos passeio Verô, prestem atenção, vocês duas vão daqui duas semanas pra lá, assim que chegarem um motorista leva vocês ao mesmo hotel que ele está, vocês não podem perdê-lo - Carvana encara as duas sério

— A gente vai lá olhar ele e fazer o que? Ser traficada? Olha, deixa eu ir com o Prata porqu- Anita é prontamente interrompida

— NÃO. Ah me desculpe Anita, mas poxa é a França, vai por favor, você vai comigo! - Verônica fala um pouco mais alto do que esperava

— Não discutem, são as duas e pronto, Anita eu quero que vocês tentem achar um deslize dele, ou algo que faça chegar na organização, não o prendam até eu dar a ordem! Entenderam - Carvana pega dois pacotes - aqui são as coisas que Glória mandou entregar, tem RG, passagem, passaporte, nome falso e história que devem contar para serem coerentes. - ele olha pra Verônica - está a trabalho, não quero discussão, se morrerem discutindo vou matar vocês.

— Eu ainda acho uma péssima ideia a Verônica ir, ela nem sabe atirar Carvana, pelo amor de Deus - Anita pega seu pacote se levantando

— Vou atirar em você - Verônica sussurra e sente Anita voltando e colando em seu ouvido

— REPETE - a Delegada estava afim de sacanear a escrivã, pois sabia que ela odiava quando gritavam com ela

— Gente, por favor! Saiam, vai almoçar Verônica, Anita te mandei um e-mail - ele diz por fim

Talvez Eu Te Ame - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora