Sete

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Quando saiu do banho, Verônica não encontrará a delegada, mas notou as camas juntas e com o novo colchão, ali também estava mais cobertas e o vestido que Anita estava usando.

- ela saiu sem roupa? - pensou Verônica

Os pensamentos da escrivã foram interrompidos quando Anita entrou no quarto com duas sacolas, trajando uma calça moletom e uma blusa preta de manga cumprida colada

— Não está você que me zoava pelo banho? - Verônica questiona

— Queria que eu fosse ali na vendinha com um vestido de gala? - Anita joga as sacolas

— O que você foi comprar? - Verônica penteia seu cabelo e senta na ponta da cama

— Besteiras, trouxe doce, chocolate e seu salgadinho que acabou - disse pegando a toalha - vamos passar a noite monitorando a sala dele, vou tomar banho, não coma tudo em

— uhum, vou tentar

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| 01:23 da madrugada |

— Que saco, ele não tá lá, vamos dormir - Verônica se encosta na cabeceira da cama

Faziam horas que estavam ali, haviam conseguido um ruído ou outro da sala, mas nada relevante, nada chamativo. Quando eram 23:00 da noite, as duas mulheres resolveram monitorar com o computador na cama, estava frio e a cadeira era desconfortável. Elas concordaram que a cama quente era o melhor

— Relaxa, vai dar tudo certo, já já eles entram, é a noite "especial" dele, por quê é especial? - Anita olha uma Verônica cansada. A delegada também estava cansada, queria dormir, Verônica cheirava bem, era gostoso o cheiro de seu perfume e dava ainda mais sono em Anita

— Ah, vai ver é o aniversário dele ou da mulher... ou dos dois - Verônica se aconchega mais perto - não tenho certeza se ele caiu na nossa história - diz preocupada

— Caiu, estava com repulsa, certamente caiu. Vou ficar mais um pouco, se quiser ir dormindo - Anita fala olhando as vibrações da escuta

— Não, vou ficar com você

— está bem..

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| 10:00 da manhã |

— Anita, acorda - Verônica chama atordoada - nossa que dor de cabeça

— Bom dia também - Anita responde de olhos fechados

— Agora você quer ser simpática, que avanço entre nós - Verônica abre o computador para rever a gravação das horas dormidas - não tem muita coisa, só uns baques e ruídos

— droga - Anita bufa esticando o corpo - eu quero dormir o dia todo, sem parar - ela encara a escrivã

— Vamos andar pelo hotel, tem sala de filmes, podemos ir tomar café na lojinha que tem perto do shopping

— ou podemos ficar quentinhas e quietas aqui na cama - Anita sugere olhando a escrivã

— o dia todo?

— tem algo melhor Verô ?

— Verô? - Verônica sorri - Me beijou só uma vez e já está me dando apelidos?

— eu sabia que não ia esquecer - Anita revira os olhos e vai até o banheiro

— Não, vamos falar sobre isso. Sabe Anita você precisa melhorar o seu beijo, achei sem pegada e muito tenso

— E você que parecia um cadáver? Me admira que não tenha desmaiado - Anita volta com a escova de dente na boca

— estava com medo de morrer, gosto da minha vida, diferente de você

— uhum, sei. - Anita volta se deitando

— Vamos conversar um pouco, se não eu fico entediada

— Se você dormir não vai se sentir entediada - Anita olha a escrivã, Verônica estava atraente, os cabelos caídos, carinha de sono, boca carnuda

— Fala três pessoas que você fingi gostar, mas odeia da delegacia - Verônica se deita do lado de Anita

— Você..- Anita ri com o tapinha

— Você não me trata bem, então não conta

— hmmm, deixa eu ver - a delegada pensa - tem...o coronel que você fez o favor de chamar, odeio aquele cara, só respeito por que é meu superior

— Desculpa, mas você não precisava ter gritado tanto comigo aquele dia

— Eu pesei a mão, foi mal Verônica - suspira - Nelson

— Você não trata ele bem! E por que não gosta dele?

— Por que você gosta dele? - Anita senta na cama

— Ele é gentil, me trata bem, um ótimo amigo - diz simples - dele você não gosta, mas do seu namorado Prata que é super arrogante e metido a chefe, nossa, aí você morre de paixão

— Já te disse, Prata é gay, deve gostar mais do Nelson do que você - Anita ri - você já teve alguma coisa com alguém da delegacia?

— Você nem respondeu a primeira pergunta - a escrivã retruca, mas a delegada só dá de ombros - não, nunca fiquei, e você ?

— Sim, Namorei o Prata na adolescência - diz simples

— MAS você não disse que - A delegada gargalha

— Sim, mas ele ainda não tinha se assumido, nem eu, então rolou, acontece ué

— Você se assumiu o que?

— Lésbica, foi na época da faculdade, não namorei, mas fiquei com algumas mulheres

— Não sabia, não sabia mesmo - Verônica estava séria

— tava na cara né escrivã, o seu padrinho sabe, achei que ele tinha te falado

— Ele não me fala nada de não beijada como você imagina Anita - a escrivã se levanta - vou tomar um banho, vamo sair, tô com fome e quero dar uma volta

Talvez Eu Te Ame - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora