treze

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tinham se passado duas semanas e meia desde a briga.
Muita coisa tinha acontecido, Anita e Verônica se falavam pouco, a maioria era quando estavam disfarçadas, mas se limitavam a sorrisos falsos e as mãos entrelaçadas.
Anita por sua vez até tentou novamente, mas Verônica ainda estava chateada.
A estadia no hotel deveria durar mais dois meses, o problema foi quando supostamente Matias vendeu o hotel e saiu para outra cidade, fazendo com que Glória deslocasse as duas mulheres para uma casa de madeira, no meio do nada, de um interior. Era o novo esconderijo.
A casara era extremamente diferente do quarto luxuoso, tinha uma sala com uma TV, a cozinha pequena, comida na geladeira, dois quartos e um banheiro.
Tinha exato três dias que estavam , a falta de comunicação sufocava as duas, Anita por estar com o ego ferido e Verônica por querer apenas falar com ela.

Era normal que Anita acordasse cedo, ela tava fazendo o café de manhã, então Verônica aparecia depois. Como de costume, Anita se levantou, se arrumou, passou o café  e foi treinar.
Isso era bom, ocupar a mente, Anita treinava muito, era meio gambiarra, puxava galões cheios d'água, se pendurava um uma barra de metal, fazia abdominais, socava um saco de de cimento, ela dava seu jeito.

Quando verônica se levantou, tomou banho e apareceu na cozinha, viu Anita se pendurar na barra provisória e se puxar para cima.
Olhou por um tempo, Anita era linda, escrota, mas linda.

— Tem café escrivã - Anita disse pulando no chão e pegando uma toalha para ir tomar banho

— Ok, obrigada  - Anita olhou Verônica se servir, suspirou e entrou no banheiro

*

— O carro dele tá se movimentando, indo pro hotel que estávamos - foi a primeira coisa que Verônica disse quando Anita saiu do banho. A escrivã teve que ser forte para não se arrepiar com o cheiro delicioso de Anita

— Bom pra ele - Anita provocou

— Se você não quiser informação, eu não dou mais - a cutucada doeu e Anita se jogou no sofá ao lado dela

— Vamo fazer as pazes? - pediu e foi ignorada

— Não começa

— Faz as pazes comigo, até passei o café mais fraco pra você - Anita se sentou e fechou o computador da escrivã  - a gente nem conversa - a mão foi para a perna da escrivã que se levantou

— Você fez merda, eu tô chateada ainda, não vou ceder tão fácil

— são três semanas - se levantou atrás - eu faço o que você quiser

— Por que tá desesperada? - Verônica se virou - nem gostava de mim

— E quem disse que eu gosto? - brincou Anita, logo se calando - Porque eu gostei, estava um clima bom e eu nunca me senti bem assim, podemos voltar a se falar pelo menos? - Anita encarava Verônica, a escrivã tava linda, os cabelos pareciam levemente maiores - Você tá linda - disse rápido

— meu Deus Anita - A escrivã soltou o ar dando uma risadinha - Você tá carente, isso é carência

— Não é - se aproximou ‐ Quando você tava com frio eu juntei as camas, agora eu congelo sozinha, como se eu fosse o Jack do Titanic

— Nossa - A escrivã suspirou e foi puxada pela cintura  ‐ Anita...

— Vem cá vai - Anita depositou um beijo em sua bochecha, pescoço e deixou um selinho em seus lábios

— Não vamos transar ‐ avisou Verônica

— então dorme no meu quarto, ou eu no seu - mais um selinho - Eu te dou todos os casos que você quiser

— Você tá drogada? - questionou rindo - Eu durmo com você, só por essa noite que vai esfriar muito. Mas saiba que não vamos fazer nada e você precisa ser mais humana

— Eu sou humana - Anita soltou Verônica, mas a puxou de novo pro sofá - não tá vendo que tô necessitada?

— nossa, quanto mais você fala, mais você piora  - Verônica mau terminou de falar e os lábios de Anita estavam colados no seu

— Então não me ignora mais - beijou puxando o lábio inferior, Verônica precisou afastar Anita de leve, só para recuperar a sanidade

— Não fale mais besteiras e ficamos bem. - se levantou - vai almoçar vai

— Reparou que eu não comi? - Anita era tão cínica - Estava em greve até você falar comigo

— O seu problema é que você come muito ovo no café da manhã e fica sem fome no almoço. - concluiu a escrivã indo até a cozinha e olhando um suco - come, Matias está em movimento e precisa relatar cada um.

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Talvez Eu Te Ame - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora