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| Verônica Torres |

Naquela manhã, 12 de março, Verônica se encontrava extremamente satisfeita, a sensação que sentia era quase um orgasmo, este qual sentia falta já que a mulher havia deixado seu ex marido há algumas semanas.
A felicidade de Verônica é perceptiva, ora que a mulher nunca se sentirá assim após uma reunião com a delegada, delegada maldita Anita chata Berlinger, como era apelidada carinhosamente por Torres.

— Você está estranha! - comenta seu colega de trabalho, Nelson.

— Estanha por quê amigo? Só to me sentido bem, leve - diz a escrivã enquanto checa seu computador novamente

— Ok! Já chega, você nunca fica feliz depois de uma reunião com Anita, e eu ouvi ela gritar lá dentro, então da pra vc abrir o jogo com o seu amigo aqui? - Verônica gostava de Nelson, ele era bonito, engraçado, ela arriscava a dizer que ele lhe tratará quase melhor que seu ex parceiro.

Verônica sempre teve esta noção, sabia que não era a mais desejada dentro da sua calça jeans e suas camisetas básicas, das quais eram continuamente julgadas com piadinhas da delegada. Mas apesar disso, Verônica sabia que era bonitinha, e sabia que Nelson gostava dela, o rapaz já havia jogado uma cantada, mesmo sabendo que a colega era casada, bom, agora Verônica estava solteira, seria bom dar uma chance pro moço com uma expressão de dúvida na sua frente.

— Espere só um minuto, eu só preciso da confirmação...- Verônica sorri minutos depois com o bip do computador - TCHANRÃ!! Lembra aquele caso que Anita não quis me dar? - pergunta ansiosa

— aquele em que um cara quase atirou na sua cabeça e a nossa CHEFE mandou você nunca mais tocar no assunto e que caso contrário seria prontamente demitida? - ele pergunta com um tom quase reprovativo

— Ai Nelson, me escuta, eu desobedeci um pouquinho Anita, mas foi por uma boa causa sabe? - Verônica olha por amigo com um biquinho adorável

— Voce reabriu o caso? Verô! Podia ter me chamado, eu te ajudaria, já pensou acontece algo? - Se Nelson continuasse, Verônica repensaria sobre dar uma chance ao rapaz, já estava com tédio de seu drama melancólico

— Já passou, presta atenção, resolvi o caso, já fiz a papelada e enviei, o coronel está vindo até a delegacia falar com meu padrinho - agora Verônica sussurra - ele está pra chegar - ela checa seu relógio de pulso

— Anita te mata Verônica...Mas parabéns, sempre te achei capaz - o Homem em sua frente lhe lança um sorriso amarelo seguido de gargalhadas.



| Anitta Berlinger |

— E então? Tava cuidando do seu neném, SUPER Nanny? - Prata era o único que Anita suportava dentro da delegacia, e apesar da carranca, o rapaz brincava sem filtro com a colega

— Verônica? - o amigo concorda rindo de seu olhar de mil jardas - posso te dar um tiro prata, depois falo que você estava traindo a corporação

— Ai, precisa sair pra se animar Anitinha, e sabe quem se separou e precisa também? - ele ri e aponta pra ficha de Verônica na mesa da delegada

— Eu te chamei aqui para trabalhar, você consegue fazer isso?? Pode ser? Não quero nem pensar na Torres agora, ela veio me encher novamente e já estou com enxaqueca e também eu nun- Anita é interrompida  com Carvana batendo na porta - ENTRE

— Bom dia Prata! - o Titular com voz grossa entra na sala - Anita venha na minha sala por favor! - ele diz e sai acompanhado de uma Anita que da uma olhada confusa para o amigo.

Quando entrou na sala de Carvana, Anita olha uma Veronica, a mulher tinha um leve bico soberbo nos lábios, Anita queria arrancar aquele ar da escrivã. Olhando para o lado, a delegada nota o coronel, com um sorriso pacifico no rosto

Bom dia delegada, como vai? - o homem se levanta e cumprimenta Anita, que se limita a responder um "bom dia"

— Aconteceu alguma coisa? precisa de algo? - Berlinger questiona de forma objetivo

— Eu vim pessoalmente parabenizar você, o Carvana e claro...Veronica, pela resolução do caso 9234 o assassino do parque

— Desculpe, como? - Anita olha pra Veronica que ignorava sua presença - obrigada por vir ate aqui! temos muito trabalho a fazer - Anita se controla como nunca para nao bater sorrateiramente em Torres

— Voces merecem! deixei um agrado para vocês, tenham um bom dia! - o homem sorri amarelo e sai da sala, após se despedir de Carvana

— Você tem algum problema? Garota você nao sabe seguir regra? é retardada mental? - Anita se dirigi a uma Verônica que se levanta com raiva

— meninas por favor! Anita, calma ai, não é pra tanto, a menina só quis ajudar - O titular diz tentando amenizar a situação

— Eu faço muito mais do que você, e quer saber? Foi incompetência sua me retirar do caso! - Torres estava extremamente irritada

— Você quer ser detetive? então faz um concurso publico e sai da asa do seu padrinho, e eu te tirei do caso porquê você nao tem capacidade emocional pra isso, lembra quando seu pai morreu e— Anita é interrompida com a escrivã avançando nela e sendo segurada por seu padrinho

— ja chega, Veronica chega! Oras. parem vocês duas, poxa vida, vocês não conseguem trabalhar juntas? Na próxima as duas vão ficar fora de casos entenderam?  - ele virou para Anita - Ela ajudou né? então pronto, chega. Saiam e sem brigar

Anita estava com tanta raiva, ela odiava nao estar no controle, odiava quando Verônica lhe ignorava. Saindo daquela sala, Anita tinha uma certeza, faria Verônica entender quem era que mandava, nem que para isso, ela teria que fazer mais do que um inferno na vida da escrivã

Anita estava destinada a dar uma lição em Torres.

Talvez Eu Te Ame - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora