Quatro

139 10 2
                                    


| 27 de março - 23:32 |

— A água desse hotel é incrível né sujona? - Anita pergunta para Verônica após sair do banho

Depois de horas no avião, com alguns cutucões, ambas chegaram ao hotel e já foram para o quarto, onde Verônica disse que ia tirar um cochilo já que estava cansada, abrindo espaço para a delegada provocar a mesma pela falta de banho

— Ai Anita, da um tempo vai - Torres coloca o travesseiro em sua cabeça, deitando de bruço

— hum, eu estou limpa e isso já basta - Anita deita em sua cama

O quarto de hotel era grande, havia uma banheira enorme no banheiro e tinha duas opções para as camas, elas podiam se juntar e virar uma King, ou ficarem separadas e por assim foi feito, as camas estavam separadas e arrumadas.

O que vamos jantar? - Verônica pergunta sentando na cama

— Só janta quem toma banho - Anita responde concentrada em seu livro que comerá a ler recentemente

— Anita, por Deus! Já disse que vou tomar - a delegada ignora - tá bom, inferno - A escrivã se levanta irritada da cama e retira sua camisa social, ficando apenas com a parte de cima de uma lingerie preta.

Anita sempre soube que gostava de mulheres, na época da faculdade, quando ela e prata saiam juntos, ela ficava com alguma meninas, já chegou a transar, mas nenhum relacionamento duradouro.

Quando olhou Verônica de sutiã, os seios fartos e os cabelos negros curtos soltos, Anita queria mesmo tocar nela, era quase uma necessidade, mas ainda era loucura, então apenas olhou pro seu livro quando viu a morena rebolar até o banheiro e se trancar lá dentro

—————————————————————————

isso é tão gostoso - Verônica geme ao pegar mais um pedaço de Pizza -  Eu amo tanto pizza

— é...Eu percebi nos 10 gemidos anteriores que você deu quando comeu! - Anita diz com sarcasmo e toma um gole de seu vinho

Depois do banho, ela e Verônica desceram para ver se encontravam Matias, ou alguém do gênero. A procura havia falhado, então foram até o salão do hotel e pediram uma pizza, bancada pelo dinheiro liberado diariamente por Glória.

— Hmm - termina de mastigar - Anita, a tal de Glória me ligou, disse que vai vir falar conosco amanhã às...- Torres franze o nariz e Anita sorri pequeno, já estava meio aérea pelo vinho - 10:00 eu acho

— Por que ela te ligou ? - questiona Anita - eu sou a delegada, por quê ligou para você?

— Não sei - deu de ombros - não vamos brigar, comi pizza demais hoje, se eu gritar com você, vou explodir - Verônica solta uma risadinha

— Vamos subir? Eu terminei - Anita levanta pegando sua bolsinha e sendo acompanhada por Verônica que agarra sua mão - tá louca ?

— Para - puxa o ar - olha discretamente no bar, é ele não é? - Verônica sussurra perto do ouvido da delegada, tão perto que faz a escrivã senti um perfume muito bom, se estivesse vazia e com energia, jogaria uma gracinha

— espera, vamos andar e aí eu olho, se não ele pode perceber - Anita puxa Verônica, ainda com a mão na dela, sem dedos entrelaçados ou qualquer coisa do tipo, apenas um agarrado possessivo. Ao chegar no pé do elevador, Anita se vira - sim é ele, vamos subir, amanhã ligamos para Carvana e avisamos a Glória para termos mais instruções - diz ao entrar no elevado e só então soltar a mão da escrivã

— Como que ele convence as mulheres? Tipo, ele não é...charmoso - Verônica pergunta mais pra si do que para a loira

— Existem mulheres tolas e cegas, tipo você e o Nelson - Anita solta a bomba e sai do elevador entrando no quarto

— Como assim eu e o Nelson? - Verônica entra fechando e trancando a porta

— Ah, vai me dizer que não rola nada - Anita volta do banheiro sem o vestido e com um baby-doll

—N-Nao, não rola, por que rolaria? - A escrivã coloca apenas uma roupa quente e vai ao banheiro escovar os dentes

— Não sei! Ele vive babando em você, te olha trabalhar, mexe no seu cabelo, você fica com ele no terraço mesmo sem fumar, ele te esperou para almoçar semana passada - Anita lista de forma simples, arrancando uma morena com um sorriso idiota vindo do banheiro

— Nossa, mas você realmente presta atenção em mim né ? - Anita lhe encara com ódio - Bom em primeiro lugar, o Nelson é charmosinho - Anita ri e se ajeita na sua cama - em segundo lugar, apesar dele ser um fofo, eu e ele somos apenas amigos, nada além do limite - a escrivã se deita na cama - E você não pode falar nada, já olhou pro Prata?

— Não fala do meu amigo! Prata é meu amigo, apenas isso, não curto ele, e ele é visivelmente gay - Anita se vira para a cama um pouco afastada da sua

— Ele é gay? Meu Deus, eu não sabia, achei vocês tinham um caso - Verônica olha pra Anita curiosa

— Lógico que não! Eu não sou você, cega e tola - Anita ri e se vira - boa noite escrivã

— Boa noite Anita. - Verônica continua virada para a nuca distante da delegada, estava frio, talvez ela estivesse repensando sobre juntar as camas e dormir quentinha. Talvez Verônica tenha pensado muito em pedir isso, pensou tanto que nem viu quando dormiu

Talvez Eu Te Ame - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora