04|ᴄʜᴀᴍᴀᴅᴀ ᴅᴇ ᴠɪ́ᴅᴇᴏ.

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ERA UM DIA TEDIOSO de uma longa quinta-feira. Maya se rendeu com a cabeça apoiada na carteira sem prestar muito atenção nas falácias de seu professor. Seu olhar focava em um ponto qualquer da sala sentindo suas pálpebras pesarem, mas lutou não querendo que o sono a dominasse.

Na noite anterior, não havia dormido por muitas horas pois ficou na casa de Kenma até tarde da noite. Depois de assistirem Gente Grande, Naomi decidiu ir embora consequentemente fazendo Kuroo acompanhá-la e ir para casa também.

Maya ainda se sentia um pouco mal com Kuroo, não sabia ao certo com o que, apenas ficou com aquela sensação esquisita que não se desgrudava dela nem por um segundo. Por isso, decidiu fazer companhia para Kenma, mesmo ele jogando em seu pc enquanto ela mexia no celular ou cochilava — pois o quarto do meio loiro era muito confortável. — Maya queria companhia, queria preencher o certo vazio que o seu peito se encontrava.

Não sabia se ficava arrependida ou não de ficar acordada até de madrugada. Sua mãe já havia se acostumado com as chegadas tarde em casa por estar na residência dos Kozumes, e graças a Deus aquele professor não se importava dos alunos dormirem em suas aulas, só teriam que arcar com as consequências na hora da prova.

Então, deixando o sono vencer a guerra, Maya fechou os olhos sentindo que iria entrar em um gostoso cochilo.

Não soube ao certo quanto tempo ficou adormecida, sentia seus braços doerem já que se apoiava neles e seus pés formigarem, mas nem isso a impediu de se mecher, estranhamente se sentia confortável.

Tão confortável que nem imaginava que estava sendo observada por três pessoas.

— Acha que devemos acordá-la?

— Se você quiser morrer eu não irei te impedir.

— Então o que? Devemos deixar ela aí? A aula já acabou.

— Como eu disse, se quiser morrer eu não vou te impedir, Ayumi.

— Por que você não acorda ela?

— Esqueceu que quando ela acorda fica estressada?

— Alguém tem que fazer isso.

— Faz você então Kenma.

Diante daquele falatório, Maya franziu o cenho sentindo raiva por ter sido acordada daquela maneira, odiava escutar muitas conversas quando acabará de acordar, era muita informação para pouco tempo. Por isso, levantou seu olhar notando que eles ainda discutiam entre si.

— Dá para vocês calarem a porra da boca? — murmurou com a voz rouca já que despertou recentemente. Os três que falavam alto a encarou.

— Nossa, ingrata. A gente fez o favor de te acordar. — diz Kuroo mostrando seu sorriso cínico notando ela enrrugar ainda mais a sobrancelha.

— Não me acordaram. Ficaram decidindo se fariam isso ou não.

— Mas no final acordou por nossa causa. — pontuou o garoto debochadamente. Maya revirou os olhos se espreguiçando, levantou-se de sua carteira arrumando suas coisas logo após.

— Não precisam ter medo de me acordar. Eu não mordo.

— Mas da última vez que fizemos isso você quase me deu um soco. — fala Kuroo escutando risadas.

— Eu quase te bati porque você ficou me cutucando. Isso é muito irritante Tetsu.

— Tá bom, não tá mais aqui quem falou. — ergueu as mãos em sinal de rendição. A garota sorriu com o ato dando tapinhas nas costas dele como forma de consolo.

𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 𝐖𝐎𝐌𝐀𝐍;Onde histórias criam vida. Descubra agora