02|ᴇɢᴏɪ́ꜱᴛᴀ.

307 48 127
                                    


QUANDO MAYA TINHA ONZE ANOS, sofria constantemente com brincadeiras maldosas dos seus colegas de classe. Muitas das vezes por causa da maneira tímida que agia ou de sua aparência, já que a garota não se importava muito para aquilo naquela idade, só pensando em futebol e jogos de meninos.

Já ouviu pessoas a chamarem de diversas coisas, principalmente por ter olhos caidos e sem vida. — Como eles faziam questão de dizer. — E Maya apenas aceitava, sentindo-se sufocada por aquilo que não passava nunca.

Havia dias em que ela não se importava nem um pouco pelas brincadeiras. Focava nos afazes e tentava se distrair. Entretanto, quando se deitava em sua cama na tarde da noite, a ansiedade a preenchia completamente, pois para ela, se olhar no espelho era pior do que qualquer coisa.

Maya não se enchergava em seu reflexo. Chorava não se sentindo satisfeita consigo mesma, constantemente a deixando para baixo com um sentimento de inutilidade.

Até que um dia, voltando para casa, Maya avistou Kuroo com o rosto coberto de hematomas. As bochechas roxas, a sobrancelha e labio inferior cortados com curarivos cobrindo-os, e o olhar raivoso que se dirigia a ela.

Ele se aproximou da garota que expressava a mais pura confusão e medo, preocupada com o que havia acontecido com ele.

Tetsu... — murmurou antes de Kuroo a surpreender agarrando seus ombros fazendo-a encará-lo. Maya sentia seu coração acelerado, aflita pelo estado do moreno. — O que aconte...!

— Por que não me disse!?

A cacheada ficou muda realmente não entendendo a situação, franziu fortemente o cenho sentindo cada vez mais nervosismo.

— Do que está falando? — murmurou cautelosamente pois nunca viu o garoto expressar tanta raiva. — Fiz algo de errado?

— O que!? Claro que não Maya!

— Então o que foi, porra!?

Se exaltou, Kuroo soltou os ombros rígidos da garota e respirou fundo bagunçado ainda mais os cabelos negros frustado.

— Por que não me disse do bullyng que está sofrendo?

Foi como se Maya estivesse consciente de tudo que fazia.

Bullyng? Parou de respirar arregalando os olhos ficando surpresa pelo questionamento.

Ela não estava sofrendo bullyng, eram apenas brincadeiras dos seus colegas. — Brincadeiras que a machucavam — mas ainda sim brincadeiras. Não tinha por quê comentar para os seus amigos das zoações que sofria constantemente, era bobo e Maya não gostava de incomodar ninguém.

Por isso não conseguia expressar nenhuma palavra para Tetsurou, sua cabeça pesava lembrando-se dos momentos que vivenciou nos últimos meses e dias.

Encarando o semblante preocupado e aflito dele, Maya ficou com uma grande vontade de chorar.

Kuroo observava as orbes esverdeadas transbordarem de lágrimas, e isso só fez o garoto sentir mais raiva das pessoas que a fizeram mal.

Ela suspirou cutucando os machucados recem feitos no rosto de Tetsurou que fez uma careta por sentir dor.

— Como fez isso?

— Estamos falando de você agora Maya!

— Me conta primeiro sobre isso! Você é péssimo de briga Tetsu, então nunca entra em uma!

Kuroo murmurou um xingamento não se importando com as feridas, para ele, Maya estar bem era muito mais importante do que simples roxos no rosto.

— Alguns garotos estavam falando de você. — proferiu baixo transbordando raiva na voz. — Eu não vou deixar ninguém falar mal de você Maya. — diz seriamente encarando seus olhos.

𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 𝐖𝐎𝐌𝐀𝐍;Onde histórias criam vida. Descubra agora