𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 𝐖𝐎𝐌𝐀𝐍;

11|ᴇꜱᴘᴇʀᴀʀ.

ATSUMU TINHA POR VOLTA de oito anos quando viu Maya pela primeira vez na vida. Ele estava com Osamu pedalando pelo bairro como sempre faziam enquanto discutiam sobre o episódio final do desenho favorito deles.

Estava tudo tranquilo até que a atenção de ambos foi desviada por duas crianças correndo à frente.

Uma garota com os cabelos bagunçados corria rapidamente enquanto Suna a seguia furioso, focado em puxar os cabelos dela. Atsumu não sabia o motivo da briga, e talvez nem Suna soubesse, mas a cena era engraçada.

Os gêmeos sempre dispostos a se divertirem com essas coisas, gargalharam quando Suna tropeçou e caiu no chão.

Porém o sorriso de Atsumu se foi primeira pois havia ficado paralisado, não pela preocupação por Suna, mas pela risada da garota.

Então seus olhos se fixaram nela. Suja de terra não parecendo se importar com a sujeira ou com a queda do primo, rindo alto, com as orbes esverdeadas caidas pelo riso.

Osamu continuava rindo da cena ao seu lado, mas Atsumu só conseguia se focar nela.

Maya que até então se divertia da queda do primo, se surpreendeu quando ergueu o olhar e encontrou dois garotos assistindo a vergonha dele. Após perceber que pareciam ter a sua idade, ela acenou.

Atsumu sentiu seu coração quase explodir.

— V-Vamos nessa Samu. — diz nervosamente começando a pedalar para longe daquela sensação estranha que aquela garota lhe causou.

— O que? Por que? — Osamu desviou o olhar de Suna ainda rindo da queda dele. Franziu o cenho achando esquisito a ação do irmão, mas deu de ombros o acompanhando. — Já deu a hora de voltar?

— Sim.

— Mas a gente acabou de sair. E por que quer voltar tão rápido para casa? Não é você que sempre dá trabalho na hora de voltar? — pontuou curiosamente.

— A mamãe disse para voltarmos cedo senão ficaríamos sem Tv. — inventou qualquer desculpa. Osamu bufou antes de abrir um sorrisinho se lembrando das duas crianças de antes.

— Eles pareciam legais.

Atsumu apenas ignorou o gêmeo, não por mal, apenas tinha outra coisa ocupando sua mente, como os olhos dela.

𖦹𖦹𖦹

Atsumu sabia que gostar de Maya não seria fácil. Começando pela distância, enquanto ela vivia na agitada e grande cidade de Tóquio, ele estava preso à calma e remota Hyogo. Também se viam apenas no verão, durante as três semanas em que ela visitava Rintarou, e de vez enquanto em datas comemorativas.

E era isso que o consumia. A ideia de que outras pessoas podiam ter Maya por perto o tempo todo, sem esforço algum. 

O ciúme era inevitável, mas além disso, Atsumu sentia inveja. Queria ser aquele quem estivesse lá para vê-la todos os dias, rir com ela, escutá-la e ficar do seu lado.

Mesmo sabendo que não deveria, o levantador continuava esperando. Porque, desde quando a viu sorrir pela primeira vez, Maya sempre foi alguém especial para ele, e mesmo com toda a distância, não conseguia tirá-la de sua mente.

Cada tempo que ela passava em Hyogo, era um teste para o loiro. Atsumu sempre tentava agir naturalmente, como se a presença dela não o afetasse tanto, mas a verdade é que era impossível fingir naturalidade quando se estava perto de May.

Durante aqueles verões, eles passaram muito tempo juntos seja brincando na rua com Osamu e Suna, ou apenas conversando enquanto comiam besteiras na varanda da casa dos gêmeos.