IV

178 12 1
                                    

— Layla sofre um tipo de TEPT, ela não se comunica e só verbaliza a palavra "rubi". — Digo aos outros, deixando a pasta sobre a mesa da delegacia.

— Apego emocional em algo? Um rubi ou algo relacionado ao rubi? — JJ questiona.

— Não, pela forma como ela expressa e verbaliza, parecia que o sequestrador queria que ela falasse isso. Ele a forçou a verbalizar "rubi". — Respondo aos presentes na sala.

— Por que rubi? — Hotch pergunta, franzindo a testa.

— Torturar uma terceira pessoa. — Reid afirma com clareza.

— Uma terceira pessoa? — Rossi arqueia a sobrancelha, intrigado.

— Um dos pais, alguém próximo da família ou até alguém de fora que tenha ligação. — Respondo, olhando os arquivos.

— Minha cabeça vai explodir com tantas interrogações. — Derek murmura, largando os papéis sobre a mesa.

— Vamos encerrar por hoje. Voltamos amanhã de manhã. — Hotch ordena, e concordamos.

Enquanto recolho meus pertences, JJ se aproxima.

— Talvez "rubi" seja uma pista. Pode ser algo que Layla viu ou ouviu durante o cativeiro.

— Concordo. Precisamos investigar qualquer conexão possível. — Digo, colocando minha pasta de volta na bolsa.

— Layla mencionou alguma coisa sobre o ambiente em que estava? — JJ pergunta, preocupada.

— Não, além de "rubi", ela não disse mais nada. — Respondo, suspirando. — Mas a forma como ela repetia a palavra era frenética, quase desesperada.

— Pode ser que o sequestrador tenha usado a palavra para causar medo nela. — Reid sugere, juntando-se a nós.

— Precisamos falar com as outras crianças e ver se elas mencionam algo semelhante. — JJ diz, determinada.

— Vamos descansar e retomar isso pela manhã. — Hotch nos lembra, com um tom firme.

Deixamos a delegacia e sigo para o hotel, minha mente ainda girando com as possibilidades. No quarto, tomo um banho rápido e me deito, tentando organizar meus pensamentos. O cansaço finalmente me vence e adormeço, mas meus sonhos são assombrados pela palavra "rubi" repetida incessantemente.

🕔

Na manhã seguinte, a equipe se reúne na sala de conferências. Hotch começa a reunião.

— Bom dia a todos. Vamos revisar o que sabemos e traçar um plano para hoje. Moore, você e Reid vão continuar investigando a ligação do rubi. JJ, mantenha contato com a imprensa, mas sem revelar detalhes. Rossi e Derek, analisem os outros sequestros e vejam se há algum padrão que não identificamos antes.

— Entendido. — Respondemos em uníssono.

Enquanto saímos da sala, Reid se vira para mim.

— Vamos ver se conseguimos mais informações com as outras vítimas. Talvez consigamos alguma pista adicional sobre o "rubi".

— Sim, temos que descobrir o que isso significa. — Concordo, sentindo uma nova onda de determinação.

🕔

Manhã seguinte

— Esse caso... Por que tão complicado? — JJ suspira alto.

— Tem muitos "porquês" na linha de raciocínio desse caso. — Hotch diz, caminhando até o quadro branco da sala e fazendo algumas anotações. — Vamos voltar ao início de todos os casos.

— Esperem aí. — Reid diz, observando as anotações de Hotch. — Temos as fichas das outras crianças sequestradas? — Ele pergunta.

— Temos sim. — JJ responde.

— E as fichas psicológicas? — Ele questiona novamente.

— Vou ligar para a Garcia. — Derek anuncia, fazendo uma chamada de FaceTime para a loira.

— Sala da soberana de toda a tecnologia, em que posso te ajudar? — Garcia atende com seu usual entusiasmo.

— Garcia, precisamos das fichas psicológicas de cada criança sequestrada. — Morgan pede.

— O que estamos procurando exatamente? — Rossi pergunta, olhando para Hotch.

— A palavra "rubi" era o gatilho de Layla. Talvez as outras crianças tenham alguma palavra de gatilho também. — Hotch explica.

— De acordo com a ficha médica dela, ela foi diagnosticada com TEPT e a palavra "rubi" era a chave do gatilho. — Reid acrescenta.

— O que devo procurar, docinho? — Garcia pergunta, chamando nossa atenção.

— Palavras, frases ou qualquer coisa ligada ao gatilho. — Reid responde.

— Bem, de acordo com os registros médicos, todas as oito crianças voltaram falando uma única palavra que lhes despertava o gatilho. — Garcia informa.

— Quais palavras eram essas? — JJ pergunta, pegando papel e caneta.

— Estou, eu, buscar, com, ela, rubi, seu e venha. — Garcia lista.

Enquanto Hotch escreve as palavras no quadro, tentamos entender como as palavras se encaixam. Observo o quadro atentamente e começo a juntar as palavras, formando finalmente uma frase.

— "Eu estou com ela. Venha buscar seu rubi." — Digo em voz alta, sentindo minha cabeça rodar e meu coração disparar. Minhas mãos começam a suar frio.

Rubi, rubi, rubi... Droga. Eles não estão falando da pedra, e sim de uma pessoa.

— Me dêem licença por um segundo, por favor. — Saio da sala e pego meu celular, discando o número seguro. Três, quatro, cinco toques e nada de atender. Sinto meu coração disparar ainda mais. Desisto e ligo para John. No quarto toque, ele atende.

— Murphy. — A voz do outro lado me faz sentir alívio.

— John, graças a Deus. — Suspiro. — Onde estão as meninas? Elas não atendem minhas ligações.

— Na casa segura, Liz. O que está acontecendo? — Ele pergunta, preocupado.

— Por que não consigo contato com elas?

— Estamos trocando de telefone constantemente. Temos um inimigo à solta. — Sua voz está um pouco apreensiva.

— Quem está à solta? Do que está falando, Murphy?

— Stanton fugiu da prisão, Liz. Houve uma rebelião, mas acreditam que foi alguém de dentro que o tirou de lá. Três policiais mortos. Ainda não tenho todos os detalhes.

— Como assim, Stanton fugiu? — Tento não gritar no telefone. — John, eu sou o alvo número um daquele homem.

— Não você, Liz. Angeline Mitchell é o alvo dele. E pelo que ele sabe, Angeline está morta e enterrada no fundo do oceano.

— Mas eu não estou, John, e Stanton não é qualquer fugitivo de meia tigela. Eu tenho as meninas para proteger também.

— Está tudo sob controle, Liz. — Sua voz transmite calma.

— Me coloque no telefone o mais rápido possível com Liza, e aí eu penso em me acalmar. — Desligo sem nem ao menos esperar uma resposta de John.

Dusk Till Dawn - Criminal MindsOnde histórias criam vida. Descubra agora