Capítulo 10

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Na ilha dos Grimborn, Melequento e Perna de Peixe descarregam os Gronkels enquanto os gemeos saíram conversando com Ryker algo que Soluço ignorou. Já ele foi atrás do Viggo em sua usual cabana.

— Que bom vê-lo, Soluço. Preciso de um favor.

— Você tem seus homens. Mande neles — se sentou em uma cadeira.

— Calma, Soluço. Qual a razão do seu mau humor? Conseguiu recuperar os Gronkels que eram seu objetivo na sua última caçada.

— Ainda não consegui recuperar os Ziperes Arrepiantes. Tem uma demanda alta do coro deles.

— Não encontrou a ilha que eles estão? — Viggo se levantou indo até o barril de hidromel enchendo duas canecas para beber com Soluço.

— Já sei onde estão, apenas não fui — bebeu goles grandes da bebida.

— Lembra do Dagur?

Viggo mudou de assunto repentinamente fazendo Soluço estranhar. Dagur não é lá uma fonte de inteligência mas sabe caçar dragões.

— Há um bom tempo que não o vejo — colocou a caneca vazia na mesa.

— Ele disse estar em uma missão pessoal. Eu precisava de alguns homens como os Berserkers para encontrar ilhas distantes atrás da possível existência de dragões exóticos.

— Na verdade, está querendo enviá-los em uma missão sem um possível retorno.

Viggo meneou a cabeça e se levantou para encher a caneca de Soluço.

— Mas terá retorno.

— Um possível retorno. Financeiro, para você — pegou a caneca cheia já dando um gole grande.

— E dividiria o lucro com você, meu caro Soluço. Juntos somos mais.

Levantou a caneca para bater um brinde com a caneca do ruivo. Foi ignorado recebendo apenas o olhar estreito do caçador de Berk. Suspirou e se sentou para beber.

— Já vou embora — colocou a caneca vazia na mesa novamente — Me dê minha parte pela entrega dos Gronkels.

Ambos se levantaram, Viggo deixou a caneca quase vazia na mesa e foi ao seu cofre pegar o baú de ouro que já estava contado e separado. Ryker entrou sem se apresentar e cochichou algo no ouvido do irmão. Viggo olhou de canto para o seu parceiro de vendas e se afastou de Ryker. Entregou ao Soluço o baú e ele já foi dando as costas para sair da cabana. Soluço não se preocupa que Viggo um dia lhe dê um rasteira porque todos, e até mesmo Viggo, sabem que Soluço Haddock é superior a todo caçador que na maioria são metidos a besta. Mas com a informação que Ryker deu ao irmão que não chegou a ninguém ainda, ele vai ter que começar a ter cuidado.

— Vamos?

— Pegou o ouro? — Melequento questiona fazendo o primo abrir o baú. Seus olhos até brilharam vendo ouro puro em moedas — Uh, que beleza. Isso é maravilha. Já até sei que presentes vou comprar.

— Quando chegarmos em Berk eu te dou uma parte para você poder mimar sua mãe — Soluço disse humorado fechando o baú.

— Não amola, Soluço. Minha mãe merece o presente perfeito no aniversário dela — cruzou os braços — E por falar nisso — Melequento disse de forma doce batendo os dedos indicadores um no outro.

— Pode ir passar uns dias com sua mãe, Melequento. Você não vai fazer tanta falta assim na equipe.

— Ei!

— Você sabe que tô brincando. Olha, você vai para Berk com o baú agora e eu e o resto do pessoal vai em uma ilha.

— Sério? Vocês vão acampar sem mim?

— Só vamos caçar, Melequento, não precisa fazer drama. Sua pessoa é importante para entregar esse ouro ao Stoico que vai repartir entre o cofre de Berk e nós.

— Não acho justo você ganhar uma parte desse ouro sendo que é o filho do chefe.

— Se você reclamar mais uma vez, você não ficar sem nada.

— Ai, tá bom. Não precisa ser extremo — pegou o baú — Vou pegar um barco.

Melequento se afastou deixando o mapa marcado com a próxima ilha com o líder que chamou o resto da equipe.

— Espero que estejam descansados. Teremos um longo dia caçando.

— Vamos só terminar a noite — Perna de Peixe alertou.

— Opa, então parece que vamos mesmo acampar — Cabeça dura esfregou as mãos com um sorriso sapeca.

— Se já estiver de noite quando terminarmos, não vai ser uma má ideia, certo? Não contem para o Melequento.

Os gêmeos comemoraram e foram correndo na frente para o o navio. Perna de Peixe foi andando calmamente ao lado do melhor amigo.

— Pensando em pegar quantos Ziperes Arrepiantes?

— O tanto que conseguirmos capturar ou o tanto correspondentes ao número de armadilhas que ainda temos.

— Uns treze então.

— E nem precisamos de armadilhas tanto assim. Vamos conseguir atraí-los e prender sem problema nenhum. Já pegaram as armas que queríamos?

— Todas já estão no barco.

Chegaram no porto e entraram prontos para ir até a ilha de Ziper Arrepiante. Os gêmeos brigaram por quem dominaria o timão enquanto Soluço apenas ficava dentro da cabine olhando seu diário. Está pensando em jogá-lo fora assim como todos os outros guardados em casa. Sente raiva por ter se dedicado a memória dela a desenhando e desabafando em poemas que agora acha que devem ter virado piada por terem chegado na pessoa que passou dias, semanas, meses e até anos pensando estar morta. Se sentiu impotente. Por que passou todos esses anos mentindo sobre estar morta? Por que tantas mentiras e segredos? É tão difícil contar a verdade para ele? Ele guardaria tudo em segredo. Tudo ficaria entre eles como sempre foi. Quis chorar por ter apenas a acusado em vez de ouvir. Engoliu o choro. 
Escutou Cabeça dura gritando para jogar a âncora. Se levantou deixando o diário em cima da mesa, apenas o deixou para trás como pretendia deixar Astrid já que ela é sua inimiga.

— A ilha parece calma — Perna de Peixe observou já pisando na praia.

— Vai ser fácil pegá-los. Quando estiverem correndo, vão esquecer  é um dragão de duas cabeças e cada cabeça vai tentar ir para um lado e vamos abatê-los facilmente.

Soluço disse descendo com algumas armadilhas. Os  gêmeos desceram correndo e já entraram na ilha sem esperar pelo resto da equipe. Eles estão com apenas uma armadilha e os dois estão carregando cada um uma ponta dela. Na primeira árvore que encontraram, cada um foi para um lado e acabaram caindo e tentando puxar um ao outro.

— Estes dois lembra facilmente um dragão que o coro é bastante procurado nos mercados.

Riram. Soluço entrou na pequena floresta pronto para armar as armadilhas. Caminhou por uma clareira até encontrar um ótimo lugar para a primeira armadilha. Caminhou rumo a montanha no final da clareira para armar a segunda. Sua visão periférica viu algo se movimentando em uma árvore ao seu lado esquerdo. Olhou firme e percebeu ser um papel preso a uma faca no tronco de uma árvore. Caminhou até ela e puxou o papel rasgando a parte que a faca estava segurando.

Soluço,
Já que nos declarou inimigos, vou agir como tal e atrapalhar seus esquemas. Essa costumava ser uma ilha pacífica habitada por Ziperes Arrepiantes e outras poucas espécies mas como poder ver, você chegou um pouco tarde e já levei esses dragões para um lugar seguro e fora do seu alcance. Que os jogos comecem, querido.
Com amor, Astrid.

Soluço cerrou os dentes e amassou com raiva o bilhete. Já que é assim que ela quer. Vai ser assim até um dos dois desistir.

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Esse capítulo é pela minha vitória da semana de provas e agora o próximo só os deuses sabem quando vai sair 🙃

O que estão achando da fanfic? 👀🍿

Espero que estejam gostando e que eu esteja cativando alguma admiração ♥♥♥

@LayHyungMin

No Dia Em Que Você Se Foi - Como Treinar O Seu DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora