Sete

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Ana Flávia leBlanc ⚡️
New York, EUA

Me olho no espelho e fico satisfeita com o que vejo.

Eu estava usando um vestido preto de cetim longo, em uma das pernas tinha uma enorme fenda que ia um pouco abaixo da minha virilha. Em meus pés havia um salto da cor prata com algumas tiras subindo pela minha canela, combinava perfeitamente com os acessórios de prata em meu pescoço, pulso e orelha.

Escuto o telefone do meu apartamento tocar e desço as escadas, indo até a sala e atendendo.

—— alô?

—— senhorita Ana Flávia, o senhor Gustavo está aqui em baixo. Devo deixá-lo subir?

—— não precisa, eu estou descendo!

—— certo.

Deixo o telefone no gancho e pego a minha bolsa de mão em cima do sofá. Caminho até o elevador e desço os andares até a recepção.

Quando as portas se abrem, posso ver o moreno escorado no balcão enquanto conversa com porteiro. Ele estava distraído e sorria.

Saio do elevador e começo a caminhar em direção a ele. Provavelmente o baralho dos meus saltos fez ele olhar para mim e sorrir enquanto me olha de cima a baixo.

Gustavo a alguns passos em minha direção e nos encontramos.

—— você está linda —— ele fala com a sua voz rouca e coloca as mãos no bolso do terno.

Olho ele de cima a baixo e depois abro um sorrisinho de lado —— você não está nada mal.

Ele da de ombro —— eu sei

Reviro os meus olhos e passo por ele, andando em direção a porta.

—— vamos!

—— eu não ganho nenhum beijo? —— ele começa a caminhar junto de mim, extremamente sexy.

—— quem sabe depois?! —— dou uma piscadela e mordo os lábios.

—— eu vou cobrar hein..—— chegando em seu carro e Gustavo abre a porta para mim.

Antes de entrar no carro, paro alguns segundos em sua frente e aproximo o meu rosto do seu, podendo sentir o seu hálito de hortelã.

—— pode cobrar, mas eu não garanto nada!

Gustavo assa a língua pelos lábios e desvia o olhar para a minha boca.

Entro no carro e ele fecha a porta, caminhando até o outro lado e entrando no banco do motorista.

***

O barulho da música e das conversas invadem os meus ouvidos assim que adentramos o evento, tinha muita gente e isso me deixava feliz!

Sinto os dedos do Gustavo se entrelaçarem aos meus e começamos a passar entre a multidão de pessoas que estava ali.

De longe, avisto a mesa onde estava o meu irmão e Carolina, que também era a mesa em que Gustavo e eu ficaríamos.

Quando nos aproximamos deles, Arthur olha sem entender para nós dois enquanto a sua esposa lançava um sorrisinho pra mim.

—— oi gente —— minha cunhada diz sorridente assim que nos sentamos.

—— olá, eu não sabia que vocês dois se conheciam..—— diz o meu irmão —— quanto tempo Gustavo—— ele sorri para o meu acompanhante.

—— digo o mesmo, eu nem me lembro qual foi a última vez que nos vimos! —— Arthur concorda e os dois começam a ter uma conversa.

Carol me chama para ir ao banheiro com aquele sorrisinho dela. Eu já sabia que o interrogatório começaria, mesmo assim me levantei e fui porque estava precisando fazer xixi.

—— eae, como foi? —— a loira me pergunta assim que entramos no banheiro.

Franzo o cenho —— o que que foi o que Carolina? —— entro uma cabine e a minha cunhada entra comigo.

Levanto o meu vestido e me sento no vaso -eu estava sem calcinha porque marcava o vestido-.

—— ué, como foi quando ele foi até a sua casa te buscar? Rolou um beijinho? Talvez uma rapidinha? —— ela ergue uma sobrancelha.

—— não rolou nada Carol! Por que transaríamos antes de vir ao evento? O normal é depois!

Ela bufa —— eu esqueci que você nunca esteve em um relacionamento. Normalmente, antes de sair, bate aquele desejo um pelo outro, apenas por vê-lo arrumado e extremamente sexy. Rola aquele sexo rapidinho, apenas afastando a calcinha e pronto.

—— ah. Bom, não aconteceu nada!

—— por que você não tenta algo com ele?

—— só ficamos algumas vezes Carol, como eu tentaria algo com ele e por que?

Me limpo e levanto, colocando o meu vestido no lugar. Abro a porta e saímos da cabine, indo até em frente ao espelho.

—— apenas para tentar algo sério naflavia. Ele é um cara bem legal, que gosta de compromisso e acima de tudo te respeita. Hoje em dia está bem difícil achar homens assim, sabia?

—— eu não sei Carol, não consigo ficar apenas com uma pessoa. E se caso der certo e eu fizer alguma cagada? Tipo trair?

—— se der certo e você gostar dele, não fará algo que possa magoá-lo. Vai por mim, eu sou uma mulher casada e tenho filhos com o amor da minha vida, escute o que eu tô te falando!

—— deixa acontecer naturalmente. Eu não quero forçar nada, entende? Não gosto de me sentir presa e algumas coisas que eu senti por ele já me deixam louca!

—— você que sabe amiga, mas não dispensa ele não.

Confirmo com a cabeça apenas para ela parar de falar nesse assunto. Não consigo me ver em um relacionamento sério. Eu não conseguiria, magoaria a pessoa! Então prefiro nem tentar..

Nós duas voltamos para a mesa e nos sentamos, quando cheguei, Gustavo me entregou uma taça de champanhe e eu sorri em agradecimento.

Gustavo assou o braço pelo meu ombro e eu estremeci com isso. Sei que é normal, somos acompanhantes, mas Gustavo parece fazer isso tão naturalmente, como se fosse uma rotina para nós!

Será que Carol está certa? Eu devo tentar algo? Mas o que temos é só um bom sexo, nem conversamos direito e eu sei que a culpada disso é eu. Não dou abertura para ele, sei disso!

Gustavo um cara bonito, muito bonito. Deve ter altas na lista dele, que provavelmente ele nem da bola. Nunca vi ele com ninguém. Já eu, todo final de semana estou com um homem diferente.

Quanta falta de classe, como diz Lara. Por muitos já me chamaram de puta. Se soubessem o real motivo de eu fazer isso, eles me dariam um abraço, não xingamentos.

—— quer dançar comigo, amor? —— Arthur pergunta a Carol e ela confirma com a cabeça, sorridente.

E então os dois de levantam e vão até a pista.

Gustavo e olha e eu faço o mesmo.

—— sei que provavelmente você diria não se eu lhe convidasse para dançar, não é?

—— na verdade, não! —— me levanto e seguro em sua mão, puxando ele para cima —— vamos dançar.

Ele sorri e nos dois caminhamos até a pista. A música que tocava era um pouco lenta, então Gustavo segurou em minha cintura e eu passei os meus braços ao redor do seu pescoço.

Começamos a mover o nosso corpo de um lado pelo outro lentamente. Deitei a cabeça em seu peito e apenas curti o momento.

Consolo | MIOTELAOnde histórias criam vida. Descubra agora