Ana Flávia
New York, EUAEu particularmente não gosto de crianças. Alguma coisa nelas me irrita. Mas eu tenho exceções, os meus sobrinhos.
Clarisse corre até mim e eu a pego no colo, dando um beijo em sua bochecha redonda.
—— olá minha pequena.
Clarisse tinha os cabelos loiros iguais aos de sua mãe, ela seria idêntica a minha cunhada se não tivesse puxado os olhos de Arthur, que eram idênticos ao do papai.
—— fiquei surpresa quando Arthur me contou que a caçula da família tinha assumido as empresas da família LeBlanc —— Carol diz e ergue a sobrancelha, dando um sorrisinho.
De todos os meus cunhados e cunhadas a Carolina é a minha preferida e a que eu tenho mais contados. Nós conversamos frequentemente pela webcam e nos damos bem.
—— foi surpresa até para mim. Aqueles idiotas sempre querem mandar em mim e decidir as coisas sobre a minha vida antes de me comunicar. Eu odeio isso —— bufo e me sento em um banco do balcão da minha cozinha.
—— são seus irmãos mais velhos, só querem seu bem. Não seja rude.—— Carol da de ombros e eu estreito os meus olhos.
—— depois que você virou mamãe só sabe me dá lição de moral —— minha sobrinha começa a brincando com as pontas do meu cabelo e eu escuto o barulho do elevador na sala de estar, indicando que o meu querido irmão mais velho havia chegado.
—— ah não —— deito a cabeça no balcão e escuto a risada da loira —— alguém me salva da tortura que está por vim , por favor?
—— pensa pelo lado positivo, Gael está com ele —— minha cunhada se refere ao bebê de dois meses que eu não havia conhecido pessoalmente ainda.
—— tem razão! —— deixo mais um beijo na bochecha da miniatura loira em meu colo e a coloco nos braços de Carol.
Saímos da cozinha e fomos para sala, onde vi Arthur com um pinguinho de gente em seus braços. Corri até ele e peguei o meu novo sobrinho em meus braços.
—— aí ele é lindo, se parece comigo —— digo convencida e Arthur revira os olhos.
—— não, ele se parece comigo, assim como você se parece comigo! —— olho para o meu irmão e o julgo com o olhar.
—— não tira o fato de se parecer comigo, esquisito!
—— a sua educação me deixa admirado pirralha! —— Arthur diz em um tom de deboche e passa por mim bagunçando o meus cabelo.
Ignoro a provocação do mais velho e faço um carinho de leve na bochecha de GaelArthur se auto-convidou para um jantar em minha casa. É uma sexta à noite e eu planejava estar em uma balada, em agarrando com alguém, mas não, meu amado irmão é abusado e aparece com um jantar em minha casa na cara dura!
***
As crianças já haviam dormido e agora estava apenas eu, Carol e Arthur sentados na sala com taças de vinho nas mãos.
—— creio que Larissa já tenha lhe dado um sermão sobre o que você aprontou no velório da mamãe, certo? —— Arthur me pergunta e eu reviro os meus olhos.
—— já sim e vou dizer a você a mesma coisa que eu disse a ela: quem tinha o direito de me dar sermão estão a sete palmos da terra!
—— que horror, olha como você se refere a eles! —— meu irmão diz como se eu tivesse falado algo totalmente inapropriado
—— eu menti, Art? —— ergo a sobrancelha e bebo um bom gole do vinho tinto.
Ele nega com a cabeça e abaixa a cabeça.
—— não, você não mentiu. Papai e mamãe estão mortos e restou só a gente, e como o seu irmão mais velho eu me sinto no direito de dizer que isso que você faz quando alguém morre não é algo normal.—— eu faço o que eu quiser. Qual é o problema de vocês com a minha vida sexual? Eu juro que eu realmente tento entender.
—— o problema não é com a sua vida sexual e sim com o motivo que você a usa! Qual é Ana Flávia, você já chorou?
Mordo o meu lábio e nego com a cabeça.
—— você sabe que eu não consigo..—— seja uma pessoa normal e chore pela morte de sua mãe, cacete! —— Arthur se exalta e consigo ver Carol colocando a mão em seu ombro e dizendo alguma coisa em seu ouvido.
—— eu não tenho culpa de ser totalmente fodida das ideias, Arthur —— levanto e pego a garrafa de vinho que estava na mesa de centro, enchendo a minha taça —— eu sinto muito por não ser perfeitinha igual todos os outros LeBlancs. Nasci errada, eu sei, não precisa ficar me lembrando disso todos os dias, porra!
—— olha gente, vamos conversar normalmente. Vamos trocar de assunto, pelo amor de Deus, fazia dois anos que vocês não se viam! —— Carol diz em um tom alto e eu e Arthur ficamos calados .
—— eu acho melhor a gente ir embora, essa garota tira a minha paciência.
—— Arthur..—— a loira tenta converter a situação.
—— vamos, amor! —— Carol respira fundo e se levanta. Os dois caminham até o quarto em que os bebês estavam dormindo e logo aparece com os dois em seus braços —— tchau Ana Flávia, vê se pensa em suas atitudes.
—— vê se educa os seus filhos e não a mim!
Os braços da minha cunhada me envolvem e ela se despede de mim —— não liga para ele, vejo você logo logo.
E com isso os dois entram no elevador e saem do meu apartamento.
Seguro a minha vontade de chorar e pego meu celular no bolso traseiro da minha calça de couro, discando o número de Camilo.
Arthur está certo ou errado? O que vocês acham?
- Voltei, desculpa o sumiço.
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Consolo | MIOTELA
RomansaOnde após uma perda, Ana Flávia procura consolo no sexo brutal de Gustavo. Mas as coisas saem do controle e ambos começam a ter sentimentos a mais um pelo outro, quanod decidem entrar em um relacionamento que começou apenas para tentar ajudar Ana Fl...