treze

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Gustavo Camilo 🌪️
New york, EUA

—— eu beijei um cara!

Dou um passo para trás com o impacto que aquela frase havia causado em mim.

Meu coração estava acelerado e eu senti os meus olhos arderem pelas lágrimas acumuladas.

Eu realmente não estava esperando isso.

Quando Ana me disse que ia em uma balada hoje eu fiquei com pouco apreensivo mas eu confiei. Eu confiei que ela não fosse nem ao menos da moral para outro homem.

—— Gustavo..—— ela se aproxima de mim. Ela estava chorando, seus olhos estavam inchados e seu rosto encharcado.

Mas que merda, era eu quem devia está chorando!

—— olha, eu parei..eu parei! Não durou nem se quer cinco segundos. Eu me lembrei de você, me lembrei que tinha um namorado e bati na cara do homem, vim correndo até você.

Suas mãos seguram o meu rosto com receio. Meus olhos encontram o dela e LeBlanc morde o seu lábio.

Posso sentir o cheiro forte de bebida que vinha dela e eu imagino ela dirigindo por Los Angeles completamente bêbada.

—— eu tô errada pra caralho, eu sei disso. Me desculpa por favor, não termina comigo. Eu já tenho algum tipo de sentimento por você que eu não consigo explicar, mas é bom, muito bom. Não termina comigo por favor, eu estou tão arrependida e...eu juro nunca mais fazer isso.

Eu não sei o que respondeu, estou em choque. Pensei que nunca passaria por algo assim novamente.

Me doeu muito quando minha ex noiva me traiu com outra pessoa. Mas parece que quando Ana me disse que beijou outro homem me machucou mais, eu simplesmente não consigo entender o porque.

Não sei o que faço. Eu estou totalmente em choque!

Me afasto de suas mãos e me sento no sofá, passando a mão pelo cabelo e respirando fundo.

Quando entrei nesse relacionamento eu sabia que isso poderia acontecer a qualquer momento, mas depois de um tempo eu parei de acreditar nisso e agora quebrei a cara.

—— você está bêbada, amanhã a gente conversa, pode ser? —— tiro a minha mão do rosto e olho para ela.

Ana Flávia engole em seco e confirma com a cabeça. Depois ela caminha até o sofá que havia jogado sua bolsa e a pega, caminhando rumo a porta.

confirma com a cabeça. Depois ela caminha até o sofá que havia jogado sua bolsa e a pega, caminhando rumo a porta.

Me levanto e seguro o seu braço.
—— eu acabei de falar que você está bêbada. Você não vai dirigir agora. Toma um banho e deita!

—— tudo bem..

Em completo silêncio nós subimos para o segundo andar e entramos em meu quarto. Ana Flávia foi direto para o banho e eu me joguei na cama, permitindo algumas lágrimas a caírem pelo meu rosto.

Quando escuto a porta do banheiro se abrir eu limpo as lágrimas correndo e me sento.

Ana Flávia sai de lá com uma toalha e o cabelo preso em coque. Ela vai até o meu closet e em alguns minutos sai de lá com uma blusa minha e com o cabelo solto.

Da a volta na cama e se deita, puxando a coberta até o ombro e pousando uma mão embaixo da bochecha rosada.

Seus olhos encontram os meus e eu rapidamente desvio o olhar. Me deito de costas para ela e levo a mão até o interruptor, desligando a luz e deixando o quarto em completa escuridão.

Consolo | MIOTELAOnde histórias criam vida. Descubra agora