Capítulo 2 ― Dois.
Eliza and her desires.Eliza sabia que era muito diferente de todas as illyrianas que tinha conhecido ao longo de sua vida. Podia contar nos dedos aquelas que conhecia e tinham mães por perto e se não a figura materna principal, elas tinham conforto em irmãs mais velhas, tias e primas, mas Eliza nunca teve ninguém para pensar que fosse sua mãe.
Ela era criada por seu pai desde que lembrava, suas primeiras memórias sempre o envolviam e nunca tinha sofrido pela falta de um amor que nunca havia tido. Seu pai preenchia tudo que faltava em seu coração e jamais havia ficado longe de si ou a odiado mesmo que a mãe tivesse falecido em seu parto.
A moça sempre ficava encantada com a história do romance de seus pais e ficava feliz por ter uma chance de admirar como uma espectadora mesmo que sua participação na história dos dois acabasse por ter ocasionado o fim trágico dela.
O comandante Devlon sabia que cometeria um erro ao se apaixonar pela moça de pele negra invés de focar em seus treinamentos quando era um simples soldado, mas seu coração tinha o traído desde o primeiro instante que a enxergou tomando banho de rio, se achou um tarado por ficar observando aquela mulher de costas, mas não conseguiu ficar longe e quando ela se vestiu ele tentou se aproximar dela observando seu olhar arisco e desconfiado e entendia o motivo dela ser daquele jeito.
Elizabeth tinha as cicatrizes nas costas mostrando que havia perdido suas asas e ela nunca as escondia, demorou anos até que Devlon conseguiu cortejá-la e se dividia entre o exército e os exercícios militares enquanto esperava pelo dia que pudesse desposá-la. A moça também era órfão e os decidiram que seriam os dois contra o mundo e assim ficaram durante anos, ele conseguiu arranjar um bom terreno para viver e conseguiram construir a casa juntos como desejavam.
Ela era empregada e fazia faxinas para complementar a renda numa época em que Devlon era um soldado de patente baixa almejando o topo para conseguir trazer uma vida mais tranquila para sua amada, mas ela o amava de qualquer forma mesmo que os dois morassem em uma cabana feita de folhas e tronco de árvore, ele havia se enfiado em seu peito de um jeito que jamais deixaria de amá-lo.
Quando engravidou foi uma alegria para os dois e logo Devlon foi promovido por conta de seus feitos e conquistas, seguia ordens e era muito competente no que fazia sempre mostrando disposição e pensando apenas no bem estar de sua esposa, ainda mais quando ela passou a gestar o fruto do amor dos dois.
A gravidez tinha seguido de forma tranquila sem susto algum e Elizabeth achava engraçado a forma como Devlon sempre fazia o trabalho doméstico em casa já que não queria que ela se esforçasse por motivo algum. Quando o dia do parto chegou, ele ficou preocupado com sua amada sofrendo com a dor durante horas e nenhuma fêmea lhe ajudava com aquilo, todas diziam que era necessário para que a criança pudesse vir ao mundo e ela também concordava.
Aquelas horas foram enlouquecedoras para ele assim como cada grito de seu amor, mas ela conseguiu dar a luz a uma pequena illyriana com a pele escura como a dela e Devlon não se importou nenhum pouco da menina não lembrar o pai em parte alguma, Elizabeth estava exausta por todo o esforço que tinha feito e pela hemorragia que tinha, mas conseguiu encarar a filha por alguns segundos enquanto o sono segurava seu corpo paralisando seus músculos.
― A chame de Eliza. ― Ela o pediu quase com um sopro de voz. ― Eu amo os dois. ― Foi a última coisa que disse antes de se render ao sono para todo sempre.
Devlon jamais esqueceu a expressão angelical e serena que ela tinha na face após o corpo se esvair em sangue impedindo que ele pudesse se despedir de sua tão amada esposa, Elizabeth tinha partido do mundo levando um pedaço de seu amado para todo sempre e o militar sabia que precisava se manter forte por sua filha.
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A Court Of Wishes and Happiness (Azriel)
FanficACOTAR Azriel já tinha aceitado seu destino e presumia que seus desejos não seriam realizados, morreria por seus amigos sabendo que jamais encontraria o amor por ter certeza de que o sentimento não desejava que ele o sentisse, a figura misteriosa de...