XIII

40 8 35
                                    

Aviso:

O conteúdo a seguir apresenta violência, gatilhos e palavras de baixo calão. Se esses conteúdos causarem desconforto, recomendo interromper a leitura. Você foi avisado.

X

Park tocou as bordas da banheira, sentindo o contraste entre a cerâmica fria e a água quente. Emergindo, ele respirou avidamente, seus pulmões reclamando pelo tempo sem ar. Ignorando a necessidade de oxigênio, submergiu novamente, gritando sob a água, os sons abafados reverberando ao seu redor.

Suas preocupações e medos o consumiam. Havia tantas coisas para se preocupar.

A pressão era esmagadora, tanto externa quanto interna. Políticos, gangsters e colaboradores esperavam pela morte de Bunny, mas Jimin temia fraquejar novamente. Sempre que via o castanho, seu corpo travava e ele entrava em um estado de transe, como se estivesse olhando nos olhos da Medusa e, lentamente, se tornando pedra. Sabia que era o certo, considerando o sofrimento que havia passado e o que Jeon tinha feito aos outros. No entanto, algo dentro de si, bem guardado e escondido, clamava por misericórdia quando avistava os olhos outrora brilhantes.

Às vezes, Jimin acreditava que estava sendo punido por amar alguém como Jeon, ou talvez simplesmente por ter amado outro homem. Como se seu sofrimento já não fosse suficiente, Yoongi apareceu, adicionando mais peso aos seus ombros, trazendo sentimentos e pensamentos que faziam sua pior faceta emergir. Eram muitas coisas para lidar e sentir simultaneamente.

Jimin emergiu novamente, respirando ofegante. Seu corpo tremia violentamente, e ele permitiu que as lágrimas caíssem livremente por seu rosto. Na solidão, ele podia fraquejar e revelar o verdadeiro Park Jimin, aquele homem fraco que tanto se esforçava para esconder.

X

Park caminhava pelos corredores, escoltado por seus seguranças. Vestia roupas comuns, pois, ao sair do banho, não tinha energia ou vontade de se arrumar como de costume. Hoje, ele estava se permitindo ser Park Jimin mais do que o habitual. Não que usasse algo extraordinário, apenas uma calça preta skinny, uma camiseta da mesma cor e suas botas favoritas.

Estavam a caminho do quarto de Min. Jimin nem sabia se o loiro estaria lá, já que, de repente, ele começou a agir como um gangster de meia tigela. Sentia pena dele, verdadeiramente. Sabia que era egoísta ao mantê-lo ali apenas para satisfazer seus sentimentos corroídos, mas não havia nada que o prendesse. Yoongi tinha todos os seus eletrônicos à disposição, todas as portas abertas e caminhos livres; poderia ir embora quando quisesse.

Enquanto caminhavam, Jimin se perguntava por que o loiro sequer havia tentado sair. Quando passaram por um dos corredores, ele sentiu o cheiro de cigarro. Curioso, direcionou seu olhar para a origem do cheiro e encontrou Yoongi sentado no chão com seu notebook no colo. O loiro percebeu a presença alheia e captou o olhar de Jimin.

— Achou! — disse ironicamente, a fala acompanhada pela fumaça que soltava.

— Ótimo, precisamos visitar alguém — respondeu Park, vendo o loiro arquear uma sobrancelha e soltar a fumaça novamente. Yoongi deu um último trago no cigarro, levantou-se e jogou-o no tapete chique, exalando a fumaça próximo ao gangster. Em seguida, entregou o notebook para um dos seguranças de Kitty.

— Pra sua sorte, minha agenda está vazia — ironizou, andando à frente, como se soubesse para onde estavam indo. Park não respondeu, apenas revirou os olhos e seguiu até o elevador. Ao caminharem lado a lado, o cheiro de cigarro exalado pelo loiro se tornou mais forte, incomodando o nariz sensível do rosado, fazendo-o espirrar e torcer o nariz em seguida. Ele fedia — Saúde! — disse Yoongi, com um sorriso irônico nos lábios finos e rosados. Jimin se incomodava com aquela nova persona de Yoongi, mas era inegável que todos os recentes atributos combinavam com ele.

PredadorOnde histórias criam vida. Descubra agora