Aromas do Passado - Jemma

25. Brides?

Após semanas de adaptação à sua nova rotina pós-cirurgia, Jenna sentiu-se confiante o suficiente para dar um pequeno passo em direção à normalidade. Decidiu sair para a padaria próxima ao entardecer, aproveitando um momento de tranquilidade na rua pouco movimentada. Emma, Bianca e Johnna, ocupadas com os afazeres do dia a dia, não perceberam que Jenna decidiu sair sozinha.

Enquanto caminhava pela calçada ensolarada em direção à padaria, Jenna tentava absorver os sons e os cheiros familiares da vizinhança. Ela se sentia um pouco desconectada, mas a oportunidade de respirar ar fresco e ser independente por um breve momento era revigorante.

Chegando à padaria, Jenna entrou e cumprimentou o padeiro com um sorriso educado, sentindo-se um pouco nervosa pela nova sensação de estar sozinha em público. Ela escolheu alguns itens na prateleira, tentando lembrar quais eram seus favoritos, mas percebendo que tudo parecia um pouco distante, como se estivesse vendo as coisas através de um véu.

Ao sair da padaria com sua sacola de pães frescos e doces, Jenna notou uma figura familiar parada ao lado da porta. Era a mãe de Emma, uma mulher elegante com cabelos loiros e um olhar sério. A rua estava surpreendentemente quieta, criando uma atmosfera quase íntima entre elas.

- Jenna, querida, que bom te encontrar aqui - a mãe de Emma disse, abordando Jenna com um sorriso caloroso, mas cauteloso.

Jenna franziu a testa, tentando reconhecer a mulher à sua frente. Ela sabia que havia algo familiar naquele rosto, mas as conexões ainda não estavam claras em sua mente.

- Desculpe, eu... você me conhece? - Jenna perguntou hesitante.

A mãe de Emma pareceu um pouco surpresa com a pergunta, mas recuperou-se rapidamente.

- Oh, querida, eu sou a mãe da Emma. Você se lembra de mim? - ela disse, seu tom suave tentando transmitir uma familiaridade reconfortante.

Jenna olhou para ela, os olhos vasculhando suas lembranças sem sucesso. - Eu sinto muito, eu não consigo me lembrar... - admitiu Jenna, sentindo-se frustrada consigo mesma.

A mãe de Emma pareceu triste por um momento, mas então uma ideia pareceu surgir em sua mente.

- Jenna, nós duas somos noivas. Estamos juntas há muito tempo. Eu estava preocupada com você - disse ela, tentando capitalizar a confusão de Jenna.

Jenna piscou, processando as palavras que acabara de ouvir. Ela procurou em sua mente por qualquer indício de relacionamento entre elas, mas tudo continuava vago. No entanto, a preocupação evidente nos olhos da mulher à sua frente despertou um impulso de aceitação em Jenna.

- Nós... somos noivas? - Jenna repetiu, sua voz tingida de dúvida.

A mãe de Emma assentiu, olhando para Jenna com um misto de tristeza e alívio. - Sim, querida. Nós nos amamos muito. Estou aqui para te apoiar, sempre.

Jenna sentiu uma onda de emoção e confusão inundar seu coração. Ela queria desesperadamente ter respostas, queria preencher as lacunas em sua memória, e a ideia de uma conexão profunda como essa parecia oferecer um senso de pertencimento que ela tanto buscava.

- Eu... eu entendo - Jenna murmurou, lutando para conter as lágrimas que ameaçavam escapar.

A mãe de Emma abriu os braços, oferecendo um abraço que Jenna aceitou prontamente. O gesto era estranho e familiar ao mesmo tempo, um símbolo de conforto em meio ao caos de suas emoções.

Enquanto Jenna se acomodava na ideia de ser noiva de alguém que mal conseguia lembrar, ela sentiu uma mistura de gratidão por ter alguém ao seu lado e uma inquietação profunda sobre seu próprio passado. Ela sabia que precisava descobrir a verdade, mas por enquanto, permitiu-se aceitar o apoio e o amor que lhe eram oferecidos naquela rua tranquila, ao lado da padaria, onde o sol começava a se pôr e as sombras se alongavam.