Nós vamos roubar para você

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-Certo, já entendemos, você é muito mais esperto do que nós.- Melina disse.- O que quer?

-Owen e eu éramos como os Beatles, se eles tivessem sido...

-Nanicos?- Atlas disse.

-Gênios!

-Tenho certeza que os Beatles foram gênios.- Lula disse.

-Como eles, tínhamos um sonho.- Walter prosseguiu.- Queríamos criar mágica genuína. O que eu queria era tecnológico e elegante, mas Owen queria agir só e então mostrou meus arquivos para a diretoria e os fez pensar que eu era desequilibrado.

-Tirou fotos dele dormindo?- Melina disse.

-Ele me expulsou da minha própria empresa e anda por aí como se fosse dele. Usando um chip que é a chave para todos os computadores do mundo, pode burlar qualquer sistema e espiar qualquer um em qualquer lugar. E agora vai ser vendido.

-Se tem tanta fortuna porque não compra?- Jack perguntou.

- E deixar o dinheiro com ele? Não! E não preciso comprar se vocês podem roubar para mim.

-Ahhh.- Lula disse.

-Será exibido para possíveis compradores em dois dias. Como passarão pela segurança não é da minha conta, só preciso que roubem.

-Só isso? - Atlas Ironizou.

-É perfeito, não?

-E por que você acha que vamos roubar para você?- Jack perguntou.

-  Eu tinha uma razão... Qual era? Ah...se não roubarem eu mando matar vocês, todos trabalham para mim.

-Mas quer saber? Não vou roubar nada para você, a menos que Dylan concorde.- Jack se levantou.

-E onde está Dylan?

-Não importa.- Lula também se levantou.-Concordo com ele, pode nos matar, não vou roubar nada.

-Parece um consenso, Walter e vamos pagar para ver seu blefe.- Merritt disse.

Houve um momento de silêncio, Melina estava bastante pensativa durante a conversa e Danny parecia pensar algo similar a ela.

-Nós vamos.- Melina e Daniel disseram se levantando.

Walter cumprimentou Atlas e seguiu para Melina, mas ela recusou o aperto de mãos.

- A gente consegue as coisas e então fazemos.- Ela declarou.

-O que?- Jack perguntou.

- Estamos em Macau, a loja mais antiga de mágica fica aqui. - Daniel finalizou.

-Obrigado.Vão ver como vai ser divertido.Chase levará vocês para as compras amanhã.



  -Por que roubar algo para esse nanico narcisista?- Merritt perguntou enquanto caminhavam.

As ruas de Macau eram estreitas e Melina se mantinha caminhando na frente, para manter os pensamentos em ordem.

-Eu não gosto disso e gosto menos ainda da ideia de vocês dois mandando no grupo.- McKinney prosseguiu.

- E gosta do fato de sermos chacota no mundo da mágica? - Atlas perguntou.

- E além do mais- Melina diminui o passo.- Se vocês lessem um pouco sobre onde estão se metendo saberiam que o olho tem uma história aqui, talvez alguém possa nos ajudar. Não foi uma decisão tomado sem mais nem menos. Isso é por nós.- Até que Dylan volte.

-Mas Dylan disse que deveríamos trabalhar como um só organismo e não é o que está parecendo.- Jack declarou.

-Isso é só um conto de fadas, que Dylan conta a nós e a si mesmo.- Daniel disse.

Melina tentou não focar muito no que Wilder disse, mas foi impossível.

-Se toma decisões sozinhas como vou confiar em você? - Ele perguntou, segurando o braço dela, fazendo ela parar de andar.

-Não vai, a menos que veja o meu lado por completo, Jack. E não é o que está acontecendo.- Ela se soltou e continuou andando.

  Felizmente virando a esquina eles encontraram a loja, que tinha espaço o suficiente para se esconderem um dos outros, que era exatamente o que precisavam. Walter tinha conseguido virar o mundo deles de cabeça para baixo, separando-os uns dos outros.

Melina foi para os fundos da loja, enquanto Atlas foi ao balcão, puxando a lista do bolso, pedindo tudo em plástico, nada de metal.

Ela olhou entre algumas prateleiras, procurando algo útil, ela estava se arrependendo profundamente da mini discussão com Jack.

- Que situação.- Lula surgiu atrás dela.

-Nem me fale- Melina sorriu amarelo.

- Eu vi a tensão lá atrás, mas eu confio no seu plano, você não faz o tipo burra.

Melina riu.

-Obrigada? Mesmo não fazendo o tipo "burra",me sinto uma idiota.

-Ah, eu entendo.- Lula disse.-Prendendo o dedo em um brinquedo de criança.- Acontece com todos.

   Melina estava prestando atenção em uma máquina de "chuva reversa" que fazia as gotas levantarem ao invés de descerem.

-Gente, eu e meu irmão temos coisas a resolver, já voltamos. Não se matem enquanto isso, crianças.- McKinney disse, saindo com Chase.

-Melina?- Lula chamou.

-Eu?- Ela respondeu ainda distraída.

- Não precisa se preocupar, como eu já disse antes, eu conheço vocês, conheço os cavaleiros, então eu entendo que você e o Jack tem um lance

-Não é um lance.

-- Qual é? Eu vejo o jeito que ele olha para você e o jeito que você olha para ele, eu é que não vou atrapalhar isso.

Melina sorriu, discretamente.

-Mas olha só, o que eu sinto por ele é platônico, até porque eu sei que é de você que ele gosta, mas se você não tomar uma atitude eu tomo por você.

  Desta vez Melina riu de verdade, olhando nos olhos de Lula.

-É... depois que isso acabar eu falo com ele, vou resolver as coisas.

Melina deixou a chuva reversa de lado e deu um passo para sair dessa sessão.

-Ahn, Mel?- Lula disse.

-Oi?- Melina se virou.

E viu que Lula ainda estava com os dedos presos.

-Uma ajudinha?- Lula pediu.

-Isso é brinquedo de criança, calma, não é muito difícil.

-Foi o que eu pensei.

Melina puxou as extremidades do brinquedo enquanto Lula reclamava de dor. Quando Mel finalmente tirou, ela o segurou nas mãos.

-Vou levar um desses.

Melina caminhou até o caixa.

-Quanto custa?- Ela perguntou, pegando dinheiro no bolso.

-20. - O balconista respondeu.

-20?

-15?

Melina balançou a cabeça negativamente.

-2 por 9?

- Que tipo de promoção é essa?

- Eu levo os dois.- Jack disse, entregando o dinheiro no balcão.

Ele guardou um no bolso e entregou o outro para Melina.

-Obrigada.

Ela queria muito dizer algo mais, mas as palavras que pareciam vir do coração não chegavam até a boca, ela apenas prensou os lábios e andou mais um pouco pela loja






Meu Ás- O segundo ato Onde histórias criam vida. Descubra agora