A manhã de sábado amanheceu com um sol tímido entre nuvens dispersas. Noah tentava ignorar a sensação de apreensão que crescia dentro dele enquanto se preparava para sair de casa. Any e Josh o encontraram no café da esquina, cada um tentando esconder a preocupação por trás de um sorriso forçado.
— Você está bem, cara? — Josh perguntou, com os olhos perscrutando o rosto tenso de Noah.
Noah assentiu, sem muita convicção.
— Só não sei o que esperar desse passeio.
Any lançou um olhar significativo para Josh antes de responder.
— Vai ficar tudo bem, Noah. Vamos apoiar a Sina, certo?
Noah forçou um sorriso. Ele sabia que apoiar Sina era o certo a fazer, mas isso não tornava as coisas mais fáceis. O trio seguiu em direção ao parque onde Sina os esperava, seu sorriso habitual brilhando sob os raios do sol da manhã.
— Oi, pessoal! — Sina acenou animadamente quando os viu se aproximando. Ela estava radiante, vestindo um vestido leve e um sorriso que não alcançava seus olhos.
Any e Josh trocaram olhares rápidos, conscientes da tensão subjacente.
— Estamos aqui por você, Sina — disse Josh, tentando soar encorajador.
Sina assentiu, agradecida, mas havia uma sombra de incerteza em seu semblante.
— Vamos caminhar um pouco pelo parque antes de nos sentarmos? — sugeriu, tentando esconder o desconforto que pairava sobre o grupo.
Conforme caminhavam pelos caminhos sombreados do parque, o silêncio entre eles era pesado com o que não era dito. Noah observava Sina de canto, tentando compreender o que se passava em sua mente. Ela parecia nervosa, brincando com os cabelos enquanto lançava olhares furtivos para ele de tempos em tempos.
Finalmente, chegaram a um banco afastado, com vista para um lago. Lucas, que os aguardava discretamente, se aproximou com um sorriso confiante.
— Ei, pessoal — cumprimentou, olhando principalmente para Sina.
Noah sentiu um nó se formando em sua garganta enquanto observava Lucas se ajoelhar diante de Sina, uma caixa pequena em mãos. O coração de Noah batia forte em seu peito, cada batida ecoando como um eco de sua própria dor.
Lucas olhou profundamente nos olhos de Sina.
— Sina, desde que nos conhecemos, minha vida mudou de maneiras que nunca imaginei. Você é minha luz, meu porto seguro. Quero passar o resto da minha vida ao seu lado. Você aceita ser minha namorada?
Os olhos de Sina se encheram de lágrimas enquanto ela olhava para Lucas, a emoção sufocando suas palavras por um momento.
— Sim — murmurou finalmente, a voz embargada pela intensidade do momento.
Noah sentiu como se tivesse sido atingido por um raio. Seu mundo desabava diante de seus olhos enquanto ele testemunhava o momento que temia há tanto tempo. Any e Josh lançaram olhares preocupados para ele, mas ele se levantou abruptamente, ignorando suas perguntas silenciosas.
— Desculpa, gente — murmurou Noah, a voz rouca de emoção contida. Ele não conseguia olhar para Sina, não agora.
Any e Josh trocaram olhares consternados enquanto Noah se afastava rapidamente, deixando para trás o banco onde a vida de Sina parecia estar se encaixando perfeitamente nos braços de Lucas.
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Nos dias que se seguiram, Noah tentou desesperadamente voltar à sua rotina habitual. Ele se refugiou em projetos no trabalho, em noites solitárias com garrafas vazias como seus únicos companheiros. Mas não importava o quanto tentasse, a imagem de Sina aceitando o pedido de Lucas continuava a assombrá-lo, um lembrete constante de tudo o que ele não podia ter.
Em uma noite, Noah se viu dirigindo sem rumo pelas ruas familiares de sua cidade natal. Ele acabou na frente da casa de seus pais, os olhos perdidos no passado que parecia tão distante agora. Seus pais o receberam com sorrisos calorosos e perguntas cuidadosas, mas Noah evitou o assunto de Sina com habilidade aprendida.
— Como está a Sina? — perguntou sua mãe, tentando sondar gentilmente.
Noah suspirou, desviando o olhar.
— Ela está bem, mãe. Ela está feliz.
Seus pais trocaram olhares compreensivos, sabendo que havia mais nas palavras de Noah do que ele estava disposto a admitir.
— Feliz? Isso é bom, não é querido?
— Claro, Sina tem tudo do bom e do melhor, agora ela está namorando, depois deseja felicidades ao casal
O casal de pais se sentiram um pouco constrangidos, já que nunca viram seu filho agir daquela forma, sarcástico e com um tom de raiva em sua voz. Portanto o jovem acaba ficando ali por um tempo.
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No trabalho, a presença de Sina era como um fantasma pairando nos corredores. Ela tentava falar com Noah, buscando o amigo que um dia conheceu, mas ele a evitava como se cada palavra trocada fosse uma facada em seu peito já ferido.
Finalmente, em um dia de agosto, Sina conseguiu alcançar Noah em um momento de pausa no trabalho. Ela o encontrou no terraço, olhando para o horizonte com um semblante sombrio.
— Noah — começou ela, sua voz suave cortando o silêncio tenso entre eles - Podemos conversar?
Noah se virou para encará-la, o coração acelerando em seu peito. Ele assentiu com hesitação, sabendo que essa conversa há muito tempo adiada era inevitável.
Sina se aproximou, mantendo uma distância cuidadosa.
— Você tem estado tão distante ultimamente — começou ela, os olhos buscando os dele em busca de respostas que ele relutava em dar.
Noah suspirou, passando uma mão pelos cabelos desgrenhados.
— Eu... Sina, sobre Lucas...
— O que há com Lucas? — Sina perguntou, confusão e preocupação tingindo sua voz.
Noah engoliu em seco, escolhendo cuidadosamente suas palavras.
— Eu não acho que ele seja certo para você, Sina. Ele não é quem você pensa que é.
Sina franziu o cenho, os olhos buscando os de Noah com intensidade.
— O que você quer dizer com isso?
Noah sentiu a raiva queimando em seu peito, alimentada pelo amor não correspondido que o consumia.
— Ele tem defeitos, Sina. Defeitos que você não vê porque está tão cega pelo que quer ver.
Sina recuou como se tivesse sido fisicamente atingida.
— Não acredito que esteja dizendo isso — ela murmurou, a voz trêmula de mágoa.
Noah continuou implacável, as palavras agora escapando de sua boca com uma urgência que ele não conseguia conter.
— Você não o conhece...Ele
— Não quero ouvir isso, Noah, um dia você diz para eu ficar com ele, e no outro, se afasta como se nada tivesse acontecido — interrompeu Sina, sua voz elevando-se com frustração—Lucas é quem eu amo. Eu não tenho mais dúvidas sobre isso, não depois da noite passada.
Noah sentiu o mundo girar ao seu redor. Ele queria gritar, queria sacudi-la até que ela visse a verdade que ele via tão claramente. Mas as palavras morreram em sua garganta, perdidas na tempestade de emoções que os envolvia.
— Você precisa parar com isso, Noah — disse Sina, a voz agora calma, mas carregada de tristeza — Se você não pode aceitar isso, então talvez seja melhor nos afastarmos um pouco.
A chuva começou a cair, um eco sombrio do que se desdobrava entre eles. Noah olhou para Sina, os olhos transbordando de dor e arrependimento.
— Sina...
Mas ela balançou a cabeça, os lábios se apertando em uma linha fina.
— Eu preciso de um tempo, Noah. Eu sinto muito.
E com essas palavras, Sina virou-se e partiu, deixando Noah sozinho no terraço, com o coração em frangalhos e a chuva fria lavando as lágrimas que ele não conseguia conter.
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The bride's best friend~ NOART
FanfictionSINOPSE: Noah e Sina são amigos inseparáveis desde a infância, compartilhando segredos, risos e momentos inesquecíveis. Porém, desde a adolescência, Noah nutre um amor secreto por Sina, escondendo seus sentimentos para preservar a amizade.