PRAIA

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Noah a observou por um momento, a respiração suave, os cabelos espalhados pelo travesseiro. Queria tocá-la, acordá-la e confessar todos os seus sentimentos, mas o medo de perder o que tinham o paralisava.

Sina começou a se mexer, e ele prendeu a respiração, esperando que ela não acordasse. Mas então, seus olhos se abriram lentamente e encontraram os dele.

— Bom dia — ela disse, a voz ainda sonolenta.

— Bom dia — respondeu Noah, tentando parecer casual.

Sina se espreguiçou e se sentou, puxando os lençóis ao redor de si.

— Dormi bem melhor do que esperava — ela sorriu, e Noah sentiu uma onda de alívio.

— Que bom. Eu... estava pensando em preparar o café da manhã. Você quer me ajudar? — sugeriu ele, tentando manter a conversa leve.

— Claro. Vamos lá. — Sina levantou-se, e juntos eles foram para a cozinha.

Enquanto preparavam o café da manhã, a atmosfera relaxou. Eles riram de pequenas coisas, como o fato de Noah ter queimado a torrada e Sina ter derramado café na bancada.

— Lembra daquela vez que tentamos fazer panquecas e acabamos incendiando a cozinha da sua mãe? — perguntou Sina, rindo.

— Como esquecer? Ela nunca me deixou esquecer isso! — Noah respondeu, também rindo.

Depois de comerem, Sina recebeu uma ligação de Lucas. Noah notou a expressão dela mudar ao ver o nome dele no visor.

— É Lucas. Eu preciso atender — disse ela, se levantando e indo para a varanda.

Noah observou enquanto Sina conversava com Lucas. Ele conseguia ver a tensão no rosto dela e sentiu uma onda de proteção e preocupação. Depois de alguns minutos, ela voltou, visivelmente abatida.

— O que ele queria? — perguntou Noah.

— Ele quer que eu volte para casa... mas eu disse que precisamos de um tempo — respondeu Sina, suspirando. — Ele não aceitou bem.

— Sina... se você quiser, podemos sair um pouco. Sair daqui, ir para algum lugar que nos traga boas lembranças. — Noah sugeriu, com a esperança de que isso a ajudasse.

Sina olhou para ele, seus olhos brilhando com um misto de gratidão e tristeza.

— Para onde?

— Que tal aquela praia onde fomos na adolescência? — Noah sugeriu, um sorriso se formando em seus lábios.

Sina sorriu de volta, um sorriso que parecia aliviar um pouco da tensão.

— Isso seria incrível. Vamos!

A viagem até a praia foi cheia de risos e conversas animadas. Noah e Sina pararam em vários pontos turísticos ao longo do caminho, tirando fotos e aproveitando a companhia um do outro. Era como se tivessem voltado no tempo, deixando para trás as complicações da vida adulta.

— Lembra quando subimos naquela árvore para pegar uma pipa? — perguntou Noah, apontando para uma árvore antiga que eles reconheceram.

— Lembro sim! E você ficou preso lá em cima até que o guarda do parque teve que te resgatar! — Sina respondeu, rindo.

Chegaram à praia ao entardecer. A vista era deslumbrante, com o sol se pondo no horizonte, tingindo o céu de laranja e rosa. Eles alugaram um quarto em uma pousada próxima e logo estavam prontos para reviver as aventuras de outrora.

Correram pela praia, jogaram futebol, nadaram no mar e até subiram em algumas árvores. Era como se o tempo tivesse parado e eles fossem adolescentes novamente, livres de preocupações e responsabilidades.

— Isso é incrível, Noah. Eu realmente precisava disso — disse Sina, ofegante após uma corrida na praia.

— Eu também, Sina. Faz bem estar aqui com você — respondeu Noah, sentindo-se mais leve do que em muito tempo.

À noite, após um jantar simples, eles decidiram beber um pouco. Sentaram-se na varanda do quarto, olhando para o mar iluminado pela lua.

— Às vezes eu penso em como as coisas eram mais simples quando éramos mais jovens — disse Sina, tomando um gole de sua bebida.

— Verdade. A vida parecia tão menos complicada — concordou Noah.

Conforme a noite avançava e as bebidas faziam efeito, Noah sentiu-se mais relaxado, mais corajoso. Sina se inclinou para ele, rindo de algo que ele tinha dito, e ele sentiu aquela velha chama reacender.

— Noah, você já... — começou Sina, mas antes que pudesse terminar, Noah a beijou.

O beijo foi intenso, cheio de anos de sentimentos reprimidos e desejos não realizados. Eles se separaram, ofegantes, e Sina olhou para ele com um misto de surpresa e emoção.

— Sina, eu... — começou Noah, mas antes que pudesse dizer mais, a visão dele começou a ficar turva e a escuridão tomou conta.

Noah acordou no quarto, a luz suave da manhã filtrando-se pelas cortinas. Sua cabeça doía um pouco e ele tentou se lembrar dos eventos da noite anterior. Sina estava deitada ao lado dele, ainda dormindo.

Ele se levantou cuidadosamente e foi até o banheiro, olhando para o próprio reflexo no espelho. "Será que realmente a beijei?" ele pensou, tentando juntar as peças.

Quando voltou para o quarto, Sina estava acordada, olhando para ele com um sorriso sonolento.

— Bom dia, dorminhoco — ela disse, esticando-se.

—Bom dia. Eu... preciso te perguntar uma coisa — começou Noah, hesitante.

— O que foi? — perguntou Sina, sentando-se na cama.

-— Ontem à noite, nós... nós nos beijamos, não foi? — ele perguntou, sentindo-se um pouco bobo.

Sina riu, balançando a cabeça.

— Não, Noah. Você deve ter sonhado isso. Nós só conversamos e depois dormimos.

Noah ficou aliviado e um pouco decepcionado ao mesmo tempo. Ele riu com ela, mas uma parte de seu coração desejava que o beijo tivesse sido real.

Antes que pudessem continuar a conversa, o telefone de Sina tocou. Era Lucas.

— Eu preciso atender —disse Sina, pegando o telefone.

Noah observou enquanto ela falava com Lucas, percebendo a tensão no rosto dela se dissipar aos poucos.

— Está bem, Lucas. Eu também sinto muito. Vamos conversar quando eu voltar — disse ela, desligando o telefone.

— Ele pediu desculpas? —perguntou Noah, tentando entender a situação.

— Sim, ele pediu. Disse que agiu por impulso e quer tentar resolver as coisas - respondeu Sina, suspirando.

— E você? O que você quer fazer? — Noah perguntou, sua voz cheia de preocupação.

Sina olhou para ele, seus olhos revelando um turbilhão de emoções.

— Eu não sei. Acho que preciso de mais tempo para pensar. Mas sei que estar aqui com você me ajudou a ver as coisas de uma maneira diferente — disse ela, sorrindo.

Noah sentiu um alívio misturado com esperança. Talvez, com o tempo, as coisas entre eles pudessem mudar.

— Vamos aproveitar o dia então. Sem pensar no amanhã, apenas nós dois, como nos velhos tempos - sugeriu Noah, estendendo a mão para ela.

— Vamos sim. — Sina segurou a mão dele, e juntos eles saíram para mais um dia de aventuras, deixando o futuro para ser decidido em seu próprio tempo.

The bride's best friend~ NOARTOnde histórias criam vida. Descubra agora