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Felix não conseguia conter o sorriso ao ver a agitação na casa. Changbin vasculhava qualquer canto, desde os armários aos inúmeros quartos e até dentro da geladeira. Jeongin e os outros simplesmente não apareciam e ele desejava que nunca mais aparecessem.

Dahye clamava pelos meninos, gritando os seus nomes pelo jardim, mas sem sucesso. Os seus olhos estavam mais negros que o normal, a preocupação mesclada com irritação era evidente. Changbin havia confiado a segurança das crianças a Dahye e não entendia como ela poderia ter cometido tal erro, sendo a pessoa mais confiável sobe seus comandos.

Nesse momento Minho espremeu as mãos na cabeça por uma súbita enxaqueca muito forte. Ouviam-se vozes misturadas dentro da sua cabeça e o som da cachoeira junto à ansiedade estavam o matando.

O tritão subiu na plataforma sacudindo a água dos cabelos. —Encontrei um castelo em ruinas.- comentou fascinado. Jeongin parecia animado, mas Minho portava uma expressão apreensiva enquanto observava o estranho grunhir e com dificuldade sentar-se na plataforma com uma mão na cabeça dolorida. Tinha uma sensação ruim sobre isso.

—Este não é o momento Jisung. Temos de sair daqui!

—Que chato, Hyung!- o mais novo bufou cruzando os braços.

—Olhem!- Minho apontou para o homem prateado, que agora estava totalmente desperto e tentando se levantar. —Ele está consciente.

O homem abriu os olhos, revelando um brilho intenso e enigmático. Ele olhou para os jovens com uma expressão confusa, mas logo se focou em Jisung reconhecendo a sua raça.

—O amuleto... você o encontrou?- a sua voz era fraca, mas carregava um peso de urgência. O Yang deu dois passos para trás observando a aura negra em volta do homem e engoliu em seco. Ele não tinha mais ferimento algum. Isso o assustou.

Jisung assentiu lentamente embora não tivesse a certeza. —Sim, encontrei. Quem é você?

—Eu fui encarregado de proteger esse amuleto. Ele é a chave para salvar os Reinos da destruição iminente.- por alguma razão o azulado estava desconfiado e decidiu não dizer nada.

Jeongin e Minho trocaram olhares preocupados. —O que quer dizer com "destruição iminente"?- perguntou Minho, franzindo a testa.

Ele sabia da profecia, mas apenas isso. O cristal ainda não havia sido ativado e os Deuses não deram qualquer sinal de que estavam voltando, ainda.

O homem respirou fundo antes de responder. —Há uma força sombria se levantando, algo que não vimos desde os tempos antigos. O amuleto é uma peça crucial para deter essa ameaça. Onde ele está?

Jisung olhou para o prateado e questionou: —Aquela joia rosa?- o outro concordou com a cabeça. O tritão então mordeu a bochecha percebendo que aquilo era mentira e que, possivelmente aquele homem era um lobisomem. Ele não sabia do que estava falando. Não havia jóia alguma. Apenas um fragmento de puzzle antigo e pelos vistos, era isso que ele queria.

Mais nenhum doido se aventuraria por aquela região. Então ele teve certeza de que o prateado era um inimigo. —Um peixe veio e comeu!

Com apenas uma troca de olhares, os irmãos silenciosamente decidiram que era hora de fugir.

O homem arqueou as sobrancelhas quando a luz começou a iluminar o espaço onde estavam assim que uma nuvem saiu da frente do sol. Por alguns segundos se esqueceu de quem era, onde estava e apenas aproveitou o calor se inebriando.

Sentiu o peito apertado. Sentiu-se abraçado pela primeira vez em muito tempo. As lágrimas começaram a escorrer mesmo sem que ele percebesse. A dor imensurável parecia esmagá-lo e logo a raiva o tomou por completo novamente.

O Legado dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora