O Legado dos Deuses

Capítulo Bónus

Hey gente! Este capítulo é um extra que não tem nada a ver com a história! É só um capítulo incluído para descontrair um pouco. Não faz parte do desenvolvimento e não afeta em nada a história. É apenas um bónus.

As sombras da floresta eram tão densas que quase podiam ser cortadas com uma faca. No meio da área proibida, perto da fronteira entre o mato e uma vila, um grupo pequeno de vampiros se reunia em um círculo, todos vestidos com capas esvoaçantes e com expressões sérias, prontos para uma luta épica. Do outro lado, os lobisomens, enormes e peludos, rosnavam enquanto se preparavam para atacar.

Os sinos do castelo ainda podiam ser ouvidos mesmo através da longa distância. Era o sinal. O aviso para que todos se preparassem para o pior e se escondessem dentro das suas casas. Um novo ataque eminente.

O Bang ergueu a mão pálida e exclamou dramaticamente: —Esta noite não morrerá ninguém dentre nós!- mordeu os lábios de forma a impedir que um sorriso lhe rasgasse o rosto. Não podia demonstrar o que sentia perante os seus pequenos aprendizes.

Antes que os lobisomens pudessem responder, um dos vampiros tropeçou na sua capa e caiu desajeitadamente no chão. Os outros vampiros reviraram os olhos enquanto ele se levantava, tentando manter a dignidade. —E-eu estou bem!- disse, ajeitando a capa e tentando parecer imponente e tenebroso mesmo que agora houvessem algumas folhas secas enfiadas pelos cabelos negros.

Do lado dos lobisomens, Rufus, o mais novo e menos experiente, tentava rosnar intimidativamente, mas acabou soltando um espirro alto que ecoou pela floresta. —Alergia a... a vocês, sanguessugas!- disse ele, fungando e tentando parecer feroz mesmo com catarro escorrendo pelo queixo.

Não era noite de lua cheia. A matilha parecia jovem e inexperiente. Talvez fosse apenas um grupo de jovens delinquentes rebeldes. Por isso, o Mestre decidiu que não atacaria com toda a sua força. Foi por isso que decidiu levar os vampiros mais fracos consigo. Para que ganhassem experiência em batalha e para que não acabasse dizimando os contrários. O que provocaria a ira e aumentaria a tensão entre os povos.

Ainda assim, o Bang não os deixaria causar o caos. Usaria essa oportunidade como um pequeno aviso para os lobisomens de postos superiores. Não deviam avançar mais ou sofreriam as consequências.

Os lobisomens, com os seus olhos brilhantes e garras afiadas, rosnavam enquanto os vampiros, com as suas capas negras esvoaçantes e olhos vermelhos, sibilavam ameaçadoramente.

Honestamente, pareciam mais uma orquestra de focas bêbadas, mas ele nunca admitiria isso. Os adolescentes estavam em fase de mudança de voz. Tão depressa falavam num tom grosso e intimidador como esganiçavam e quebravam o tom.

O líder dos lobisomens rebeldes avançou em resposta. Tentou um ataque surpresa, mas acabou tropeçando nas suas próprias patas e rolando colina abaixo, derrubando uma fileira de vampiros como se fossem pinos de boliche.

A luta começou de forma caótica. Um deles avançou com um salto elegante, mas no meio do ar foi atingido por um galho baixo que não havia visto. Ele caiu de cara no chão, levantando-se rapidamente e tentando disfarçar. —Apenas... um aquecimento!- disse ele, limpando a terra do rosto com a mão pálida e cuspindo os grãos que haviam entrado na sua boca.

De seguida o seu parceiro avançou dando um salto acrobático na tentativa de lhe mostrar como deveria ter feito. Acontece que isto o levou diretamente ao meio do círculo dos lobisomens. Mas, em vez de aterrissar graciosamente, ele escorregou em uma poça de lama e caiu no chão. Os lobisomens não conseguiram conter a risada, e até mesmo alguns dos vampiros riram.

—Isso não foi nada!- disse levantando-se rapidamente e tentando manter a dignidade que, nesse momento, já não era muita.

Enquanto isso, Rufus tentava morder um vampiro que se esquivava habilmente, mas acabou mordendo a sua própria cauda. Ele soltou um uivo de dor, rodopiando descontroladamente enquanto os outros lobisomens tentavam não rir.