Capítulo Quatro: Plano Sombrio

16 5 3
                                    

A noite caiu sobre Metrópolis quando Michael despertou.

— Finalmente! — disse Skeets — você está bem?

— Parece que tomei uma surra do Superman — respondeu Michael — queria que ele estivesse na ativa, mas provavelmente ainda é um garoto. Por quanto tempo eu dormi?

— Seis dias — respondeu Skeets.

— SEIS DIAS?!

— Brincadeirinha — respondeu Skeets — passaram-se sete horas e vinte e três minutos desde que você apagou.

— WOWZER! — disse Michael, levantando-se — preciso voltar.

— Não se esforce, por favor, recupere suas forças.

— Eu estou grantástico!

— Fantástico, Carter — corrigiu Skeets — você precisa estudar mais sobre os costumes daqui, é importante que...

— Grandiosamente fantástico! Tá, eu sei, eu sei. Preciso ver o Dirk, ele deve estar uma fera.

Goldstar Inc:

— ONDE VOCÊ ESTEVE? — esbravejou Dirk ao ver Gladiador e Skeets atravessarem a porta da Goldstar Inc.

— Eu sei, eu sei, as coisas ficaram feias e...

— FEIAS? HAHAHAHA AS COISAS FICARAM HORRÍVEIS PARA NÓS, GAROTO.

— O que eu deveria ter feito? — questionou Carter.

— Eu não sei, mas ninguém quer saber de heróis falidos, meu amigo. Basta um erro, um pequeno erro e as pessoas caem em cima como urubus em carne morta — disse Dirk, jogando em sua mesa um jornal com a foto de Gladiador Dourado no chão aos pés da Cisne de Prata. A manchete dizia: SERIA ESSE O FIM DO HERÓI DE METRÓPOLIS?

— Cacetada!!!! — exclamou Carter — isso é muito injusto.

— As pessoas não dão a mínima para justiça, garoto. Eles querem pessoas infalíveis.

— Isso é impossível — disse Skeets — é impossível exigir perfeição de um ser humano. Nem mesmo eu sou perfeito.

— Pois é.

— O que faremos agora? — perguntou Carter.

— Sugiro que mantenha-se quieto por um tempo. Vamos deixar a poeira passar e, por favor, Gladiador, não vá atrás daquela louca.

— Então eu devo deixar que ela fique impune?

— Exatamente. Isso se você preza pela sua imagem.

— Não é isso que os heróis fazem — retrucou Carter.

— Faça o que bem entender, mas mais um deslize e eu estou fora. Essa derrota já foi prejudicial demais para nossa imagem.

— Eu irei dar a volta por cima, Dirk — disse Carter, cerrando os punhos — pode ter certeza.

Metrópolis, no dia seguinte:

Henry Ballard acordou confiante, vestiu seu melhor terno e partiu em seu carro, rumo ao encontro do prefeito de Metrópolis.

— Senhor Ballard — disse o prefeito, dando-lhe um aperto de mãos — por favor, entre e sente-se. Whisky?

— Por favor — respondeu Henry.

O prefeito serviu dois copos e se sentou em frente ao senador.

— Então? Qual é a grande surpresa? — perguntou o prefeito.

— Você já ouviu falar nos Sovietes Supremos, prefeito?

— Mas é claro, quem nunca ouviu falar neles? Os soldados soviéticos que fazem o presidente Reagan acordar molhado.

— Muito bem, talvez eles não sejam mais um problema. Talvez... Teremos nossa própria tropa de super-heróis.

— O que você quer dizer com isso, senador?

— Digamos que eu tenho meus contatos. Consegui pôr as mãos em uma armadura daquelas.

— O quê?! — exclamou o prefeito, estupefato — você conseguiu uma armadura suprema? Onde você...

— Não entraremos em detalhes. Tudo o que peço é uma reunião com o presidente. Quero entregá-la a ele pessoalmente. Pelo bem do nosso povo.

— Como vou saber que está falando a verdade?

— Você acha que eu perderia meu tempo vindo até aqui com mentiras? Mas, já que você não acredita... — o senador tirou um pequeno envelope do bolso de seu paletó contendo diversas fotografias da armadura.

— Isso é incrível! — disse o prefeito, olhando as fotos — verei o que posso fazer.

— Fique com as fotos — disse Ballard, virando o whisky e levantando-se — aguardo seu retorno.

E assim ele partiu, com a satisfação de ver seu plano caminhando.

Gladiador Dourado e Besouro AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora