Gladiador Dourado e Besouro Azul

Capítulo Nove: Canário Negro

10 anos atrás:

Dinah está brincando na beira do rio durante as férias. Eles viajaram para uma casa de campo no interior de Star City. Dinah se diverte fazendo bolos de areia, enquanto seus pais conversam mais atrás, fazendo um churrasco.

— Ela está tão grande, não é? — diz o pai.

— Sim, o tempo voa... — responde a mãe.

De repente, um grito rompe o ar.

— Dinah! — grita a mãe, correndo em direção aos gritos. A garota havia sumido de vista rapidamente.

Ao adentrar no bosque, os pais de Dinah logo veem a causa do grito. Uma mulher em uma roupa prateada, parecida com um cisne, segura um homem.

— Nossa! O que você faz aqui, garotinha? — pergunta a mulher.

— Fique longe dela! — exclamou Laurel, a mãe de Dinah, correndo e abraçando a filha.

— Own, quanta fofura... Isso me enoja! — fala a Cisne, jogando o homem ao chão. Ela começa a andar em direção à família.

— Polícia de Star City! Pare agora! — exclamou o pai, sacando uma arma. A Cisne apenas ri.

— O que você vai fazer, grande...?

Ele dispara três vezes, mas as balas não afetam a Cisne, que bloqueia os tiros com seus braços.

— CORRAM! — grita ele. Laurel e Dinah obedecem, mas ele é rapidamente subjugado pela Cisne.

Dinah assiste enquanto corre, olhando para trás.

— Papai!!

— Não olhe, meu amor, por favor, não olhe... — diz Laurel, puxando-a. De repente, um grito ultrassônico da Cisne as lança a metros de distância. Dinah sente algo despertar dentro de si, mas cai no chão, machucando-se.

— MAMÃE! MAMÃE! — ela grita, mas Laurel está inconsciente.

A Cisne caminha até Dinah, intrigada.

— Eu não mato crianças — diz a Cisne e parte voando.

Dois anos depois:

Dinah está nas ruas de Star City e rouba uma mala de um homem. Dobrado uma esquina, ela esbarra em outro homem e cai no chão.

— Ei ei ei, calma aí! — diz ele. — Isso é seu mesmo?

— Me deixa em paz! — diz ela, chutando-o. O homem segura sua perna, mas Dinah se desvencilha.

— Não posso deixar você ir com isso — diz ele.

— Tente me impedir — desafia Dinah.

Eles lutam, e Dinah percebe que ele é um mestre em artes marciais. Ele a desequilibra, mas ela se recupera rapidamente.

— Você é boa! — diz ele, bloqueando seus ataques. — Por que está roubando?

— Eu preciso sobreviver, sabia? Provavelmente não, um palhaço engomadinho como você nunca vai saber o que é estar nas ruas.

— Você se surpreenderia se soubesse o quanto eu sei. Meu nome é Ted, Ted Grant — diz ele, ajudando-a a levantar.

— Vai me deixar ir agora?

— Vou, só não com essa mala. Onde estão seus pais?

— Mortos.

— Sinto muito. Você não tem mais ninguém?

— Sou eu e Deus, camarada — responde Dinah.

— Está com fome? — pergunta ele. — Quer comer algo?

— Você é algum tipo de pervertido?

— Claro que não. Sou alguém que pode te ajudar a trabalhar esses poderes. E usá-los da forma correta. Tenho um dojo, se você quiser um lugar pra ficar. Pode considerar um trabalho. Você cuida do dojo, e eu te ensino artes marciais. O que me diz?

— Eu não sei...

— Se eu quisesse te machucar, não estaríamos conversando. Mas a escolha é sua. Você vem?

— Vou tentar te dar confiança. Mas qualquer deslize e eu te mato. Juro que te mato.

— Pra uma garotinha, você é bem hardcore!

— Eu tenho quatorze anos!

— E eu tenho quarenta. Vamos, vamos devolver essa mala ao seu dono.

...

Ted cria Dinah como filha, ensinando-lhe artes marciais e filosofia. O treino é árduo, mas após três anos, ele diz:

— Acho que você está pronta.

— Pronta? Para quê?

— Para o próximo estágio: aplicar o conhecimento adquirido.

— O que você quer dizer?

— Isso que você tem é um dom. Você precisa usá-lo para fazer o bem. Ajudar as pessoas.

— E o que elas fizeram por mim? Eu vou encontrar aquela mulher. Juro que vou.

— Você realmente não aprendeu nada que te ensinei? O caminho da vingança...

— Leva à dor — completa Dinah. — Talvez eu não me importe.

— Eu te entendo. Mas saiba que naquele dia você também ganhou seu dom. Há males que vem para o bem.

— Mas qual é a do próximo estágio?

— Vamos às ruas. Te explico no caminho.

Eles patrulham à noite e encontram um grupo de bandidos depredando uma parada de ônibus. A dupla intervém rapidamente, subjugando os criminosos.

Logo, Dinah e Ted assumem novas identidades: Canário e Pantera. Eles patrulham Star City, livrando-a de criminosos. A dupla ganha notoriedade, e Ted continua a ensiná-la.

Três anos depois:

— Não tenho mais nada pra te ensinar — diz Pantera uma noite, após desmantelarem um cartel de drogas. — E acho que estou ficando velho demais pra isso.

— Você está falando sério? Como assim, não tem mais nada pra me ensinar? Você? Velho? Mas você se move como uma pena!

— Ainda assim, a criminalidade caiu. Conseguimos fazer a diferença. Você precisa seguir seu caminho a partir daqui. Mas saiba que sempre estarei ao seu lado para te aconselhar.

Atualmente:

Dinah lembra dessas memórias enquanto pilota sua moto até Metrópolis. Finalmente encontraria seu destino, aquilo pelo que esperou durante anos. Finalmente encontraria a cisne de prata.