CAPÍTULO 14 - TUDO QUE EU TINHA

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Arena do Ragnarok.

A arena do Ragnarok se estendia em uma vastidão intimidadora. Era uma obra-prima arquitetônica dos deuses, onde o destino dos combatentes seria decidido diante de uma audiência imortal e mortal. O chão, coberto por runas antigas, brilhava com uma energia mística que pulsava como o próprio coração do universo, emitindo uma luz suave, como se aguardasse, com um ar de veneração silenciosa, o sangue que inevitavelmente mancharia suas superfícies sagradas. Essas runas não eram meramente decorativas; representavam os segredos mais profundos e antigos das divindades, evocando a presença de forças além da compreensão humana.

O céu acima da arena estava obscurecido por nuvens escuras, rodopiando em um vórtice de energia que criava um contraste surreal com o solo iluminado abaixo. Relâmpagos silenciosos atravessavam a massa nebulosa, seus reflexos se espalhando pelo ar, como se o próprio cosmos estivesse ansioso por testemunhar o desenrolar dos eventos. Era como se o próprio tempo estivesse suspenso, aguardando o momento exato em que a batalha começaria.

As arquibancadas estavam lotadas. De um lado, os deuses, sentados em tronos esplendorosos, suas presenças majestosas lançando sombras de arrogância e poder sobre o cenário abaixo. Cada divindade exibia uma expressão de superioridade, alguns observando com interesse genuíno, enquanto outros, como Afrodite, permaneciam desinteressados, como se a batalha fosse apenas mais um entretenimento trivial. A deusa da beleza, com seus olhos laranja brilhantes e seu vestido carmesim, recostava-se languidamente, sua mão delicada apoiando seu queixo enquanto comentava casualmente com Hefesto ao seu lado, sem emoção em sua voz.

— Essa batalha será bela, não? — murmurou Afrodite, seus lábios se curvando em um sorriso discreto. — Mas a beleza da destruição não se compara ao que podemos criar. — Hefesto, sempre devoto, apenas acenou em concordância, seus olhos, no entanto, refletiam uma curiosidade oculta sobre os desdobramentos.

Do outro lado da arena, no espaço reservado aos humanos, havia uma tensão quase palpável. Murmúrios de apreensão percorriam a multidão. Homens e mulheres, reis e guerreiros, figuras lendárias que um dia moldaram o destino da Terra, estavam agora reduzidos a meros espectadores do que prometia ser uma luta titânica entre um mortal elevado e o deus da morte. O rei Arthur, sempre austero, mantinha os olhos fixos no campo de batalha, suas mãos apertadas nos braços de seu trono, enquanto Guinevere observava com interesse mesclado a uma preocupação sutil.

No entanto, entre os humanos, alguns mantinham uma postura mais confiante. Entre eles, Rá, o deus do sol egípcio, que, curiosamente, estava sentado ao lado dos mortais, embora sua presença brilhante e grandiosa fosse inconfundível. Seus olhos queimavam como sóis em miniatura, refletindo o calor de uma estrela distante. Ele observava com grande interesse, seus dedos tamborilando no braço de seu assento dourado.

— Uma batalha de vida contra a morte... Quão apropriado para este palco. — Ele sorriu, seus lábios finos se curvando em um sorriso que misturava entusiasmo e expectativa. Ele não era como os outros deuses, que viam os mortais como brinquedos insignificantes. Para Rá, a ascensão de um mortal à altura dos deuses era algo digno de respeito, e ele estava ansioso para ver se Vlad, o Empalador, realmente tinha o que era necessário para desafiar o próprio Thanatos.

No centro da arena, os dois combatentes se posicionavam frente a frente, com uma distância exata entre eles, como se o destino houvesse decidido que aquele fosse o ponto de equilíbrio perfeito entre a vida e a morte.

Vlad III, o Príncipe da Valáquia, estava imóvel como uma estátua esculpida em mármore. Seu manto escuro e pesado balançava levemente com o vento, e a luz tênue das runas refletia em sua armadura polida, dando-lhe um ar quase espectral. Seus olhos, frios como as montanhas cobertas de neve de sua terra natal, estavam fixos em seu oponente. Sua postura não traía qualquer emoção além de uma determinação inabalável. Para ele, a morte não era algo a ser temido; era uma velha conhecida, alguém que ele já havia encarado inúmeras vezes em sua vida sangrenta e violenta. Em seu peito, a lança que ele carregava parecia viva, vibrando levemente, ansiosa por ser libertada.

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⏰ Última atualização: Sep 24 ⏰

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