Capitulo 3 - You ain't a kid no more

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Já haviam se passado dois anos desde o dia em que Enis contou seus segredos mais profundos para a filha Alma Jr que pouco tempo depois acabou contando para Jenny, no começo as coisas ficaram complicadas, Jenny acabou se revoltando com o pai por não confiar nela e contar apenas para Jr e por conta do ódio contou tudo a mãe que por mais grande que fosse o remorso de saber que tinha sido traída entendia que aquilo não era mais problema dela e aconselhou a filha para que ela não odiasse o pai, por isso, já que Jack havia morrido e não havia mais nada a ser feito, Enis ficou alguns meses sem ver as filhas mas depois percebeu que o melhor a se fazer era conversar com ela sobre isso, ele ligou e chamou Jenny em sua casa para pedir desculpas e explicar todas as coisas finalmente se resolveram, Enis explicou pra ela que não contou porque achava que por ela ser muito nova não entenderia ele e ela o desculpou. Depois desses dois anos Jenny não visita muito o pai ainda, ela conseguiu entrar pra faculdade e não sobrava muito tempo para passeios, mas quando conseguia gostava de aproveitar bem o dia, em sua última visita eles foram em um parque de uma cidade vizinha, fizeram um piquenique e passaram a tarde conversando, Jenny contava sobre como iam as coisas na faculdade, amizades, sonhos. Enis ajudava Alma a pagar as despesas da faculdade de psicologia de Jenny pela qual a menina era apaixonada e com as notas altas ganhou uma bolsa de estudos, o que diminuía bem os gastos. Alma Jr não quis fazer faculdade mas tinha um bom emprego em uma empresa de vendas de automóveis e estava vivendo uma vida boa com Kurt.

Enis acabou não terminando os estudos como queria, mas terminou o ensino médio, o que já ajudou ele a conseguir um bom emprego em uma fazenda de vacas leiteiras, era ele quem conferia se estava tudo bem com a alimentação das vacas e com o bem estar delas, o salário era bom e ele realmente gostava de trabalhar com isso, ele já havia conseguido mobiliar o trailer já que não queria morar em uma casa, em três dias, Enis iria viajar para Denver para comprar algumas coisas para a picape, ele decidiu reformar ela, ainda era só um projeto mas ele estava realmente confiante, Jenny a começo iria junto com ele, mas no mesmo dia ia ter uma prova da faculdade então ele ia ter que ir sozinho mas ela passou o endereço de lugares que ele iria gostar e esses lugares incluíam um bar gay e ela convenceu Enis a ir porque como ela disse "você está precisando de uma diversão."
Então na manhã de sábado Enis acordou bem cedo, como de costume colocou a água em uma caneca de alumínio e pôs para ferver, tomou um banho rápido, colocou uma blusa de botão, os jeans e uma bota, pegou uma bolsa de viajem já velha que estava na parte superior do guarda-roupa, colocou algumas peças de roupa e deixou em cima da cama então a água começou a ferver, ele foi até o fogão e a desligou, coou o café, colocou na sua velha caneca esmaltada e tomou ele bem rápido, colocou as louças na pia e foi guardar a bolsa na picape, estava uma manhã sem vento algum porém estava frio a ponto de Enis decidir que precisa levar uma coberta para prevenir, o trailer de Enis que antes era branco meio amarelo agora ganhara uma nova pintura, branco com uma listra grande azul e uma menor verde, de acordo com Enis essas cores o lembrava Jack e ele. Depois de tudo pronto Enis deu início a viajem que levaria umas 3 horas e meia, Enis foi a estrada inteira nervoso com um presentimento entranho, ele nunca viajara para longe ainda mais sozinho, depois de 2 horas Enis parou em um para abastecer e compar alguma coisa para comer e seguiu viajem, a ideia da filha o assustava um pouco mais ele estava decidido a tentar nem que fosse só para beber uma cerveja e voltar para o hotel onde ficaria, "que homem vai querer um velho como eu, mal cuidado e vergonhoso" era oque passava pela cabeça dele toda vez que se lembrava do que a filha falou.

Chegando em Denver, Enis logo procurou um hotel, simples mas não a ponto de ser ruim, ao chegar na cidade as pessoas até que foram bem acolhedoras, tirando os policiais na entrada da cidade que não pararam Enis mas o encararam com desdém enquanto ele passava. Enis sabia as lojas que tinha que ir então foi logo se apressando para dar tempo de comprar tudo o que precisava, quando estava quase terminando, do outro lado da rua viu o bar que a filha lhe passou o endereço e por um segundo jurou ter visto Jack passando em frente, mas aquilo era praticamente impossível então ele apenas continuou caminhando, as vezes Enis jurava ver Jack pela cidade, aquilo lhe causava arrepios mas não deixava se abalar. No final da tarde com o sol já se pondo Enis voltou para o hotel, as coisas já estavam todas na traseira da picape então ele resolveu ir ao bar mesmo com medo, e se arrumando o mais lentamente possível, chegando no bar ele percebeu que estava quase lotado o que já o fez ficar mais nervoso ainda, ele entrou, uns dois rapazes mais novos viraram o olhar para ele, ele apenas acenou com a cabeça e foi para o balcão pedir uma bebida sem ter a menor ideia do que eles serviam ali, ele pediu uma cerveja e o bartender logo trouxe seu pedido e tentou puxar assunto, Enis meio desajeitado, com a voz trêmula só respondia o básico;
- Oi bonitão, primeiro vez aqui?
Enis o olhou de cima a baixo;
- Sim.
E logo desviou o olhar
- Você é da cidade?
E Enis mais uma vez;
- Não.
Foi quando o bartender notou seu desconforto, se virou e pegou um xote com uma bebida mais forte;
- Você tá precisando disso aqui.
- E oque é isso?
Ele olhou desconfiado para aquela bebida azul no copinho.
- Não se preocupe, só manda pra dentro.
E Enis fez isso, em pouco tempo Enis já sentiu sua cabeça mais pesada e a visão turva mais não a ponto de estar bêbado, só estava mais leve, foi quando ele olhou para o lado e viu um rapaz que havia acabado de chegar, e mais uma vez ele sentiu um arrepio, o rapaz era idêntico a Jack, o rosto igual a última vez que se viram, só notou agora umas pequenas rugas nos olhos e alguns fios brancos no cabelo, camisa de botão azul escuro, havia acabado de por seu chapéu preto sobre o balcão quando Enis foi se sentar em um banco mais próximo dele, o rapaz notou sua aproximação mais se fez indiferente, estava sozinho e pelo jeito conhecia bem o lugar.
- Ralfh, o de sempre.
Chamou o bartender que logo o serviu um xote da mesma cor ao que Enis havia bebido.
- Pode deixar cowboy.
Disse Ralfh o fitando.
- Pode me ver mais um daquele?
Enis pediu.
- Posso sim bonitão.
Foi quando o Rapaz olhou para Enis que retribuiu o olhar e congelou no mesmo segundo, Enis foi ficando branco de espanto, ele não acreditara no que via, o fôlego foi sumindo, o corpo de Enis foi ficando mais pesado, ele só conseguiu dizer uma frase antes de apagar;
- É você mesmo, Jack, é você!

𝙾𝚋𝚛𝚒𝚐𝚊𝚍𝚊 𝚊 𝚝𝚘𝚍𝚘𝚜 𝚚𝚞𝚎 𝚕𝚎𝚛𝚊𝚖 𝚎 𝚊𝚐𝚛𝚊𝚍𝚎𝚌̧𝚘 𝚊 𝚚𝚞𝚎𝚖 𝚒𝚗𝚝𝚎𝚛𝚊𝚐𝚒𝚛, 𝚎́ 𝚖𝚞𝚒𝚝𝚘 𝚒𝚖𝚙𝚘𝚛𝚝𝚊𝚗𝚝𝚎 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚖𝚒𝚖 𝚜𝚊𝚋𝚎𝚛 𝚜𝚎 𝚟𝚌𝚜 𝚎𝚜𝚝𝚊̃𝚘 𝚐𝚘𝚜𝚝𝚊𝚗𝚍𝚘.
𝕓𝕛𝕤!
💋

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