Capítulo 24

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Esta semana está em uma paz assustadora. Joe mal tem ficado em casa, o que antes me causava frustração, mas atualmente me traz alívio.

Na quarta-feira, Travis e eu arranjamos uma desculpa para almoçarmos juntos. Nada de muito especial, apenas fomos a um restaurante próximo ao trabalho com o pretexto de resolver algumas coisas urgentes. Na quinta, o máximo que conseguimos foi trocar alguns beijos quando tínhamos certeza de que ninguém estava por perto.

Na sexta, realmente tivemos que trabalhar até tarde. Não vim com meu carro, pois sempre encontro minhas amigas depois e, como não sou a melhor motorista do mundo, evito beber e dirigir. Travis também encontraria seus amigos, então se ofereceu inocentemente para me dar uma carona.

Ao chegarmos ao estacionamento, ele abriu a porta do carro para mim, e eu entrei com um sorriso agradecido. Não consigo entender como ele consegue ficar mais bonito a cada dia. A visão dele dirigindo fez o carro ficar quente como o inferno.

Travis parecia distraído, seus pensamentos longe, mas sua mão esquerda descansava casualmente na minha coxa.

— Então, qual vai ser o tópico da reunião das meninas essa noite? — ele perguntou, quebrando o silêncio.

— Provavelmente o quanto você é irritante e como eu te odeio. Apenas coisas leves — brinquei, por mais que esse realmente fosse um dos tópicos de sempre. — E você vai encontrar seus amigos para jogar ou algo assim? — perguntei, sabendo a resposta, com o olhar fixo na sua boca.

— Sim, mas estou pensando em desistir — ele disse, olhando rapidamente para mim antes de voltar os olhos para a estrada.

— Por quê? — perguntei, surpresa.

— Porque prefiro passar mais tempo com você — ele disse isso com tanta naturalidade que meu coração acelerou.

O carro parou em um semáforo, e ele se virou para mim, seus olhos verdes brilhando sob as luzes da rua. Eu não resisti e o agarrei em um beijo rápido, porém profundo.

Quando o semáforo se abriu, percebi Travis desviando nossa rota. Paramos em um estacionamento, na vaga mais afastada de todas. Em meus 33 anos, nunca tinha feito isso. Não que eu não desejasse, sempre quis experimentar, mas nenhum dos homens com quem namorei foi adepto.

Nunca imaginei que transar em um carro seria tão bom, mas Travis teve um desempenho tão espetacular quanto em um ambiente maior.

Enquanto nos recompúnhamos, o som do trânsito noturno nos rodeava, mas dentro do carro, o mundo parecia em suspenso. Travis ainda tinha aquele brilho satisfeito nos olhos e um sorriso discreto no rosto.

Passamos alguns minutos em silêncio, apenas aproveitando a presença um do outro. A realidade, porém, não demorou a nos alcançar. Meu telefone vibrou, e uma mensagem de Brittany apareceu na tela, perguntando onde eu estava.

— Preciso ir — sussurrei, sentindo um nó na garganta. Ele assentiu, compreendendo.

Nos ajeitamos rapidamente, e Travis me levou até a casa de Britt. Quando cheguei, Brittany e Blake me receberam com abraços e risos, mas meu pensamento ainda estava preso naquele estacionamento, com Travis.

Durante a noite, enquanto as meninas conversavam sobre seus dias e as últimas novidades, minha mente vagava para ele. As provocações e risadas fluíam, mas meus pensamentos sempre voltavam para aqueles momentos roubados com Travis.

Mais tarde, em casa, o apartamento parecia mais vazio do que nunca. Joe ainda estava fora, provavelmente em algum ensaio ou com os amigos. Eu me deitei na cama, revivendo cada toque, cada olhar. Sabia que esses sentimentos eram perigosos, mas era difícil resistir à atração magnética que Travis exercia sobre mim.

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