Capítulo 27

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POV Travis

Após a ida de Taylor, a festa se tornou muito menos interessante, mas me esforcei ao máximo para não demonstrar meu tédio. Joguei uma partida de sinuca, virei alguns shots com os caras e até me aventurei a cantar no karaokê.

A noite ainda parecia infinita, e todas as risadas que dei depois da saída de Taylor pareciam não valer de nada. Ela era a única coisa que ocupava minha mente; eu estava fodido.

Me sentei em um dos sofás do bar, reunindo forças para ir para casa e passar a noite inteira com Kayla, sabendo que o que ela gostaria de fazer comigo só seria real com Taylor.

— Você estava quase babando hoje. — Patrick disse, sentando-se ao meu lado.

— Como? — perguntei, totalmente confuso.

— Pela Taylor, cara. — ele disse com um sorriso sarcástico. — Você acha que eu sou idiota, não é? Me senti até mal pela Kayla; você estava comendo a Taylor com os olhos.

— Para de falar merda. — disse, dando uma risada falsa e um soco fraco em seu braço. — Você sabe que somos apenas colegas de trabalho e que, por mim, nem isso seríamos.

— Você acha que eu sou idiota, não é? Te conheço há mais de 10 anos — ele disse, já com a voz mole, demonstrando sua embriaguez. — Sei muito bem que você se derreteu pela Swift desde o nosso primeiro dia na agência. É por isso que implica tanto com ela. Inclusive, acho que com ela é a mesma coisa. Na minha opinião, vocês deveriam largar esses encostos que namoram e se comer de uma vez.

— Certo, acho que já está na hora de parar de beber, porque você está falando merda. — brinquei, tentando pegar o copo de sua mão.

— Não estou falando merda, você só não quer admitir — Patrick retrucou, puxando o copo de volta e virando o conteúdo.

Eu ri, tentando disfarçar o desconforto. A verdade era que Patrick estava certo. Minha obsessão por Taylor estava se tornando insustentável, mas admitir isso em voz alta para meu melhor amigo era outra história.

— E se fosse verdade, o que você sugere que eu faça? — perguntei, mais para testar sua reação do que esperando uma resposta séria.

— Primeiro, para de fingir que Kayla é a mulher da sua vida. Segundo, encontre um jeito de falar com Taylor sobre isso. Você está só adiando o inevitável.

Eu sabia que Patrick estava certo, mas a realidade era mais complicada do que qualquer um imaginava. Graças a tudo que é mais sagrado, Brittany apareceu logo em seguida e me salvou de ter que responder a Patrick.

Depois disso, a noite não durou muito. Kayla e eu logo fomos para casa. Senti que ela ainda estava brava por minhas interações com Taylor, mas decidi ignorar. Sei que nosso fim está próximo.

Meu domingo foi dedicado exclusivamente à ressaca e autorreflexão. Eu soube desde antes de beijar Taylor naquele elevador, na primeira vez que a vi, que não haveria volta. Aquela mulher havia me fisgado; eu era dela. De algum modo, meu coração sempre teve um lugar reservado para ela.

Estava disposto a deixar Kayla, disposto a fazer tudo por Taylor, mas sei que isso não será fácil. No momento, imagino que Taylor veja nossa relação apenas como o combinado de início, uma fuga, algo físico, mas para mim é muito mais que isso.

Se quero roubar a garota para mim, fazê-la desistir de anos de relacionamento, preciso conquistá-la ainda mais. Nós passamos oito horas por dia, cinco dias por semana, trabalhando juntos. Fazemos o melhor sexo do mundo, damos um jeito de almoçar juntos sempre que possível, falamos sobre tudo no mundo, fugimos para nos vermos fora do trabalho sempre que temos chance e começamos a pequena tradição de nos encontrarmos todos os sábados pela manhã para correr. Mas ainda não tenho certeza se isso tudo seria suficiente para fazê-la desapegar do passado com aquele inglês. Para ter Taylor inteiramente para mim, estou disposto a mostrar meu lado mais romântico para ela todos os dias até o final da minha vida, e um pouco do competitivo que a perturba o tempo inteiro, porque sei que ela adora.

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