Satoru Gojo se encontra em um confronto com Utahime Iori, em meio a discussões, desentendimentos e traumas. No entanto, talvez uma centelha de romance seja capaz de aproximar esses dois opostos, e o amor possa ser a chave para curar suas feridas.
Gojo estava sonolento com o cafuné de Utahime. Ela olhou para ele e começou a falar.
- Sabe, eu e Naoya éramos muito apaixonados. Acho que foi na adolescência que percebi que o amava. Ele era um cara incrível - Gojo abriu os olhos, prestando atenção nela. - Ele era gentil, animado, destemido e desafiador, mas ao mesmo tempo me mostrava que eu poderia ser bem mais do que eu imaginava.
- Ele realmente parece ser alguém incrível - disse Gojo, sentindo uma pitada de ciúmes.
- Sim, mas não se engane. Com o tempo, fomos crescendo e Naoya foi mudando. Ele me rodeava constantemente, tentava controlar tudo e todos com quem eu me envolvia. Ele desenvolveu um sentimento possessivo por mim. Detestava a ideia de me ver com outra pessoa e sentia ciúmes de qualquer um que me desse atenção. Aos poucos, foi me sufocando, mesmo eu o amando e nunca dando motivos para ele se sentir assim.
- Deve ter sido difícil!
- Foi muito. Um dia, finalmente tomei coragem para terminar tudo e me afastar. Ele não aceitou - Gojo se sentou na cama, olhando atentamente, inúmeras coisas passando por sua cabeça. Ele estava orando para não ser o que ele pensava. - Ele me seguiu, me arrastou para... - Utahime fechou os olhos.
- Não. Meu amor, por favor, se isso dói, não fale - Gojo viu a tristeza em Utahime.
- Não, eu preciso falar. Se não, eu não vou conseguir seguir em frente com você - Gojo apenas balançou a cabeça.
- Ele..abusou de mim e cortou meu rosto. Essa cicatriz eu tenho por culpa dele, não foi um acidente...
Gojo sentiu seu peito arder de raiva. Ele ficou vermelho.
- Eu vou matar aquele desgraçado! - falou com ira.
- Não, Gojo, calma...
- Você devia ter contado para seu pai, devia ter contado para mim. Eu nunca deixaria você se casar com esse lixo! - Gojo começou a chorar desesperado e se levantou atordoado. Utahime começou a chorar.
- Eu sei, mas eu não podia! Ele me ameaçou, disse que faria coisa pior com Yuki e Shoko. Por isso, eu aceitei. Eu não podia permitir que elas passassem pelo que eu passei. Eu me sentiria culpada pelo resto da vida, Gojo.
- Eu sei... eu não estou te culpando. Perdão, eu estou nervoso por causa dele. Ele é um traste... - Gojo se sentou ao lado dela e a abraçou. - Eu te amo, Utahime. Eu vou resolver tudo isso.
- Tudo bem.
- Você confia em mim?
- Sim, Gojo, confio.
- Então relaxa. O que eu posso fazer? Isso deve doer tanto, né? Vamos passar com um psicólogo. Eu não quero ver você mal por causa daquele inútil!
- Obrigada, Gojo. Sinto que um fardo foi tirado de mim. Obrigada por me escutar.
- Eu deveria te pedir perdão. Eu te odiei tanto, mas ao mesmo tempo queria te amar tanto. Me sinto um inútil. Eu queria ter te conhecido antes, queria estar ao seu lado antes e te proteger de tudo isso.
- Mas eu preciso de você agora. Você está me salvando. Eu preciso de você aqui, exatamente neste momento. Naoya não vai mais exercer suas vontades sobre mim.
- Não mesmo. Eu nunca permitiria que ele toque em você, e nem em suas irmãs. Fique tranquila, eu resolverei isso. Então só descanse. Vamos cuidar dos seus sentimentos. Quero você bem. Não se preocupe com Naoya, eu vou resolver isso.
Utahime se ajeitou nos braços de Gojo, e os dois passaram a noite juntos, se amando o máximo que puderam.
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