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Geto estava trancado em seu quarto, recusando-se a ver ou receber qualquer pessoa. Os negócios, que costumavam ser sua responsabilidade, agora estavam sob os cuidados de Gojo e Choso. Shoko também se isolara, apesar de ter recebido alta e estar sob observação em casa. Ambos, Geto e Shoko, estavam perdidos em seus próprios pensamentos, lutando contra a dor que os consumia.

Com o passar dos dias, Shoko começou a se sentir um pouco melhor. Suas irmãs a cercavam, tentando devolver-lhe a autoestima. No entanto, ela evitava tocar no assunto sobre Geto e Nanami. Mesmo assim, a presença e o apoio das irmãs começavam a surtir efeito, fazendo com que ela voltasse a sorrir, ainda que de forma tímida.

Depois de uma semana enclausurado, sem se alimentar decentemente, Geto finalmente saiu de seu quarto. Ele desceu as escadas, descabelado e com os olhos fundos, vestindo apenas um roupão vermelho. Passou pela sala, alheio à presença de outra pessoa, e foi diretamente para a cozinha. Seu mordomo o seguiu, falando com urgência.

- Sr. Geto, a senhorita Shoko está na sala te aguardando.

Desesperado, Geto correu de volta para a sala. Lá estava ela, deslumbrante em um lindo vestido. Shoko não parecia feliz, mas havia um sorriso em seu rosto. Geto coçou os olhos, tentando se convencer de que não estava sonhando.

Shoko se aproximou lentamente, perguntando com suavidade:

- Você está bem?

Geto, ainda atordoado, respondeu com uma pergunta.

- O que você está fazendo aqui?

- Eu queria conversar - disse Shoko, a voz calma e firme, apesar da dor que ambos carregavam.

Eles ficaram em silêncio por um momento, cada um absorvendo a presença do outro. Geto finalmente quebrou o silêncio.

- Shoko, eu... sinto muito por tudo. Eu deveria ter feito mais, sido mais forte...

Shoko balançou a cabeça, interrompendo-o gentilmente.

- Não, Geto. Não estamos aqui para falar de arrependimentos. Estamos aqui para nos encontrar, para entender o que ainda resta de nós.

Geto olhou para Shoko, vendo a força em seus olhos que tanto admirava. Ele sabia que essa conversa era o primeiro passo para algo novo, algo que poderia curar suas feridas, ou pelo menos permitir que começassem a cicatrizar.

- Então, vamos conversar - disse Geto, sua voz carregada de determinação e esperança.

Shoko suspirou profundamente antes de começar a falar.

- Me sinto mal por ter perdido o bebê, Geto. Mas isso não foi culpa sua.

Geto balançou a cabeça, a dor em seus olhos evidente.

- É culpa minha, sim. Eu me arrependo amargamente de ter sido um covarde, de não ter estado ao seu lado quando você mais precisava.

Shoko colocou a mão sobre a dele, apertando-a levemente.

- Geto, os médicos disseram que minha gravidez era de risco. Eles avisaram que algo assim poderia acontecer. Aconteceu cedo porque eu estava sob muito estresse naquele dia.

Geto abaixou a cabeça, lágrimas escorrendo silenciosamente por seu rosto. Shoko, com um gesto suave, segurou o rosto dele, levantando-o para que ele a olhasse.

- Você ainda me ama? - ela perguntou, a voz trêmula de emoção.

Geto segurou a mão dela com firmeza, seus olhos encontrando os dela com uma sinceridade profunda.

- Sim, Shoko. Eu te amo mais do que tudo nessa vida.

Um sorriso suave apareceu nos lábios de Shoko.

- Eu também te amo, Geto. - Ela fez uma pausa, buscando coragem. - Você está disposto a recomeçar?

𝐏𝐑𝐈𝐃𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐈𝐎𝐍 ; Gojo Satoru Onde histórias criam vida. Descubra agora