FLASHBACK

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CAROLINA MARIA

O céu estava escurecendo, dessa vez não era aquele azul marinho habitual de fim de tarde, é um alaranjado com pitadas de rosa que dá para ser visto da janela chão ao teto. Por baixo de mim estava Beto com seus olhos brilhantes e o peitoral bronzeado da mesma maneira.

Bendita seja essa férias de verão que está me proporcionando viver esse momento.

Meus cotovelos estão apoiados levemente no seu tronco onde consigo olhá-lo e o ver sorrir. Estico as minhas mãos e faço um leve cafuné em seu cabelo. Ele puxa as mesmas e deposita um beijo em cada ponta do meu dedo.

— Você é maravilhosa — Sua voz grossa atinge os meus ouvidos. — Maria, essa é a maior loucura da minha vida.

— Espero que você não se arrependa — Digo referente ao seu desabafo.

— Jamais. Vivi mais esses dias do que em uma operação — Solto uma risada e me deito sobre ele, agora está sendo a vez dele fazer cafuné em meu cabelo enquanto ao mesmo tempo desliza os dedos até a minha lombar. — Vou até sentir sua falta.

— Devo então me sentir lisonjeada. E Beto, você sabe que isso não precisa terminar, ainda posso vim ao Rio nos finais de semana.

Roberto vira o rosto para o lado evitando contato visual.

— Já conversamos sobre isso, Maria — A sua voz rouca agora tem uma profundidade que não consigo identificar. — Gosto muito do seu pai e tenho a confiança dele, e nesse momento sinto que estou a traindo. Isso é novo para mim. Algo que nunca imaginei fazer, mas em nenhum momento me arrependo. Quero que saiba disso.

— E mesmo assim precisa chegar ao fim?

— Sim, precisa.

Apenas balancei a cabeça e me impulsionei para levantar, mas seus braços fortes me prenderam nele.

— Só quer dizer que isso não precisa acabar agora, ainda temos que ir experimentar o gelato daquela lanchonete que você me falou — Roberto depositou um beijo na minha bochecha e me virou ficando por cima de mim. Seus olhos pretos estavam nos meus. — Amo esse seu jeito de moleca.

— É mesmo? — Perguntei em um tom diferente que fez uma das suas mãos se prenderem na minha cintura. — Então prova.

_

Os dias foram se passando lentamente, o que foi uma maravilha para mim. Ficar com o Roberto durante os dois meses foi a melhor coisa que poderia acontecer comigo, estar com ele é o mesmo sentimento de ter o seu seu primeiro namorado. O que eu nunca tive, mas me bastava ter essa espécie de relacionamento casual.

Gosto quando Beto me manda mensagem durante o dia, me falando como o trabalho deixa o estressado, só que não se imagina fazendo outra coisa. Além das perguntas aleatórias sobre as leis, coisas que eu ainda não poderia responder ainda e acabava me forçando a estudar.

Cada ação, cada mensagem e cada encontro eu preciso reprimir os meus sentimentos.

Claro que eu estava apaixonada. O meu sangue pulsava só de imaginá-lo e se ele me pedisse, eu poderia transferir minha faculdade para o Rio. Bastava ele falar as palavras.

MY KIND OF LOVE | capitão nascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora