CAROLINA MARIA
— Se eu soubesse que você se afastaria da sua família depois que entrasse na faculdade, jamais teria permitido que entrasse — Papai diz e sua voz que é pesada, tira a minha concentrando da televisão e me assustando um pouco.
— Entendi. Voltamos para os anos 60 — Tento soar um pouco mais engraçada e meu pai que por natureza já tem a expressão autoritária na rosto, acredito que ele realmente esteja falando sério. — Ai pai, você sabe onde eu moro e sempre pode ir me visitar.
— Eu que sou o pai. Certeza que se eu morrer você só vai descobrir depois do enterro — Começo a rir depois da sua fala dramática e me levanto do sofá e caminho até sua poltrona. Jogo meus braços ao redor do seu ombro e o abraço forte. — Você é a minha menina, Cacá. Independente se você tem 26 ou 6, sempre a minha menina.
— Você tem o Júnior. Ele merece muito mais a sua atenção — Pode até parecer que sou ciumenta, mas realmente acho que meu irmão mereça muito mais a sua atenção. Essa idade os meninos costumam a querer experimentar outras coisas; e mesmo que Júnior tenha um pai em casa, isso não o impede de nada. — Pai, os meninos nessa idade já fazem loucuras.
— O Júnior é um menino centrado, não tenho com o que me preocupar — Ergo a sobrancelha para ele. — O que foi, Carolina?
— Não sei, pai. Na idade dele eu não poderia sair sem precisar avisar — Me levanto voltando para o sofá que estava sentada. — Esquece, deve ser coisa de irmã mais velha.
A realidade é que a criação vai sempre diferente. Pais acham que os filhos homens são centrados e não vai cometer nada de errado, enquanto quanto ser menina de quatorze e beijar na boca cedo já é tratada como ''vagabunda''. Me preocupo com o meu irmão; o mundo está oferecendo muitas coisas que a família muitas das vezes não podem impedir e o que mais recebo são jovens entre seus 16-18 anos de idade já portando todos os tipos de drogas.
Me acomodo mais uma vez no sofá e presto atenção no jogo que está passando, um clássico entre Vasco e Flamengo. O Vasco está levando a melhor, o que me deixa feliz e o meu pai com uma carranca por está vendo o time perder. Em algum momento do jogo, já no final, a campainha toca e eu olho para o meu pai que se levanta.
— Temos visita — Diz ele enquanto calça suas havaianas e caminha até a porta desaparecendo.
Ajeito a minha postura em saber que tem outra pessoa na casa além de mim. Minha mãe saiu para para o mercado e Júnior está na escola fazendo alguma atividade extracurricular. Ouço a voz do meu pai e a porta sendo aberta.
Roberto entra atrás do meu pai e parece está tão surpreso quanto eu estou em lhe ver. O nosso último encontro tinha sido quente e no final, tudo se dissipou quando cai na realidade. Observo suas roupas que são as habituais do trabalho, blusa preta com o símbolo do BOPE e a calça da mesma cor. Seus olhos percorrem pela extensão da casa em busca de mais outro ser e meu pai olha de mim para ele de forma engraçada.
— Cacá, eu já tinha marcado com ele antes de você chegar — Diz meu pai, despreocupado. — Vamos tomar um café todos juntos?
— Café?! Está ficando tarde, pai — Contesto e me levanto olhando para o mais velho entre nós. — Até onde eu sei o senhor é cardíaco, não deve tomar café tão tarde.
— Até onde eu sei, meu coração está muito bom. Você aceita um cafezinho, Nascimento?
Roberto diz um sim breve e meu pai passa por mim indo na direção da cozinha. Olho para Roberto que está plantado no mesmo lugar desde que chegou, ele parece reprimir um riso e o encaro.
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MY KIND OF LOVE | capitão nascimento
FanficCarolina Maria, a filha do Coronel do BOPE se ver perdidamente apaixonada pelo novo soldado do seu pai, mas Roberto Nascimento pareceu prestar atenção na menina. Até que em um momento, após alguns anos, Carolina começa sua graduação em direito em S...