Depois da Guerra. . . - Drarry (Reescrevendo)

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Harry Na Escuta!

A forma como me descobri bissexual foi algo repentino, afinal, durante a Guerra Bruxa, tinha tantos problemas que uma auto descoberta seria demais para mim. Tentei ao máximo evitar esse momento, mas no final não tenho como fugir.

Contei somente para as pessoas que acho realmente que deveriam saber, no caso Hermione, Rony e Gina. Não acho que seja nescessário contar para mais ninguém.

Já fazia alguns anos que pensava na possibilidade de gostar de garotos, mas só fui descobrir a exata palavra que definia o que é a alguns meses, antes de voltarmos a Hogwarts.

Já faz semanas desde que comecei a ter sonhos cada vez mais bizarros que sempre envolvem Draco no meio. Se levar em conta todo o meu histórico em relação a sonhos é algo que eu deva me preocupar.

A diferença dos outros é que esses são calmos e felizes, mas infelizmente, sonhos são diferentes da realidade, Draco da vida real é irritante e mal-educado. Ele está tentando mudar, mas o caminho para chegar nisso é do tamanho da muralha da China e ele está andando igual uma tartaruga.

Encaro Rony andando de um lado ao outro pelo quarto, tentando ao máximo decorar todos os feitiços do livro. Hermione saiu para pegar mais alguns livros para estudarmos, e com isso aproveito para ter uma conversa de homem para homem com Rony.

— Cara. — O chamo, ele para em meio ao quarto me encarando. — Eu preciso da sua ajuda.
— Pra quê? — Ele pergunta se aproximando.
Respiro fundo.
— Eu acho que estou gostando de um garoto.
De repente o quarto inteiro fica em silêncio.
— Ah. — Começa, olhando ao redor parecendo constrangido. — Você quer que eu faça o que?

Já estou completamente arrependido de ter cogitado isso, mas acho que com Hermione seria humilhação maior.

— Quero um concelho.
— Hum.
— Eu preciso saber se ele é realmente hétero, se não eu desisto dessa paixonite logo de uma vez.
— Hum. Só perguntar pra ele. — É só isso que Rony fala.

Cruzo os braços em silêncio, não é possível que Rony me aconselhou isso. Não que isso seja uma má ideia, mas a pessoa em questão é Draco Malfoy.

— Rony, não é simples assim.
— Todo mundo te ama, Harry. Ninguém teria coragem de ser homofóbico com você.
Tiro meus óculos, suspirando fundo.
— Você não ajudou.

Hermione entra, Rony volta a repetir os feitiços, e eu volto para meus pergaminhos.

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Acompanho Hermione e Rony para a primeira aula de Transfiguração, não lembrava de como McGonagall dava aulas tão complexas, chega a ser desgastante. Realmente, a ideia de Draco de morar em uma casa em meio ao nada cada vez mais se torna uma opção plausível. Depois de Hogwarts, eu só quero ter paz.

Boa parte dos alunos não haviam chegado, Rony e Hermione se sentam juntos na mesa de sempre, deixo os dois para trás para me sentar em outra carteira à espera de Draco como temos feito as últimas aulas.

Ele e seus amigos chegam quase no começo das aulas, preciso levantar a mão para chamar a atenção do loiro que me encara como sempre com uma cara de desgosto, mas no fundo tenho certeza que ele gosta.

— Oi, Potter. — Draco fala, se sentando ao meu lado e jogando sua bolsa na mesa.
— Olá, Draco. Dormiu bem?
O loiro me encara, desconfiado.
— Acho que sim.

Minerva entra na sala, e sem enrolação a mulher mais velha começa sua aula. Com as provas chegando, a maioria das aulas são teóricas e com muita escrita, o que em sua maioria é chato. Encaro o loiro ao meu lado que presta toda sua atenção na professora. Não estou com a mínima vontade de prestar atenção na aula, poderia conversar com Draco, mas é provável dele me xingar pelo resto da eternidade se eu fizer isso.

— Quer sair comigo na próxima visita a Hogsmeade?
Draco não responde, mas percebo seu olhar vindo em minha direção por pequenos segundos. Espero por uma resposta por alguns minutos.
— Não vai me responder?
— Caralho, cala a boca. — Ele fala baixo, me encarando.
— Só responde, sim ou não porra.

Tinha que ser o Draco Malfoy para complicar tudo. Não acredito que estou cogitando gostar desse merda.

— Não quero, agora fica quieto, ou enfio esse tinteiro na sua garganta.

Suspiro, voltando minha atenção a professora que permanece parada em meio a sala.

Quando finalmente a aula termina, volto a perguntar, agora com ele mais calmo.

— Aceita sair comigo na próxima visita a Hogsmeade?
— Potter, eu não gosto de ficar indo naquele lugar, então a resposta continua sendo não.
— Eu prometo não deixar ninguém te atormentar.
Draco revira os olhos.
— Potter, para de me encher o saco.
Draco começa a ir na direção oposta.
— Qual é a sua próxima aula? — Pergunto.
— História da Magia.
— A minha é Feitiço. — Falo logo em seguida, já que ele não faz questão de perguntar, preciso responder por conta própria.

O loiro sai sem ao menos se despedir. Fico parado em meio ao corredor, será que essa humilhação vale apena.