| COIMBRA |
Depois que Luna ligou, não consegui dormir. Os dias se passaram de vagar, a bomba que ela soltou ecoava na minha mente. Como meu pai podia ter se aliado ao desgraçado do Hugo? Tava difícil de acreditar.
Mas uma vez levantei, sem conseguir ficar parado. Peguei o celular e comecei a andar pelo meu barraco. O sangue fervia de raiva e preocupação. E pra piorar, a saudade da Luna só apertava. Fazia tempo que não via ela, e cada lembrança só piorava a dor.
Passava a mão pelo rosto, tentando clarear as ideias. O sorriso dela, a voz doce, o jeito que me fazia sentir vivo. A saudade batia forte. Sabia que precisava fazer alguma coisa, precisava ter ela de volta.
Depois de um tempo andando em círculos, decidi sair. Precisava esfriar a cabeça, como sempre fazia nesses últimos dias. A madrugada estava fria, e as ruas do morro estavam mais silenciosas do que o normal. Caminhei pelos becos, perdido nos meus pensamentos, quando, ao virar uma esquina, vi algo que me fez parar de repente.
Marília, a mulher do Tucano, estava aos beijos com um cara em uma viela escura. Me escondi atrás de uma parede, tentando não fazer barulho.
— que porra é essa ? - sussurro observando a cena
Eles se afastaram por um momento, e eu pude ver o cara. Meu coração quase parou. Era o Sabiá. Ele logo cobriu o rosto com um pano e olhou pros lados, como se estivesse verificando se alguém os havia visto. O sangue ferveu ainda mais nas minhas veias.
Caralho ele está aqui no morro? E pior, pegando a mulher de tucano.
Filho da puta.
Marília se despediu rapidamente e sumiu na escuridão da viela. Sabiá, ainda com o rosto coberto, começou a andar na direção oposta. Decidi segui-lo, mantendo uma distância segura.
Depois de alguns minutos ele parou enfrente um barraco, aparentemente abandonado. Forçou o portão um pouco, decidi me aproximar.
— Então depois de meses era aqui que você tava enfiado? - cruzo os braços vendo ele se virar rápido me encarando.
— Filho. - murmura abaixando o pano que cobria metade do seu rosto.
— filho é meu ovo direito porra. - digo
alterado. — que porra é essa de tu ta com Hugo? E pior, pegando a Marília caralho ? - me aproximo.— Como tu tá sabendo disso? - diz ríspido.
— Foda-se, qual foi? tu se aliou a um cuzão que quase matou a mulher que eu amo caralho. - meu sangue fervia.
— Ce não sabe nem da metade da história Coimbra, então abaixa a bola. - diz tentando ser calmo.
Solto uma risada sarcástica e passo a mão pelo cabelo.
— Fala então, sua hora de explicar. - abro os braços.
Sua expressão era de dúvida, bufou algumas vezes antes de se encostar no murinho e me encarar de novo.
— Grego mandou me matar porra. - suspira. — mas vazo ruim não quebra não. E agora, é a vez dele de pagar no bagulho. - ri. — e ele tá ligado disso.
Continuo o encarando tentando buscar algum resquício de mentira, mas por tudo que grego fez e falou nesses últimos tempos. Realmente fazia sentido.
— e pra cobrar ele tu decidiu se aliar a porra do Hugo, e comer a mulher do tucano? - cruzo os braços.
— Marília tá me ajudando, até agora tá prestando pelo menos. Mas não vai demorar muito pra mim descartar ela não relaxa. - endireita o corpo. — Ou você acha mesmo que tucano é santo? - ri sarcástico. — aquele viado ajudou Grego, e agora Marílinha tá me passando algumas informações.
Escuto um barulho de vozes se aproximando, e vejo meu pai colocar o pano de novo no rosto.
— Depois a gente se tromba. - diz antes de entrar na casa.
Olho pro lado e vejo Sérgio e Beto caminhando enquanto fumavam um baseado. Passaram por mim e acenaram.
Sabiá não explicou ainda o por que tá junto com Hugo, mas em geral. Se Grego mandou matar ele, tem que ser cobrado mesmo. Ainda mais se o bagulho foi na covardia.
Só penso agora em Luna, preciso tirar ela de lá. Por que quando a bomba estourar, vai morrer muita gente.————————————————————————
| NOTA |
Votemmmm ⭐️
Gente tá tudo ligado? Que loucura 🤯
Me contem o que estão achandoooBeijo da cindy 💋
Até o próximo...

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PARA SEMPRE NÓS (finalizado)
Hayran Kurgu📍𝙫𝙞𝙙𝙞𝙜𝙖𝙡 - 𝙧𝙞𝙤 𝙙𝙚 𝙟𝙖𝙣𝙚𝙞𝙧𝙤 [+16] "vai ser nós contra o mundo sempre, contra toda caretice de mãos dadas"