Capítulo 6

35 4 0
                                    

Henry

A cela era fria e escura, com apenas uma lâmpada fluorescente piscando esporadicamente no teto. As paredes eram de concreto áspero, e o ambiente era um contraste gritante com o calor da noite que ainda permanecia em suas memórias. Henry estava sentado no chão, ao lado de Mika, com as algemas pesadas prendendo suas mãos atrás das costas. A posição era desconfortável e a atmosfera, carregada de tensão.

Mika, ainda em choque, estava encostada na parede, seus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Henry tentou manter a calma, embora o desespero estivesse começando a tomar conta. As memórias de sua vida antes daquela noite e a preocupação com sua mãe e amigo o atormentavam.

— Vai ficar tudo bem, Mika — Henry sussurrou, tentando parecer mais confiante do que se sentia. — Precisamos ficar fortes.

Mika o olhou com um olhar frágil, a dúvida evidente em seus olhos.

— Como? — ela perguntou, a voz tremendo. — Eles vão nos fazer perguntas... e se descobrirem algo?

Henry não tinha uma resposta clara. O medo de não saber o que viria a seguir era esmagador. Eles haviam sido separados da mãe de Henry e do amigo, Matheo. A incerteza sobre o que estava acontecendo com eles e o que o futuro reservava era angustiante.

---

Caleb

Enquanto isso, Caleb estava de volta à sala de comando da base dos Últimos Homens, uma área cheia de telas de monitoramento e equipamentos de comunicação. O ambiente era frio e impessoal, refletindo a eficiência e a dureza do regime.

Caleb olhou para a tela, onde imagens das celas e dos corredores eram exibidas. Ele sabia que a garota híbrida e os outros prisioneiros estavam em suas respectivas áreas de detenção. O general ainda não havia chegado, então os procedimentos padrão eram seguidos à risca.

— Caleb, precisamos estar prontos para o interrogatório — disse um dos oficiais superiores. — A informação que esses prisioneiros possuem pode ser vital.

Caleb assentiu, sabendo que seu papel era manter a ordem e garantir que tudo corresse conforme os protocolos. Ele não tinha certeza de como o novo general lidaria com a situação, mas estava ciente de que as regras rígidas dos Últimos Homens deixavam pouco espaço para flexibilidade.

---

Henry

O som da porta da cela se abriu, e dois guardas entraram, seus passos ecoando no concreto. A presença deles fez com que o coração de Henry disparasse. Eles eram implacáveis e, não havia muitos motivos para acreditar que teriam misericórdia.

— Levanta, híbrido — ordenou um dos guardas.

Henry ajudou Mika a se levantar, tentando oferecer algum conforto silencioso. Os guardas os conduziram pelos corredores frios da base, passando por várias portas e segurança adicional, até que chegaram a uma sala de interrogatório.

A sala era equipada com uma mesa metálica e cadeiras duras. O ambiente era sombrio, com uma única lâmpada pendurada acima da mesa, lançando sombras ameaçadoras.

— Sentem-se — disse o guarda, empurrando as cadeiras para os prisioneiros.

Henry e Mika se sentaram, seus olhos vasculhando o ambiente na esperança de encontrar alguma pista sobre o que viria a seguir. O guarda saiu e a porta se fechou com um clique pesado. O silêncio que se seguiu era quase opressivo.

---

Caleb

Na sala de comando, Caleb se preparava para observar o interrogatório. A imagem na tela mostrava o menino e a híbrida, a tensão evidente em seus corpos.

— O general chegará em breve — informou o oficial superior. — Certifique-se de que tudo esteja pronto para quando ele chegar.

Caleb sabia que o interrogatório seria intenso. Os Últimos Homens não tinham tolerância para falhas e qualquer informação obtida poderia alterar o curso das operações. A pressão estava aumentando, e Caleb sentia o peso de sua responsabilidade.

---

Henry

A porta da sala de interrogatório se abriu novamente, revelando uma figura imponente: o general dos Últimos Homens. Ele era um homem alto, com uma expressão severa e olhos penetrantes cobertos pelos óculos vermelhos. Seu porte exalava autoridade e poder, e Henry sentiu um calafrio ao vê-lo.

— Começamos agora — anunciou o general, sua voz fria e calculista.

Henry e Mika se entreolharam, o medo e a incerteza evidentes em seus rostos. O que estava por vir era desconhecido, mas a determinação de enfrentar a situação com coragem e esperança de encontrar uma maneira de escapar era a única coisa que Henry podia oferecer. A sala de interrogatório estava prestes a se transformar em um campo de batalha mental, e a luta pela sobrevivência havia apenas começado.

Híbridos existem (inspirado em Sweet Tooth)Onde histórias criam vida. Descubra agora