Híbridos existem (inspirado em Sweet Tooth)

Capítulo 9

Henry

A noite estava carregada e escura, a umidade do ar parecia se infiltrar em nossos ossos, e o som da vegetação quebrando sob nossos pés era uma constante lembrança da nossa vulnerabilidade. O peso da responsabilidade de proteger Mika, que tinha apenas cinco anos, estava sobre meus ombros. Cada passo que dávamos era uma luta contra a exaustão e o medo, e o frio da noite parecia fazer o tempo se arrastar ainda mais lentamente.

Mika estava ao meu lado, sua pequena mão firmemente segurando a minha. Mesmo com sua idade, ela entendia mais do que eu gostaria. O olhar em seus olhos era de tristeza profunda, e eu sabia que o peso da perda de nossa mãe estava sobre ela também.

— Henry, por que a mamãe não está aqui? — Mika perguntou, sua voz embargada pela dor.

Eu respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas para confortá-la, mas a verdade era que eu mesmo estava lutando para lidar com a dor. — Ela... ela não pode estar conosco agora, Mika. Mas eu prometo que faremos tudo o que pudermos para ficar seguros e encontrar um lugar onde possamos descansar.

O medo nos olhos de Mika era misturado com uma compreensão dolorosa. Ela sabia que nossa mãe não estava mais conosco, e isso fazia a situação ainda mais difícil. Tentando oferecer algum consolo, eu a puxei para mais perto. — Vamos ficar juntos e continuar. É o que a mamãe queria. Ela queria que estivéssemos seguros e cuidássemos um do outro.

Gus estava à frente, seu comportamento habitual de inocência de alguém que mal viu o mundo em seu horror e mortes estava tentando aliviar a tensão. Becky e Jepperd seguiam com um foco implacável, suas expressões sérias refletindo a gravidade da nossa situação. Becky estava sempre de olho em qualquer sinal de perigo, enquanto Jepperd mantinha uma vigilância constante, ele parecia um homem cansado da vida o único que a iluminava era Gus.

— Estamos nos aproximando de uma área mais segura — disse Becky, olhando para um mapa desgastado. — Devemos estar perto de um lugar onde possamos descansar um pouco.

A clareira à nossa frente parecia uma pausa bem-vinda, mas a verdade era que ainda não sabíamos o que esperar. O grupo fez uma parada breve, e Gus começou a distribuir mantimentos e água.

— Aqui, pessoal, uma pequena pausa para reabastecer. Vamos aproveitar para descansar um pouco antes de seguirmos — disse Gus, tentando manter o espírito do grupo elevado com sua característica leveza.

Mika se aninhou perto de mim, tentando se proteger do frio. O peso da responsabilidade de confortá-la me fazia sentir uma mistura de tristeza e determinação. Eu peguei uma das rações distribuídas por Gus e a ofereci a Mika.

— Coma um pouco, Mika. Isso vai te ajudar a se sentir melhor. Ela aceitou o alimento com um olhar distante. — Eu sinto falta dela, Henry. Não sei o que fazer sem a mamãe.

Eu respirei fundo, tentando engolir a dor. — Eu também sinto falta dela, Mika. Mas estamos juntos e faremos o que for necessário para ficar seguros. Nós dois precisamos ser fortes, por ela e por nós.

Becky e Jepperd estavam ocupados verificando o ambiente e preparando o grupo para o próximo movimento. Eu vi Becky dar um olhar para mim, seu semblante suave de compreensão.

 — Vamos planejar nosso próximo passo com cuidado. Não podemos nos permitir relaxar completamente, mas precisamos estar preparados para qualquer situação.

Gus se aproximou.— Se tudo der errado, pelo menos teremos uma boa história para contar. E eu prometo que farei o meu melhor para manter as coisas interessantes.

Mika me olhou com um pequeno sorriso, tentando encontrar alguma esperança nas palavras de Gus. Eu a abracei, minha própria tristeza misturada com uma determinação silenciosa. — Vamos encontrar um lugar seguro, Mika. E vamos passar por isso juntos como sempre fizemos.

Enquanto o grupo se preparava para continuar já sabíamos que o verdadeiro desafio estava à frente, mas por agora, o alívio de ter um momento de calma era um pequeno conforto.