Capítulo 7

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Henry

A tensão estava assustadoramente alta na sala. O general dos Últimos Homens havia acabado de decretar nossa sentença de morte, e eu sentia o peso das suas palavras como um fardo esmagador. Mika estava ao meu lado, o rosto pálido e os olhos cheios de lágrimas. Ela me encarava com seus pequenos olhos e tudo o que eu conseguia ver era desespero. 

-Onde está a nossa mãe?- eu perguntei baixinho-

-Aquela mulher desprezível esta sendo morta agora-ele disse me olhando com desprezo- todos sabem o que acontece com aqueles que ajudam os híbridos

-NÃO!-gritou Mika, seus olhos estavam vermelhos-

A ideia de enfrentar a execução era quase insuportável, saber que nossa mãe estava sendo morta nesse instante era pior, mas então, algo inesperado aconteceu.

Enquanto o general se preparava para sair da sala e deixar a execução a cargo de seus seguidores, um alarme estridente começou a soar. O som era um rugido agudo que cortava o ar e causava caos instantâneo. Os guardas se moviam em pânico, e a confusão tomou conta do ambiente.

— O que está acontecendo? — gritou o general, sua expressão se transformando em uma mistura de frustração e raiva. — Vá ver o que é!

Foi nesse momento que um jovem híbrido que parecia um cervo entrou na sala. Ele era ágil e discreto, e uma presença quase furtiva. Seus olhos brilhavam com determinação, e ele não perdeu tempo.

— Levante-se! — ele ordenou enquanto abria nossas algemas.

-Onde está minha mãe? Quem é você?

O garoto me ignorou completamente.

Mika e eu nos levantamos, a surpresa e a esperança misturando-se em nossos corações junto com a tristeza. O general e os guardas estavam distraídos, e a confusão fora da sala era nossa chance.

— Quem é você? — perguntei novamente, enquanto o garoto trabalhava rapidamente para nos libertar.

— Sou Gus — respondeu ele com urgência. — Estou aqui para ajudá-los a escapar. Mas precisamos agir rápido.

-Mas e a minha mãe-eu respondi-

-Está no céu junto com o paba...

A resposta foi devastadora, eu encarei Mika, ela havia travado, eu empurrei um pouco ela e sussurrei em seu ouvido:

-O luto ficara para depois, agora temos de fugir...ou se não nos juntaremos a ela e ela não gostaria disso...

Ela me encarou concordou e continuamos a correr.

Gus era ágil e eficiente, o que era raro para um garoto de no máximo dez anos, e em questão de minutos conseguimos nos soltar. O barulho do alarme parecia ser nossa bênção disfarçada. Com a ajuda de Gus, começamos a nos mover pelos corredores do complexo dos Últimos Homens, fugindo da sala de interrogatório e evitando encontros com guardas.

Finalmente, chegamos a uma saída de emergência. Era uma porta pesada e metálica que dava para o exterior da base. O ar fresco da noite era um alívio, um contraste gritante com o ambiente opressivo que havíamos deixado para trás. Gus agiu rapidamente para abrir a porta, e nós fomos conduzidos para fora.

— Sigam por aqui — instruiu Gus, apontando para uma área de cobertura nas proximidades. — Eu vou criar uma distração para garantir que vocês tenham tempo suficiente para escapar.

De repente um monte de outras crianças híbridas apareceram ao seu entorno, um homem extremamente grande ( com no máximo 1,90 de altura) e uma garota de 15 anos que parecia uma veterana, eles todos gritaram e partiram para luta.

Todos pareciam saber como lutar quase como se fizessem isso a tempos. "Bom no fim do mundo que é a nossa realidade é difícil não saber lutar" pensei, mas mesmo assim me impressionei com a garra que essas pessoas tinham.

-Fuja!-gritou Gus para meu alívio (eu realmente não queria lutar)-

Na escuridão da noite, o caos na base dos Últimos Homens se desenrolava. Os alarmes soavam e os guardas corriam em todas as direções, e era a nossa oportunidade para escapar. Gus havia nos dado uma chance, e agora, com o futuro ainda incerto, sabíamos que tínhamos que aproveitar essa oportunidade para buscar a liberdade.

Conseguimos encontrar um local seguro temporário. Estávamos a salvo por agora, mas o peso do que havíamos enfrentado e a incerteza do que viria a seguir ainda pairavam sobre nós.

Eu encarava enraivecido para a base, eu estava chorando, Mika também, não parecia real o que havíamos vivenciado.

Enquanto olhávamos para o local, agora distante, o sentimento de alívio se misturava com a raiva e determinação de seguir em frente. Tínhamos sido salvos por um herói inesperado, e a nossa luta pela liberdade estava apenas começando.

Híbridos existem (inspirado em Sweet Tooth)Onde histórias criam vida. Descubra agora