Welcome to Japan kitty

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Dia 23 de Setembro- 2024

Dia 23 de Setembro- 2024

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Já fazem 22 dias que estou no Japão, honestamente, as pessoas aqui não são tão preconceituosas como eu achei que seriam, elas só parecem não estar acostumadas com pessoas de pele escura ou com cabelos cacheados, ou com a maioria das minhas características, mas acho que isso é normal.

No geral, tudo tem ocorrido muito bem, meus vídeos estão tendo grandes alcances, não só na América Latina como costumava ser, mas agora em alguns lugares da Ásia também, isso tudo tem sido ótimo, mais patrocinadores estão interessados nos meus projetos, o que me dá mais liberdade de escolher com que tipo de agências eu quero trabalhar e pra qual público eu quero falar, mas ultimamente minhas publis e meus conteúdos tem ultrapassado a bolha onde costumavam ficar, o que também é incrível.

No momento, eu estou me preparando pra visitar mais um local, e como sempre, estou levando minha câmera e meus equipamentos de gravação, o local escolhido pro vídeo de hoje é Roppongi, mais especificamente o distrito vermelho, apesar de ser um lugar desagradável, é necessário mostrar a realidade da cidade, incluindo os locais que se deve evitar para uma viagem saudável.

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Já em Roppongi, após terminar de gravar, e guardar todos os equipamentos em minha mochila, me preparo para voltar à minha hospedagem, infelizmente já era noite, mas eu estava confiante de que nada de ruim aconteceria, apesar de ser um dos distritos mais perigosos de Tóquio, sejamos francos, no Brasil a gente tá acostumado com lugares piores que esse, então não tinha o que temer...Não é mesmo?

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Sim, tinha o que temer, eu estou completamente perdida, não faço ideia de onde estou e parece que ninguém nesse lugar fala inglês, espanhol ou português, e pra minha sorte, eu só sei dizer obrigada em japonês, pra ajudar ainda mais na minha situação deplorável, meu celular descarregou, e as ruas estão praticamente vazias, o que quer dizer que já está bem tarde.

Passando pelas ruas tentando encontrar alguém que consiga se comunicar comigo de alguma forma, ou algum comércio que não seja um bordel aberto, eu passo em frente à um beco, aparentemente vazio e escuro, até ouvir um tiro e eu ver sangue escorrendo em minha direção, automaticamente começo a me desesperar, e tentar fazer com que de alguma forma o meu corpo se mova, mas ele simplesmente não sai do lugar, porra, eu não consigo sair do lugar.

Seja lá quem foi que recebeu aquele tiro, não está mais entre nós, se estivesse, com certeza soltaria algum tipo de gemido ou pedido de socorro ou qualquer grunhido que as pessoas soltam quando levam um tiro, ainda não consigo sair do lugar, nem deixar de arreglar meus olhos, que parecem que a qualquer momento vão saltar de sua órbita, eu preciso sair daqui, preciso sair correndo o mais rápido possível.

Um homem começa a falar comigo, em japonês, e eu realmente não consigo entender nada, só sei que, esse foi o homem que atirou contra aquela pessoa que pouco tempo atrás jorrava sangue.

Aparentemente agora meu corpo decidiu voltar com suas funções, mas mesmo se eu optasse por sair correndo, não daria certo, o desconhecido ainda porta uma arma em suas mãos, e me encara de uma forma assustadora, quase como a morte encarra um coelhinho indefeso, cacete, eu estou tão fodida, agora que a minha vida começou a dar certo... 

- Ah, é estrangeira não é? Então vou ter com quem testar meu inglês, finalmente...Bem-vinda ao Japão gatinha - Ele solta um sorriso medonho, e a única coisa que eu consigo fazer é engolir em seco.

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Me sinto acordar de um coma de cinco anos, parece que eu simplesmente desmaiei. 

- A gatinha finalmente acordou...Dormiu bem princesa?-

Que!? Quem diabos é esse cara? E onde eu estou?

Pensando bem, eu me lembro melhor agora, esse homem me desmaiou ontem, depois de toda aquela bagunça que aconteceu, e se reparar bem, de aparência, ele até se parece um pouco comigo.

Ele possui cabelos brancos, olhos azuis quase como cristais, e a pele bem branca, está trajado com um terno elegante, e por algum motivo está usando óculos escuros...Foi ele quem matou aquela pessoa ontem! Eu preciso sair daqui urgentemente, seja lá onde é "aqui".

Noto que estou "sentada" em uma cama, de um quarto completamente desconhecido, parece um quarto bem rico na verdade, com uma cama de casal no centro que é onde estou repousada, um criado-mudo ao lado da cama e uma decoração bem neutra, observo também que há três portas no quarto, imagino que posso ser uma levando à um banheiro, outra à um closet e a terceira à saída.

- Não vai responder o grande Satoru Gojou? Você é muda por acaso? Não fala inglês? Ou está intimidada com a presença de um homem tão bonito como eu? - Ele se levanta da poltrona que estava sentado e vem lentamente até mim, sorrindo de forma estranha.

- Eu falo inglês, não sou muda, e se estou intimidada é pelo cenário horrível que presenciei ontem, honestamente, eu tenho dinheiro, e se me deixar sair daqui eu lhe entrego a quantia que quiser- Digo tudo rapidamente, e ainda com medo dele ainda estar armado.

O tal Gojou solta uma risada sem graça, e volta a dizer:

- Eu não preciso do seu dinheiro, mas estou curioso, não fiquei sabendo de nenhum prostíbulo que recebeu alguma puta estrangeira...Então, o que estava fazendo no distrito vermelho com equipamentos de gravação em suas coisas?- Ele fala tudo com um tom de superioridade, e apesar de eu ter sido meio "mal-educada" com ele momentos antes, era melhor eu o tratar como algum tipo de rei, até porque, não sei quem ele é, nem se ainda está com aquela arma, e se ele for da...Yakuza, puta merda, eu vou estar tão ferrada!

- Senhor, me perdoe pela forma que eu falei antes, eu só estou um pouco nervosa, não entenda errado, eu não sou uma prostituta ou algo do tipo, eu sou apenas uma viajante que grava alguns vídeos mostrando a realidade, cultura e outras coisas de vários países, estava no distrito vermelho para alertar que não é um bom destino para uma viagem, apesar de ter a sua beleza, isso explica os equipamentos em minha mochila. Por favor, me deixe voltar para minha hospedaria, eu posso dar dinheiro se o senhor quiser, ou qualquer outra coisa que desejar, e eu prometo não contar nada pra polícia ou pra qualquer um.

- Senhor é? Eu gostei disso...- Ele deu um sorriso malicioso, merda, eu não quis dizer nada sexual com isso...- Mas apesar desse pedido super fofo, eu vou ter que recusar, você vai ser minha diversão, ok?- Ele aproxima mais ainda seu rosto do meu, fazendo com que nossos narizes se encostem, com toda essa proximidade e com a sua fala, eu só consigo arregalar os olhos.

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