ℵ ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟛

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(𝟛𝕣𝕕 𝕡𝕠𝕧)

[Nome] estava parada na frente da casa dos Itoshi. Se sentia uma estranha, nunca vinha para esse lado da cidade e, agora que estava ali, tinha a impressão de ter entrado em um portal que a levou para outra dimensão. [Nome] suspira, tentando afastar os pensamentos, estava ali somente para devolver a moto de Sae, mas não podia evitar o nervosismo - só tinha visto Sae uma vez e foi há anos atrás, não se surpreenderia se o garoto não a reconhecesse. Mesmo assim, se sentia na obrigação de devolver a moto pessoalmente para poder agradecer propriamente.

Se desvencilhando dos devaneios, [Nome] finalmente cria coragem para bater na porta da enorme casa. Fica esperando por alguns segundos, até finalmente ser atendida por uma pessoa com uniforme. Deve ser um dos trabalhadores da casa, quanto será que ganha? - [Nome] não consegue evitar esses pensamentos.

Bom dia, poderia informar seu nome e o motivo de estar aqui, senhorita? O homem pergunta, tirando [Nome] do mundo dos pensamentos. Estava muito alheia hoje, se questionava o motivo disso.

Ah, claro, perdão. [Nome] [Sobrenome], vim falar com Sae Itoshi, devo devolver algo para ele. [Nome] fala, com o sorriso mais gentil possível. Não pretendia se estender muito ali, ainda tinha que ir trabalhar. Ele está?

O homem olha [Nome] de cima a baixo, era possível notar um certo desprezo em seu olhar. Não somos diferentes só porque você trabalha para alguém rico, não sou inferior - a [cor dos cabelos] pensa, mas permanece em silêncio. Está acostumada a isso.

Certo... Não acho que o Sr. Itoshi tenha negócios a resolver com a senhorita. Recomendo que saia agora. O homem respondeu.

Entendo, mas é muito importante e eu acredito que ele gostaria de ter de volta o que me emprestou. [Nome] insiste, sem mudar o tom de voz. Sempre tentava manter a gentileza e elegância independente da situação. Não se rebaixar nem demonstrar se afetar - era seu lema.

Acredito que eu não tenha sido claro o suficiente. Você acha que é a única a aparecer aqui fingindo ter algo para resolver com um dos Itoshi's? Conheço o seu tipo, vai entrar e pegar algo para vender na internet. Vá embora imediatamente, por gentileza.

Antes que possa responder, uma sombra se faz presente atrás do homem.

Quem é? O dono da sombra pergunta. Mesmo que se esforçasse, [Nome] não reconheceria a voz, mas ela repara em sua aparência. Olhos turquesa, cílios grandes, cabelos pretos, além de ser muito alto. [Nome] pensa já ter visto esse rosto antes, talvez em alguma revista. Não podia negar, ele era lindo.

Mais uma fã, senhor. Não perca seu tempo com isso, eu mesmo resolvo. O homem fala.

Peço desculpas pelo inconveniente, vim apenas devolver algo para Sae Itoshi. Não faço questão de entrar. [Nome] interrompe a conversa, querendo se retirar o mais rápido possível.

Sae? Ele saiu, mas volta logo. Entre e espere aqui, te faço companhia.

Senhor Rin, não se incomode com ela. Deve ser apenas mais uma tentando se aproveitar de vocês. O homem insiste. Céus, o que tem de errado para ele querer tanto que eu não entre? - [Nome] se perguntava. O garoto - que agora [Nome] sabia que se chamava Rin - lança um olhar ameaçador para o homem, que logo entende o recado e se retira.

Agradeço a gentileza, mas não pretendo ficar. Tenho que ir trabalhar, realmente só vim devolver a moto de Sae. [Nome] fala assim que Rin abre espaço para a mesma entrar. O moreno arqueia as sobrancelhas levemente, mas ainda mantinha a neutralidade no rosto. Por dentro, Rin estava surpreso com a resposta da [cor dos cabelos] - afinal, quem negaria entrar na casa deles?

Entendo. Eu te levo no seu trabalho, acredito que meu irmão gostaria de receber a moto de volta pessoalmente. Era mentira, Rin sabia disso. Sae não dava a mínima, mas Rin estava curioso com a garota. Em contrapartida, [Nome] estava surpresa de saber que Sae tinha um irmão, mas logo deu de ombros - não fazia diferença.

Certo... Se não for incômodo, claro. A garota responde, entrando na casa e acompanhando Rin. Logo, os dois estão sentados no grande sofá da sala. [Nome] se pergunta em quantos empregos teria que trabalhar para ter um sofá desses.

Então... De onde conhece Sae? O moreno puxa assunto, tirando [Nome] de seus devaneios.

Sendo sincera, não o conheço. Só vi Sae pessoalmente uma vez há anos atrás. Ele é amigo do meu melhor amigo, Ryusei, que pediu a moto emprestada para uma emergência. Achei que seria mais educado eu devolver pessoalmente, já que fui eu que usei a moto. [Nome] fala, um pouco envergonhada por estar na casa de um desconhecido. Por outro lado, isso deixou Rin mais surpreso, ainda mais com a menção a Ryusei - como essa garota poderia ser amiga daquele rato?

Emergência? Que emergência necessita de uma moto? O Itoshi mais novo pergunta. Por um segundo chegou a suspeitar das reais intenções da garota, mas ela não parecia estar mentindo. Por outro lado, a garota estremeceu com a pergunta. Não queria falar de suas questões financeiras, nem da corrida que participara.

Como se os céus estivessem a escutando, a porta de entrada é aberta, chamando a atenção de ambos. Sae Itoshi. [Nome] já havia tentado se lembrar da última vez que o vira, mas não conseguia recordar sua aparência. Mesmo assim, vendo ele agora, tinha certeza de que havia mudado. Seus cabelos vinho em um corte exótico o diferenciavam de qualquer um, mas seus olhos eram os mesmo de seu irmão. De fato, os Itoshi tinham uma genética abençoada - [Nome] pensa.

Logo, o olhar de Sae recai sobre a garota. Ele mantém a expressão de sempre, mas por dentro se questiona quem é. Estava curioso e, devia admitir, ela era bonita.

Você é...? Sae pergunta, direcionado a [Nome]. Seu tom de voz era frio, beirando o rude, mas a garota releva.

[Nome] [Sobrenome], amiga do Ryusei. Vim devolver a moto e agradecer por tê-la emprestado, foi de grande ajuda. A [cor dos cabelos] fala, fazendo uma curta reverência. Sae analisava a garota, estava surpreso por uma mulher assim ser amiga de Ryusei, mas dissipa o choque ao se lembrar que ele também é amigo do garoto.

Certo... Ganhou? Sae continua, surpreendendo a garota. Ele...sabe da corrida? Eu não emprestaria uma das minhas motos sem saber o motivo, então sim, eu sei que você foi competir com ela. Ganhou?

O olhar de Rin recai novamente sobre a [cor dos cabelos], surpreso com a nova informação. Então ela compete... - era o que se passava na mente do moreno - interessante...

Eu nunca perco. [Nome] responde e, apesar de haver soberba na frase, seu tom não demonstrava isso - muito pelo contrário, seu tom era gentil e suave. Sei que você não precisa disso, mas trouxe uma parte do valor que ganhei. Achei que era justo que você tivesse uma parte, já que só pude competir por sua causa.

Rin, que ainda acompanhava a conversa, ficou ainda mais surpreso - se é que isso era possível. Estava claro que ela precisava do dinheiro - não teria pegado a moto de Sae se não precisasse - então por que oferecer parte da quantia? Era óbvio que eles não precisavam daquele dinheiro.

O mesmo se passava pela cabeça de Sae, que se questionava mais ainda como um ser desses pode ser amigo do estúpido do Ryusei? Sae nunca demonstraria sua surpresa, então apenas pegou a quantia - mesmo que a contragosto, não demonstraria gentileza pedindo para que a garota mantivesse o dinheiro para si.

Agradeço pelo tempo e sinto muito pelo inconveniente. Vou ir embora agora, tenham um bom dia. [Nome] fala sorrindo, logo indo em direção a porta.

Eu falei que te levaria, fica tranquila. Rin fala, pegando uma chave presa na parede. A garota não fala nada, apenas o acompanha até seu carro.

ℂ𝕠𝕟𝕥𝕚𝕟𝕦𝕒...

(𝟙𝟛𝟛𝟡 𝕡𝕒𝕝𝕒𝕧𝕣𝕒𝕤)

𝐎𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬𝐞𝐝 - 𝐘𝐚𝐧𝐝𝐞𝐫𝐞 𝐑𝐞𝐨 𝐱 𝐋𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora