(𝟛𝕣𝕕 𝕡𝕠𝕧)
Reo estava bravo - não, bravo era muito pouco. Estava puto, o ódio subindo pelo seu corpo junto com o sangue, movendo cada parte de si. O que ele estava fazendo levando a garota de Reo para casa? Caminhando juntos como se fossem algo... Ah, Itoshi, o que você foi fazer? Reo não estava espionando a garota - pelo menos era o que dizia para si mesmo para tentar se sentir melhor consigo - estava apenas garantindo que ela chegasse em segurança em casa, mas se deparou com essa horrível cena. Sua garota e Rin Itoshi andando lado a lado. Céus, Reo estava possesso, mal respondia por si mesmo.
– O pequeno Itoshi andando por aí com a garota de outro cara. O pequeno Itoshi não perde por esperar. Não aprendeu boas maneiras? Não sabe que não se mexe com o que não é seu? Rin, rin, rin. – Reo cantarolava para si mesmo, numa tentativa de dissipar os sentimentos ruins. – Mas [Nome] é tão boazinha, nunca faria nada errado. O malvado Rin tão perto da minha [Nome], tentando colocar suas mãozinhas sujas nela, tentando corromper ela. Mas ela nunca deixaria, não, ela é boa demais para deixá-lo tocá-la. Esperta. Minha espertinha.
Logo, o humor de Reo melhora. Pensar que [Nome] nunca deixaria outro homem tocá-la aquecia seu coração. Claro, ela não sabia que era dele ainda - mas era questão de tempo para isso, e Reo sabia em sua cabeça que [Nome] esperaria por ele.
Enquanto isso, [Nome] continuava a caminhada com Rin. O caminho era bem silencioso, mas não era desconfortável.
– Desculpa perguntar, Itoshi, mas por que se ofereceu para me levar em casa? – [Nome] começa uma conversa, não havia hostilidade em sua voz, apenas curiosidade.
– Hm... Me chame de Rin, por favor. Não gosto quando me chamam de Itoshi. – Totalmente ao contrário de [Nome], a voz de Rin era carregada de hostilidade. A garota se perguntava se era por conta dela ou se ele só era assim.
– Ah, certo, desculpe.
O clima estava frio, apesar de não haver sinais de chuva ou neve, nem mesmo havia nuvens no céu. Ao contrário do clima limpo, a cabeça de [Nome] estava como uma tempestade. Talvez fosse só o jeito de Rin, mas o fato de ele ter se oferecido para levá-la em casa - além de ter levado ela ao trabalho outro dia - mas tratá-la com tanta frieza a deixava confusa. Não sabia se devia tentar puxar assunto, mas optou por permanecer quieta.
O silêncio, que antes não era desconfortável, agora parecia pesar na cabeça da garota. Havia dito algo errado ou Rin era assim mesmo?
– Você e o Ryusei tem algo? – Rin pergunta, surpreendendo [Nome] e a tirando de seus devaneios.
– Somos amigos de infância, mas não naquele clichê de amigos de infância que se gostam. Realmente somos como irmãos e nos viramos juntos. – [Nome] responde, calmamente. Se reparasse bem, seria possível ver sua boca tremer levemente, mas não sabia dizer se era pelo frio ou pelo nervosismo - é uma característica da garota, fica nervosa muito facilmente. – Por que?
– Curiosidade. Ele é bem protetor sobre você, então imaginei que tivessem algo já que ele não costuma ser assim.
– Sou como a irmã mais nova dele.
– Nunca ficaram?
– Nop
– Nem cogitaram?
– Não. Entendo a curiosidade, mas realmente é um laço fraternal.
– Hm.
Novamente o silêncio se torna presente, dessa vez um pouco mais leve. Se ele puxou assunto, só posso assumir que a frieza é uma característica dele mesmo - a garota pensava consigo mesma.
– Rin, você não me respondeu mais cedo. Por que se ofereceu para me trazer? – [Nome] arrisca novamente.
– Eu só... achei que seria o melhor a se fazer. Garotas não deveriam andar sozinhas nesse horário.
– Agradeço a preocupação, mas ainda não entendo. A gente nem se conhece, não vejo motivo para se preocupar comigo.
– Mas você gostaria?
– Desculpe, o que?
– Você gostaria de me conhecer?
– Isso é um convite para te conhecer melhor?
– Você quer que seja? – Quando Rin fala isso, [Nome] para de andar. Haviam chegado onde a garota mora.
– Você tem um jeito interessante de conversar, Rin. Nossas últimas frases foram todas perguntas. Se você quiser me conhecer melhor, sinta-se a vontade. Você sabe onde eu trabalho e agora sabe onde moro, então sabe onde me encontrar. Obrigada por me trazer. – [Nome] fala, procurando a chave em sua bolsa.
– Nos veremos de novo? – Rin pergunta.
– Isso depende de você. Se quiser, apareça. Podemos nos conhecer melhor se quiser, como sugeriu. Tchau, Rin. – [Nome] fala, finalmente entrando em sua casa.
Rin ficou parado na frente da porta por alguns segundos, assimilando a conversa que acabara de ter. Céus, como podia ser tão ruim em conversar com uma garota? O garoto então suspira fundo, estava pensando demais em algo que não importava, afinal, era isso que ela era - somente uma garota. Antes de voltar a andar para ir para casa, Rin repara um pouco no local. Era escasso e possivelmente perigoso. Se perguntava o motivo da garota morar ali. Dando de ombros, Rin volta a ir para casa, pedindo um táxi.
Enquanto isso, Reo já estava de volta em casa. Estava feliz por ter visto [Nome] pessoalmente hoje e mais ainda por ter falado com ela. Agora ela o conhecia, já tinha ouvido sua voz e visto seu rosto. A ideia de que a garota poderia estar pensando nele nesse exato instante o animava. Não iria deixar Rin estragar isso, afinal, era fácil de se livrar dele.
Deixando Rin de lado, Reo pensava na próxima etapa de seu plano. Tudo tinha que ocorrer perfeitamente bem, e Reo garantiria que isso acontecesse - tudo aconteceria com maestria. Apesar de querer que [Nome] se apaixone por ele, não quer força-la a isso, quer que ela se apaixone naturalmente - assim como ele se apaixonou naturalmente por ela. Claro, iria mexer algumas pecinhas para facilitar o processo e ajudá-la a se apaixonar mais rápido, mas não iria fazer nada diretamente. Talvez eliminasse alguma concorrência, mas poderia culpá-lo? Está só cuidando do que é dele, protegendo [Nome] com tudo que tem.
ℂ𝕠𝕟𝕥𝕚𝕟𝕦𝕒...
(𝟙𝟘𝟚𝟞 𝕡𝕒𝕝𝕒𝕧𝕣𝕒𝕤)
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𝐎𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬𝐞𝐝 - 𝐘𝐚𝐧𝐝𝐞𝐫𝐞 𝐑𝐞𝐨 𝐱 𝐋𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚
RomanceOnde Reo Mikage, herdeiro de uma das empresas mais ricas do país, se vê participando de corridas clandestinas de moto escondido de seus pais. 𝐎𝐮 Onde [Nome] já havia parado de competir nas corridas clandestinas de moto há muito tempo, mas se vê pr...