Sempre foi Você

Capítulo 17

Marcelo

Assim que saí do hospital tive de pegar um táxi de volta rua da pastelaria porque havia deixado lá o meu carro.
Paguei o motorista e fui até ao meu carro, já não tinha ninguém aquela hora na rua, sem nenhuma sombra humana, apenas o vento frio batendo nas árvores fazendo as suas folhas tremerem, tudo calmo como se nada de trágico tivesse acontecido.

Me acomodei no banco do motorista do carro e a primeira coisa que fiz foi pegar o meu telefone para avisar à Marina que estava bem e a caminho de casa, encontrei trinta chamada perdidas dela então achei melhor não retomar e explicar em casa, já que vou levar menos de 10 minutos para lá chegar devido o horário e pouca circulação de automóveis na estrada.

Assim que cheguei no prédio peguei tudo que tinha comprado para o jantar e subi de elevador até a cobertura, estava tudo escuro quando entrei, mas assim que coloquei as chaves do carro e da casa na mesinha da entrada as lâmpadas foram acesas e uma Marina muito furiosa veio até mim me dando um tapa no braço cheguido de um abraço, devo confessar que doeu um pouco, mas depois eu reclamo.

- Seu cabeça de pão, onde você estava que não atendeu as minhas chamadas, eu e a vovó ficamos preocupadas que tive de dar um calmante a ela para dormir.

- Me desculpa Marina, estou bem obrigada por perguntar já agora. É que tive de socorrer uma mulher que precisava de ajuda.

Levei mais um tapa no mesmo braço, dessa vez não pude ficar calado.

- Ei! quê isso Marina?

- Você desmarcou o nosso jantar e deixou eu e a vovó aqui morrendo de preocupação para ir transar Marcelo?!

- Não, calma você entendeu errado, deixa explicar. Fui ao supermercado comprar algumas coisas para cozinhar algo para você porque aqui em casa não quase nada para uma vegana, depois eu queria passar na Bueno Gourmet para comprar aqueles bolinhos de canela que a vovó gosta, mas assim que eu ia entrar vi uma moça ser atropelada, o desgraçado passou o sinal vermelho e estava podre de bêbado e ainda quis fugir mas não deixei, quando a ambulância chegou eu me compadeci pelo estado da moça e acompanhei até ao hospital, felizmente ela está fora de perigo, apesar de alguns ferimentos e ter perdido o bebé e ela nem sabia da gravidez, como eu não podia deixar ela assim consegui ligar para os familiares dela e só saí de lá depois deles chegarem e aqui estou eu.

Terminei de contar tudo o que aconteceu e ela já estava em lágrimas, minha irmã é muito sentimental.

- Oh meu Deus, ela estava grávida, sinto tanto por essa moça não imagino a dor que ela deve estar sentindo, espero que ela fique bem e desculpa por ter te batido, mas estava realmente preocupada, faz pouco tempo que você voltou para o Rio e você sabe que a noite quase sempre é muito perigoso.

- Também espero que ela fique bem e eu entendo Mary, tá tudo bem, se der amanhã eu passo por lá para ver como ela está mas agora eu só preciso de um banho talvez colocar algo no estômago e dormir, estou exausto.

- Tá bom, vai tomar banho que eu preparo algo  leve para você comer, vou deixar na mesa e depois vou dormir, amanhã tenho de ir para o curso de artes.

- Obrigada formiguinha, não sei o que seria de mim sem você neste momento para salvar o meu estômago.

- Só vou deixar passar você ter me chamado assim porque praticamente você foi um herói hoje e está cansado, dá próxima eu bato em você e aí veremos quem é a formiguinha.

Ri-me da sua chateação ao vê-la ir para a cozinha, Marina e eu temos esses apelidos desde crianças, formiguinha porque ela gostava muito de doces e adorava quando a gente ia para a Bueno com a mamãe e o papai, e eu porque tinha o cabelo muito macio e ela adorava fazer cafune em mim.        
                                                                                                                        Fui para o banheiro do meu quarto, precisava urgente de um banho quente para ver se dava para diminuir o cansaço, foi impossível não pensar nela, em como estava se sentindo, se os seus familiares souberam dar a devida atenção, se o pai do bebé foi até lá para dar apoio.              
Amanhã no horário de visitas vou passar lá para ver como ela está, isso se a família e ela permitirem.

Terminei o banho e fui até ao meu closet para me vestir, coloquei apenas um moletom já que não poderei dormir pelado porque minha irmã e minha avó estão aqui em casa.
Fui até à cozinha e encontrei um prato com uma sandes e um sumo de laranja para acompanhar, comi tudo e deixei no lava louça tenho de arranjar uma empregada, apesar de eu saber fazer trabalhos domésticos, o que mamãe sempre fez questão que eu aprendesse para que eu não fosse um homem que deixa tudo para mulher fazer, não daria jeito para mim pois daqui a pouco volto a trabalhar, só estou esperando concluírem as obras da nova filial para poder avançar com tudo.

Já na minha cama, ajeitei o travesseiro na minha cabeça e fiquei olhando para o teto, para quem desejava desesperadamente se deitar para dormir não vou conseguir tão cedo, não sei porquê, mas meus pensamentos e preocupação estão voltados para ela… Amanda Medeiros.