Capítulo 18

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Marcelo

Na manhã seguinte acordei com o meu telefone tocando, não fazia ideia de que horas eram, atendi a chamada sem olhar quem era na linha.

- Marcelo Lorentz!...

- Bom dia Sr. Lorentz, fala André da equipe responsável pelas obras da concessionária.

- Haaam sim, bom dia, tudo bem com as obras, algum problema?

- Me desculpe por ligar a esta hora, mas sim, houve um pequeno problema com alguns materiais encomendados para o acabamento, nada que não se resolva, mas seria melhor se o Senhor estivesse presente para dar algumas opiniões.

- Tudo bem, obrigada por me informar, em 1h chego aí.

- Tudo bem Sr. Lorentz até já.

Desliguei o telefone me jogando na cama mais uma vez, ainda me sinto cansado, demorei um tempo para dormir essa madrugada, tinha planos de dormir até tarde e depois esperar o horário de visitas no hospital para ver como está a Senhorita Medeiros, espero esse imprevisto de hoje não me leve muito tempo ou o dia inteiro para poder passar lá.

Levantei-me e fui até ao banheiro tomar um banho frio para ver se acordo por completo, depois de toda a higiene matinal fui até ao Closet ver algo para vestir, como pretendo ir ao hospital depois de tudo terminado, optei por usar uma calça preta, camisa branca e um ténis da mesma cor, gosto de ternos, adoro na verdade, mas não é muito o meu estilo quando se trata de momentos casuais.

Quando cheguei na cozinha só encontrei a minha avó, Marina já deve ter ido ao curso de culinária.

- Bom dia vovó, como a senhora está se sentindo?

Cumprimentei ela com um abraço e um beijo na testa em seguida me sentando na ilha da cozinha já vendo o que vou servir no prato para o imenso café da manhã que a minha avó preparou, estou morrendo de fome, a sandes feita pela Marina ontem tá dando risada do vazio do meu estômago. Exagerado?...não, eu sou um homem grande preciso comer direito.

- Estou melhor meu filho, ontem estava muito preocupada, você não atendia as chamadas e nem dava notícias, quase convenci a sua irmã a ligar para o meu afilhado que trabalha na polícia, mas hoje de manhã ela me explicou tudo, foi uma atitude muito nobre da sua parte ajudar aquela moça, sua mãe estaria orgulhoso do homem que ela criou apesar do pouco tempo.

As últimas palavras foram ditas com emoção, minha avó sempre fica sensível falando da minha mãe, sua única filha, a morte dela deixou minha avó muito abalada e demorou um tempo para ela tentar se recuperar, sua força na minha ausência foi a Marina que tem o rosto chapado da nossa mãe e por ela ser pequena na época e precisar de atenção e cuidados.

Também sinto falta dela, das histórias que contava para dormir, das vezes que ela cuidava do meu cabelo quando ainda eram grandes, das brincadeiras que ela ensinava, os conselhos e ensinamentos que eu prestava sempre o máximo de atenção para guardar e depois colocar em prática, hoje só resta as lembranças e a saudade de uma mulher incrível chamada Sofia Duarte, minha eterna mãe.

- Eu sei que ela está orgulhosa, assim como eu sou orgulhoso e sortudo por ter tido ela como mãe. Agora nada de ficar triste Senhora Darla.

- Tudo bem meu filho tem razão, nada de tristeza.

- Já agora, a senhora poderia me ajudar a achar uma empregada aqui para casa, acho que não vou ter tempo para isso.

- Claro eu ajudo filho, acho até que já tem alguém disponível para isso, lembra da Cora que trabalhava lá na casa dos seus pais como sua babá? me encontrei com ela e está precisando de um trabalho, posso falar com ela se você quiser.

- Claro, lembro sim, na altura ela tinha uns vinte poucos anos, mas não tem problema gente conhecida é melhor, pode mandar ela vir amanhã de manhã, agora eu vou ter de sair porque teve um pequeno problema lá nas obras da concessionária que precisam da minha presença lá e depois se der tempo vou para o hospital ver como está a moça.

- Ok então combinado, vai com cuidado meu filho e qualquer coisa liga lá para casa.

- Beijos Vó, outro dia a gente remarca o jantar, se cuida também.

Bom, a questão de arranjar uma empregada já é menos um problema resolvido, agora vou até a concessionária ver como está a situação, espero que não seja nada demais e que me dê tempo de ir até ao hospital.
No caminho recebi uma chamada do meu pai, perguntando como eu e a minha irmã estávamos, falamos brevemente sobre as obras na concessionária e ele disse que viria com Helena e Daniel para a inauguração.

Quando cheguei concessionária, André veio ter comigo explicando a situação, alguns painéis e plataformas foram mandadas com um tamanho maior do encomendado, o que é um problema pois são peças vindas de outro país e mandar trocá-las seria mais tempo que demoraria para finalizar as obras e fazermos a inauguração.

Tivemos apenas duas opções para resolver, ampliar o espaço derrubando algumas paredes para caber tudo ou ligar para os fornecedores e exigir uma troca com urgência. Decidimos ficar com a primeira opção, derrubaram a parede que dava para área externa que tinha um vasto jardim, o arquiteto teve a ideia de ajustar o espaço para que uma das plataformas ficasse lá exposta e ao mesmo tempo protegida, depois de ver a animação ilustrada no seu tablet achei uma boa ideia e seria algo único, o carro que lá estivesse deveria ser a estrela dentre os outros que estiverem cá em breve.

Fiquei lá vendo as coisas acontecerem, dar permissões e opiniões, o que me levou o dia inteiro, infelizmente não pude ir até ao hospital e no horário que saí da concessionária já não eram permitidas visitas, passarei lá amanhã de manhã para vê-la, se ainda lá estiver.

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