O velho caolho

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Tantos sonhos de uma sociedade ideal- uma utopia, cada uma com suas próprias características únicas.
Mas algum deles realmente se tornará realidade?

O ar estava pesado, uma chuva fria de gotículas encharcando o mundo em um aguaceiro implacável.
O velho excêntrico irradiava uma aura misantrópica; sua disposição dura tinha gosto de bile na boca daqueles que tiveram a infelicidade de cruzar seu caminho.

Através da vidraça, podia-se vislumbrar o que havia além.
A cozinha fervilhava de emoção naquela noite.
Uma família reunida em volta da mesa de jantar, pronta para se deliciar com um banquete.
Os aromas tentadores de carne suculenta e molhos picantes enchiam o ar enquanto as conversas eram harmoniosas.
Naquele momento, parecia que eles eram uma unidade grande e feliz - conectados e inteiros.
O que resta?

Um cobiçar e alguns puídos de tecido
O velho caolho, corpo marcado por anos de batalha, parecia vigiar o mundo ao seu redor.
Fugindo da dor, de um banquete vazio
Vazio de sua alma.
Pelas ruas de Almería ele desaparece
Se mistura com a suave brisa do Mediterrâneo.

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