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Lucy

sr. Scott parece muito bravo.

seu peito sobe e desce e suas mãos apertam o volante. ele não falou uma palavra se quer desde que mandou eu entrar no carro.

eu me encolho no banco do passageiro, descendo um pouco meu vestido e secando o restante das lágrimas do meu rosto. me sinto uma idiota, imbecil! uma menininha tola e facilmente ludibriada.

- como você está se sentindo? - ele finalmente fala. sua voz ecoa no carro, me causando arrepio e uma sensação gostosa na barriga.

caralho, se controla Lucy!

- estou bem - aperto meus braços contra o meu corpo - não precisava de você pra me levar pra casa.

vejo as sobrancelhas dele levantando de canto de olho. ele parece menos irritado.

- sim, eu deveria ter deixando você continuar que nem uma maluca chorando e levantando o celular na frente de dezenas de pessoas - ele solta uma risadinha.

sinto meu rosto queimar.

- eu só disse que não precisava de você. eu ia dar um jeito - eu digo, bufando. sr. Scott vira para me olhar, sem acreditar no que eu estava falando.

minha cabeça ainda gira e meu corpo está formigando. estou bêbada o suficiente para desafiar meu próprio chefe.

- o que você tem de gostosa, tem de teimosa - ele fala, voltando a atenção para o volante.

encosto minha cabeça na janela do carro. sinto meu corpo relaxando com o balanço no banco, deixando claro que estou exausta.

- não preciso de você pra nada - suspiro - só porque você é gato e rico você acha que pode fazer o que quiser.

sr. Scott solta uma gargalhada.

- não deveria ter me seduzido na sua sala mais cedo - empino meu nariz. tá na hora dele ouvir algumas coisas. - fiquei a semana toda trabalhando que nem uma cadela e você só soube ser um babaca comigo.

- trabalhar é sua obrigação, ser babaca faz parte do meu charme - ele dá de ombros.

- sr. Scott... você é muito... - tento falar, mas as palavras embolam. sinto o cansaço me invadindo como um soco e apago no banco do seu carro.

-

acordo assustada.

meu estômago embrulha e minha cabeça dói, girando como se eu estivesse em um brinquedo muito alto. não estou mais vestindo meu vestido vermelho, mas sim uma camisa grande e muito confortável.

está escuro no quarto, somente a janela está trazendo um pouco de claridade para dentro. está claro mas o sol não está muito agressivo, sinal que ainda é cedo.

me levanto, tentando lembrar de tudo o que aconteceu. me recordo de estar dançando com a Melissa, da confusão com o idiota do Daniel e do sr. Scott me mandando entrar no carro.

puta. que. pariu.
eu estou na casa dele?

dou alguns passos e vou em direção a janela. aparentemente estou no segundo andar de uma casa enorme. vejo um quintal gigantesco com um carro estacionado e a vizinhança toda no mesmo estilo.

a cama é grande e os lençóis são brancos, impecáveis. há uma mesinha no outro canto, com um computador desligado e um guarda roupa na mesma parede. tudo muito claro, limpo. sem decorações exuberantes, exceto por uma parede azul escuro.

ouço um barulho do corredor e corro para deitar na cama novamente, de repente sentindo meu coração na boca.

sr. Scott abre a porta, ligando a luz.

meu chefe arrogante - hotOnde histórias criam vida. Descubra agora