|Pov Kaya|
Depois que Chad e Tommy foram embora eu me senti muito mal, por eles terem se machucado para vir me salvar e quase terem morrido. Isso é tudo minha culpa.
Jason e eu ficamos em silêncio por algum tempo, eu estava evitando olhar pra ele porque estava confusa e assustada. Além disso, eu estava com raiva por ele ter machucado pessoas inocente.
Estou me perguntando até agora por que eu resolvi propor que eu ficasse, eu sei que foi uma decisão precipitada tomada no calor do momento mas mesmo assim. Talvez no fundo eu não quisesse ir embora?
Jason interrompe meus pensamentos quando começa a me guiar para o que eu acho que é o cativeiro, ele ainda está abraçando minha cintura com um toque forte mas sem me machucar realmente.
Quando ele aceitou a minha proposta eu pude perceber que de alguma forma, ele se importa comigo. Por que mais ele iria querer que eu ficasse com ele?
Ele me guia em silêncio e só depois que chegamos a frente a porta eu percebo que não estávamos voltando para o cativeiro. Eu o olho confusa, observando sua expressão estóica. Falando nisso, é tão estranho finalmente o ver sem aquela máscara.
Ele abre a porta e me empurra levemente para entrar, sem nem olhar pra mim e eu sem resistência entro no quarto. Olhando em volta percebo que é um quarto mais arrumado do que o cativeiro em que eu estava, obviamente. Mas ainda parecia bem antigo como tudo nessa casa.
Diversas armas brancas penduradas na parede, como facas, facões, machados e serras, até um taco de beisebol que parece muito com o que eu usava. Há também uma segunda porta que provavelmente deve ser o banheiro.
- Você vai ficar aqui a partir de agora, onde eu posso ficar de olho em você. - Ele diz enquanto fecha a porta atrás dele e anda até uma gaveta. O observo em silêncio enquanto o vejo achando uma segunda máscara igual a que ele usava e que foi destruída.
Depois de colocar a máscara em seu rosto ele se vira e anda lentamente em minha direção, fazendo com que eu dê passos para trás. Quanto mais ele anda até mim mais eu me afasto para trás, até que eu bato na ponta da cama no canto do quarto e caio sentada nela.
Ele continua se aproximando até me deixar totalmente encurrala contra a cama, que surpreendente era um pouco macia. É quando a ficha cai.
Estou no quarto dele, estamos sozinhos e eu não tenho para onde correr.
Sinto sua mão se tocar meu rosto mas eu não consigo me afastar, seu toque é estranhamente terno e percebo que ele está tentando ser gentil ao me tocar.
- Você é minha agora. Sabe disso, não é? - Ele fala acariciando minha bochecha, sua voz rouca em um tom baixo me causando arrepios. Seus olhos me olham intensamente e eu não consigo desviar o olhar. - Responda. - Seu tom é mais firme agora, como uma ordem.
- Eu sei...- Respondo fracamente, minha voz quase falhando quando sinto seu toque descendo por meu pescoço até chegar na marca roxa que ele fez anteriormente.
Seu dedos passam pela marca enquanto ele a olha atentamente. Vejo um vislumbre do que parece ser culpa, talvez, em seus olhos mas ele desvia o olhar de mim e se afasta. Eu finalmente solto a respiração que estava prendendo.
Ele se vira e vai até as gavetas dele e procura por algo, isso me deixa um pouco curiosa mas eu entendo do que se tratava quando ele finalmente acha. Ele pega o spray para ferimentos, o mesmo que eu tinha achado há alguns dias atrás e trás pra mim.
Cuidadosamente ele toca meu pescoço e expira o spray em cima da marca. Aquilo me deixou com um sentimento estranho no estômago, por que ele está fazendo isso?
Eu até penso em dizer algo mas nada sai de meus lábios, o que eu poderia dizer afinal? Ele se afasta de mim, me dando um último olhar antes de sair do quarto, deixando o spray na penteadeira e trancando a porta.
Suspiro e me deito na cama, me sentindo tão confusa. Um misto de emoções me atingindo como um soco.
Estou preocupada com os meninos, com toda essa situação, me sentindo culpada e chateada mas também estou sentindo algo diferente por Jason. Algo que eu não deveria, mas que não posso controlar.
Depois de um bom tempo, ele volta. Não faço idéia do que ele foi fazer lá embaixo mas ouvi alguns barulhos, talvez ele estava consertando a bagunça que ficou lá embaixo.
Eu me viro de costa na cama, encarando a parede e me encolhendo ao máximo com a esperança de que isso me faça passar mais despercebida pelo seu olhar intenso. Sinto o outro lado cama afundar com seu peso, ele se deita ali e se vira pro outro lado.
Agradeço mentalmente por essa cama ser grande o suficiente para nos manter distantes. Ficamos assim de costas um para o outro, dividindo a mesma cama, por horas até que em algum momento eu finalmente adormeço pelo cansaço, não só físico mas psicológico.
-
No outro dia eu acordo, percebendo que dormi na cama do Jason eu me viro rapidamente em alerta mas ele não está mais na cama. Olho em volta e noto que ele deixou comida pra mim em cima da cômoda.
Me surpreendo ao ver que ele também deixou a minha mala, com minhas roupas intactas e objetos pessoais. Isso é muito inesperado.
- Que horas são...? - Murmuro para mim mesmo antes de me levantar e pegar o meu "café da manhã", comendo em seguida. Eu nem ligo muito para o sabor já que estou faminta.
Me atrevo um pouco e entro no banheiro dele, eu precisava de um banho e eu não podia perder essa oportunidade. Escovo os dentes e tomo banho tirando toda a sujeira de dias, também visto finalmente uma roupa limpa e saio do banheiro.
Ao sair vejo que a louça suja não estava mais lá, ele deve ter levado, mas quando ele entrou aqui que eu nem escutei? Ele está parecendo um fantasma, fazendo as coisas e saindo antes que eu o possa ver.
De alguma forma me tranquiliza que ele se mantenha distante mas também me preocupa. Ele vai me deixar sozinha aqui?
Eu nem sei o que pensar agora, por que ele está sendo tão gentil de repente? Depois de tudo de ruim que ele fez para mim e para pessoas importantes pra mim...por que se dar esse trabalho?
-
|Pov Jason|
Fui buscar as coisas dela pois sabia que ela iria precisar e preparei seu café da manhã para que ela não ficasse com fome, tudo isso sem ela ver, assim eu não teria que encarar aqueles olhos confusos e desconfiados tentando decifrar minhas atitudes.
Eu não sei porquê fiz tudo isso por ela mas isso me deixou com um sentimento estranho, um sentimento bom de poder ajudar ela.
Minha mãe tem ficado em silêncio desde a confusão de ontem, porém eu sei que ela deve estar irritada comigo. Nada saiu como ela planejou mas ter poupado eles dois também não não foi meu plano, foi por Kaya.
Não me arrependo de ter escolhido ficar com Kaya ao invés de matar aqueles dois insetos, e minha mãe pode ficar com raiva o quanto quiser por isso.
Kaya me faz sentir bem, sua presença me acalma e desde que senti sua pele contra meus dedos ontem, eu não quero mais nada do que sentir novamente. Eu sabia que ela era diferente desde a noite em que a vi pela janela.
Estou até começando a achar que sentir algo por ela não me deixa fraco, pelo contrário. Eu fico mais forte quando é pra proteger o que me é importante, quando é pra manter seres imundos longe do que é meu. E é isso que ela é, minha.
Eu saio de casa e tranco tudo, é hora de me certificar de que não tem mais nenhum intruso para me atrapalhar. Começo a andar pela floresta em busca de pessoas, também passo novamente pelo acampamento onde encontrei Kaya e não vejo nenhum sinal de ninguém.
Já estava prestes a voltar para casa quando escuto uma voz feminina bem fraca. - K-kaya...- Eu olho a mulher ensanguentada se arrastando no chão. É uma das vadias que eu tinha matado, ou melhor, pensei que tinha matado.
Quem é essa e qual sua relação com a minha Kaya?
Continua...
Nota da autora: Para quem aí tá curioso sobre o rosto do Jason, imaginem como preferir.
Ps: Na minha cabeça ele é estranhamente atraente haha. 🤭
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Noite Sombria - Jason Voorhees
Roman d'amour|🪓| • Férias no Acampamento Crystal Lake, o que poderia dar errado? • Kaya Cox junto a sua irmã e alguns de seus amigos resolvem passar as férias em um acampamento chamado Crystal Lake, mas as coisas acabam saindo do controle quando um de seus amig...