𝙸𝚗𝚎𝚏𝚊́𝚟𝚎𝚕 ♦ [kim nam joon]

Capítulo 13 - Ondas

 Paixão. Eu sou apaixonado por tudo o que faço?

Sempre que penso sobre isso meu coração aperta. Namjoon, você começou tudo tão cedo, tão amadoramente, sonhando acordado.

Olho o ambiente que estou. Respiro fundo, agradeço internamente. Que jornada. E parece tão longe de acabar, e parece cada vez mais improvável superar o que já fizemos. Improvável acontecer coisas incríveis.

Não, eu não estou duvidando da vida, dos nossos próximos passos, mas é que não existe ainda, o que nós queremos não existe, não está no horizonte, não há um caminho batido até lá. E minhas pernas tremem quando me lembro disso, que nossos passos estão marcando um caminho, estão abrindo um caminho, que estamos cada vez criando algo nosso, pro mundo.

Eu nunca imaginaria isso para mim na vida. Sonhava em ser um super herói, que escrevia diários em segredo sobre seu amor em salvar o mundo, não sei porque desde sempre me sinto responsável pelo mundo, mas é como se ele tivesse me pedido isso.

E o mundo e eu somos amigos, mesmo que às vezes seja duro suportá-lo, e ser consciente de suas dores, dos seus pesares, das suas sombras. Ele também nunca desistiu de mim, mesmo que às vezes não me apoiasse, mesmo que às vezes suas palavras fossem duras demais.

Meu estúdio sorri brilhante de volta para mim, e me sinto bem só em admirá-lo. Ele me faz pensar nas minhas meninas, me faz saber que elas vivem vidas infinitas, sonhos lindos, e nos amam. Elas nos amam e estão por aí, ao redor do mundo. Elas nos escutam, elas ressoam o que transmitimos, elas são o nosso efeito borboleta.

Eu particularmente as amo tanto que me dói, me dói ser um só, e não estar fisicamente com cada uma. Imagino o quão lindo seria produzir uma música para cada, tantas lutas e cicatrizes, e sorriso e risadas. Se eu tivesse super poderes, gostaria de poder ter vários de mim para acompanhá-las. E ah, tenho os meus meninos também, junto à elas. Gostaria muito de apresentar eles entre si, tenho certeza que seriam mais fortes ainda.

E então, já que eu não posso ser vários, pedi ao mundo para ser mar. Aliás, ser o oceano. Que conecta cada pedacinho de terra, e que apesar de escuro e frio, consegue envolver à todos que decidem mergulhar nele.

Eu quero ser o oceano que espera todos aqueles que me amam entrarem, e que ao suportarem o frio, o medo do escuro, sintam minhas ondas carinhosas, sintam meu amor de volta.

A cada novo álbum eu me sinto ansioso para agradecer, para compartilhar, para viver tudo isso que fomos construindo com muito esforço. Para mim é um alívio ser oceano, e acolher tantas coisas, tantas pessoas. E isso me faz pensar que eu gosto de ser o sentido que as pessoas perdem quando olham para mim, aquele sentimento de que a vida não precisa ter um porquê.

A gente cria a vida, a gente é que dá o sentido, porque ele mesmo não existe por si só.

E eu sei bem disso. 

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escrito em 17/07/2017